Está chegando a segunda e, infelizmente, última temporada de Special. “Por que ser normal se você pode ser Especial?” é a frase tema da segunda parte desta série semi autobiográfica.
Special é uma produção original Netflix que teve a primeira temporada lançada em 2019. A série é baseada no livro de 2015 “I’m Special: And Other Lies We Tell Ourselves”, escrito por Ryan O’Connell.
Com Jim Parsons (The Big Bang Theory) entre os produtores executivos, O’Connell é o criador, roteirista e protagonista da série. Ele interpreta Ryan Hayes, um jovem gay com paralisia cerebral que, ao deixar para trás uma vida solitária, reescreve sua identidade e vai em busca da vida que sempre quis.
A primeira temporada de Special tem 8 episódios curtos: em média, são 15 minutos que passam voando. Perfeita para maratonar, é uma série divertida, engraçada, cheia de humor irônico. Seu próprio título é uma ironia sobre a forma como as pessoas com deficiência muitas vezes são tratadas, em ocasiões que elas só querem se relacionar com naturalidade.
A segunda temporada vem com uma novidade: a duração dos episódios dobrou, passando para 30 minutos em cada um dos 8 episódios. Assista ao trailer:
Uma criação vinda da mente e do coração de O’Connell, o diferencial de da série está em mostrar na tela pessoas quase nunca representadas, sem estereótipos. Até o momento, Special deu visibilidade a questões como deficiência, relacionamentos, autoestima e maternidade. A jornada de Ryan com sua mãe super protetora está no centro da história através de Jessica Hecht, que vive Karen Hayes, mãe de Ryan.
A série de O’Connell foi indicada a 4 prêmios no Emmy em 2019, e também foi aclamada pelo prêmio GLAAD (Gay & Lesbian Alliance Against Defamation), que reconhece e homenageia vários produtos midiáticos por suas representações excepcionais da comunidade lésbica, gay, bissexual e transgênero e das questões que afetam suas vidas.
A segunda temporada de Special estreia na semana em que é comemorado o Dia Internacional Contra a Homofobia, Transfobia e Bifobia. O dia 17 de maio marca a luta das pessoas LGBTQ+ e celebra a data em que a homossexualidade foi excluída pela Organização Mundial da Saúde da lista de distúrbios mentais da Classificação Internacional de Doenças.
A comunidade LGBTQIA+ é sub-representada no cinema e na televisão. Na temporada 2019-2020, o relatório da GLAAD sobre a diversidade de personagens regulares em programas roteirizados de horário nobre na TV estadunidense apontou que apenas 10,2% deles eram representados como LGBTQ+.
Ter suas histórias apagadas também é uma forma de discriminação e, infelizmente, isto é um fato comum. É muito raro ver um homem gay com deficiência como criador e protagonista de uma história na indústria audiovisual. Como um dos primeiros, Ryan disse em uma entrevista para a Netflix: “Crescendo gay e com deficiência, eu nunca pensei que haveria muitas oportunidades para mim. Quero dizer, eu nunca pensei que me tornaria um roteirista de televisão. Não pensei que estaria fazendo minha própria série. Eu não pensava que isso era possível.”
A série também joga luz em questões raciais. A personagem Kim Laghari, interpretada por Punam Patel, é uma descendente indiana e representa discussões sociais relevantes na história.
Patel disse em entrevista para a Netflix: “Nunca existiu alguém que se parecesse comigo, nunca havia nenhuma pessoa indiana na TV ou mesmo as pessoas indianas que estavam na TV eram extremamente estereotipadas ou eram como Apu de Os Simpsons. Eu gosto disso em Special, eu sou uma pessoa antes de tudo e ser indiana é parte da pessoa que eu sou.” A segunda temporada terá mais espaço para construir uma história para Kim que, segundo informações do The Hollywood Reporter, irá em busca de recuperar o controle de suas finanças e de sua vida pessoal.
Com 96% de aprovação no agregador de críticas Rotten Tomatoes, o fim da primeira temporada de Special deixou um grande gancho para a nova temporada que finalmente chega à Netflix no dia 20 de maio.
Começando dois meses à frente na história, Ryan, que é escritor, está lidando com um bloqueio criativo. Ainda afastado da mãe, ele continua explorando o mundo por conta própria, enfrentando todos os altos e baixos da vida e do amor.
Veja o vídeo do canal MIXIDO de Bia Amaral sobre a primeira temporada: