Bandas japonesas Yellow Magic Orchestra. Foto: Reprodução

10 bandas japonesas que você precisa conhecer

Jota Wagner
Por Jota Wagner

Do eletrônico ao punk, do jazz à bossa nova, os japoneses também são foda quando o assunto é música

Poucas culturas são tão bem relacionadas com o Brasil quanto a japonesa. Nós adoramos o Japão. Desde os milhares de restaurantes de sushi espalhados por cada cidadezinha brasileira até o consumo de muita coisa criada por lá, como os karaokês, os animes e os mangás. Mas a arte nipônica é muito maior do que isso. A lista de bandas japonesas que o Music Non Stop preparou para você neste Dia da Imigração Japonesa serve para nos lembrar do quanto os caras são incendiários no mundo da música. Do eletrônico ao punk, do jazz à, vejam só, bossa nova!

Faz tempo que bandas japonesas caminham em nível de igualdade com o resto do mundo na produção da música de ponta. E, ocidentais que somos, fica difícil resistir a termos como “o Kraftwerk japonês”, o “Iggy Pop japonês”, e por aí vai. Faz parte. Afinal, nosso cérebro trabalha na matemática das comparações.

Dentre as centenas de artistas que poderiam estar nesta lista, no entanto, elencamos dez que todo mundo precisa conhecer, e que vão muito além do estilo popular conhecido como J-Pop. Vem com a gente!

Yellow Magic Orchestra

Yellow Magic Orchestra, o “Kraftwerk japonês” é um grupo precursor da música eletrônica mundial, formando em Tóquio no final da década de 70, por Haruomi Hosono, Yukihiro Takahashi e Ryuichi Sakamoto. O YMO, abusando do uso dos sintetizadores, baterias eletrônicas e samples, mora na casa dos precursores do electropop, do synth-pop, do J-Pop e até mesmo do techno.

Cornelius

O músico e produtor Keigo Oyamada foi membro de outra das bandas japonesas importantes, a Flipper’s Guitar. Mas foi seu primeiro disco solo, Fantasma (1997), assinando como Cornelius, que levou o gênio ao conhecimento da imprensa musical ocidental, que, chegada à comparações, o rotulou como o “Brian Wilson japonês” e o “Beck japonês”. O som é outro, mas o nível de genialidade realmente fica ali, no mesmo patamar. Música eletrônica que passeia entre o pop e o experimental.

Cibo Matto

Apesar de ter sido formada em Nova Iorque e ter admitido alguns membros não japoneses em sua formação, como Sean Lennon, o Cibo Matto é um projeto criado por duas amigas, Yuka Honda e Miho Hatori, surfando na onda do downtempo e easy listening, superdescolado em 1994, ao lado grupos como Air, Placebo e Portishead.

Pizzicato Five

Apesar de ter explodido no mundo da música alternativa na década de 90 com a sensacional Twiggy Twiggy, o Pizzicato Five é uma das bandas japonesas contemporânea do Yellow Magic Orchestra, e surgiu em 1979. O grupo formado por  Yasuharu Konishi, Keitarō Takanami e Maki Nomiya, todos multi-instrumentistas, mistura pop com jazz, bossa-nova e música eletrônica.

Shonen Knife

Fazendo punk rock japonês de primeiríssima qualidade, o Shonen Knife foi formado pelas irmãs Naoko e Atsuko Yamano. Fundado em 1981 e ativo até hoje, o grupo impressionou o mundo com três garotas fofinhas descendo a mão na guitarra em performances espetaculares ao vivo. Conhecida como a banda que abriu os olhos do mundo para o punk japonês, a Shonen Knife começou em Osaka com um grupo de tributo aos Ramones que se apresentou por todo o país.

Guitar Wolf

O Guitar Wolf é obra de Seiji, um das figuras mais célebres e doidonas do cenário roqueiro japonês. O grupo aposta no barulho incandescente e no garage rock para chocar o público com seus álbuns (já são 13, desde 1987).

Towa Tei

Towa Tei, nascido em Yokohama, foi um dos fundadores do Deee-Lite e partiu em carreira solo quando o grupo esfriou. Seu álbum solo, Future Listening (1994), foi um hit no mundo eletrônico mundial unindo breakbeat e música brasileira. Technova é uma parceria com Bebel Gilberto, provando o quanto os japoneses amam nossa música.

Hiromi Uehara

A garota nascida em Hamamatsu é uma das maiores rockstars atuais da cena de jazz mundial. E não é só isso, Uehara também se aventura pela música clássica. Suas apresentações estão ajudando a renovar o público do jazz, graças a seus shows cheios de atitude. Se apresenta de tênis, sorridente e pulando feito pipoca na panela. A música? Irrepreensível.

Mitsuko Uchida

Outra deusa do piano, Mitsuko Uchida nasceu em Atami. Filha de diplomatas, viveu na Austria e Inglaterra, antes de se tornar um dos maiores expoentes do instrumento na música clássica. Notória em Mozart e Schubert, Ushida já ganhou cinco Grammys e foi Dama da Ordem do Império Britânico, graças às suas contribuições à música.

Ryuichi Sakamoto

Não bastasse ter criado uma das bandas mais importantes da música mundial, Ryuchi Sakomoto construiu em sua carreira solo um legado tão importante quanto o que dividiu com os amigos de banda. O pianista se envereda pela música ambiente, como no incrível projeto ao lado de Alva Noto, faz trilha para filmes (a música do vídeo foi usada no filme Merry Christmas, Mr. Lawrence, que tem atuação de David Bowie). Ao lado de David Byrne e Cong Su, levou o Oscar de Melhor Trilha Sonora com o filme O Último Imperador, de Bernardo Bertolucci (1987).

Jota Wagner

Jota Wagner escreve, discoteca e faz festas no Brasil e Europa desde o começo da década de 90. Atualmente é repórter especial de cultura no Music Non Stop e produtor cultural na Agência 55. Contribuiu, usando os ouvidos, os pés ou as mãos, com a aurora da música eletrônica brasileira.