The Cure The Cure no Primavera Sound São Paulo 2023. Foto: Tati Silvestroni/Music Non Stop

O que os singles dizem sobre o novo álbum do The Cure

Claudia Assef
Por Claudia Assef

A Fragile Thing e Alone dão a pista de que Songs of a Lost World — o 1º álbum de inéditas da banda em 16 anos — será, sim, gótico e arrastado

Se tem uma banda que não segue trends e mesmo assim se mantém no topo da cadeia alimentar, ela se chama The Cure. Mesmo sem lançar um álbum de músicas inéditas há 16 anos, o grupo inglês é um dos mais desejados em qualquer line-up de festival do planeta.

Songs of a Lost World, álbum que chega neste 1º de novembro, vem matar essa sede de novidades dos curemaníacos espalhados pelo mundo todo. Os singles que precedem o disco, A Fragile Thing e Alone, já deram uma pista aos fãs que, ainda bem, nada irá mudar no som do grupo liderado pelo ursinho de pelúcia gótico Robert Smith.

A Fragile Thing é uma daquelas músicas longas, com introdução etérea, solos cantarolantes de guitarra com o habitual efeito flanger, com a típica letra em que Robert Smith mais parece estar lendo uma carta para sua amada — que todo fã do The Cure já sabe quem é; sua esposa, Mary Poole, desde 1988.

O segundo single é ainda menos 2024 do que o primeiro. Aqui, a nova “regra” da produção musical pensada para TikTok, que diz que os primeiros 15 segundos da música é que definirão seu sucesso, é totalmente ignorada. A banda passa quase metade da faixa numa introdução viajante e arrastada, e a voz de Robert Smith só chega depois dos três minutos, trazendo uma letra que fala de despedida, de fim dos sonhos, escuridão e um amor perdido, temas que são acolhidos com força pelo fandom do grupo.

Se você é um fã de verdade do The Cure, deve estar ansioso para o dia 1º de novembro. Apesar de não esperar novidade nenhuma, além de novas canções escritas por Robert Smith obedecendo à mesma forma que ele tem usado nos últimos 48 anos, será um dia épico para góticos do mundo todo.

Claudia Assef

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Autora do único livro escrito no Brasil sobre a história do DJ e da cena eletrônica nacional, a jornalista e DJ Claudia Assef tomou contato com a música de pista ainda criança, por influência dos pais, um casal festeiro que não perdia noitadas nas discotecas que fervilhavam na São Paulo dos anos 70.