CubaDupa Festival foto: Prefeitura de Wellington (Nova Zelândia)

Veja como foi o primeiro grande festival pós covid. O CubaDupa, na Nova Zelândia.

Jota Wagner
Por Jota Wagner

Festival CubaDupa, o primeiro grande evento presencial pós convid no mundo, reuniu 120 mil pessoas. O país? Nova Zelândia, onde a primeira ministra é mulher e ex DJ.

Recomendamos que você resista ao sentimento de inveja que talvez esta matéria possa lhe causar e o substitua por esperança. Não é fácil, sabemos, mas pense que temos um certo privilégio em ter, hospedado no mesmo planeta que a gente, um lugar cujo governo agiu com tanta inteligência e responsabilidade, respaldado pelo carisma de uma primeira ministra que demonstrou jogar no mesmo time que os habitantes que representa, mesmo que não tenham votado nela.

Os cidadãos da Nova Zelândia puderam, neste final de semana, ir a seu primeiro festival desde que o Covid 19 tomou conta do mundo.  O CubaDupa rolou durante o final de semana do dia 27 de março e recebeu nada menos do que 120 mil pessoas, que curtiram atrações musicais em mais de 50 palcos distribuídos pelas ruas da cidade de Wellington.

Vídeos e fotos do festival tomaram conta das redes sociais, tamanha realização que trouxe aos participantes. A curadoria do CubaDupa. Paradas de rua com até 8 bandas, fanfarras e orquestras tocando a mesma ao música ao mesmo tempo usando fones de ouvido wi fi fizeram a alegria de quem pôde assistir.

O organizador do festival Gary Paul , em entrevista ao site Scoop Culture, disse que “as ruas estão em festa e vivas com cores, musica e cheiros dos festivais de rua. Se eu tivesse que descrever, diria que seria como se o Mardi Gras se unisse ao carnaval de Notting Hill e com as primeiras edições do festival Laneways”.

Veja alguns tuítes que dão uma boa noção do que foi o CubaDupa

Jacinda Arden

foto: frame youtube

Com lockdown imediato, auxílio a quem não pode trabalhar e principalmente, exemplo de empatia e atitude (Jacinda fazia lives direto de sua casa, de pijamas, depois de colocar os filhos para dormir) o país foi o primeiro a se tornar seguro na pandemia.  Ações de relaxamento no ano passado resultaram em novos registros de casos e foram revertidas rapidamente.  Atualmente o país se considera livre do vírus.

Mesmo assim, os frequentadores do festival foram encorajados a se registrarem através de um QR Code, e “patrulhas sanitárias” rodavam pelo evento com testes de temperatura e lenços higienizantes.

Sabemos que o Brasil está no extremo oposto, com o preço do descaso negacionista sendo pago por todos, à vista e com vidas. Mas é importante saber que o outro lado existe e dá certo.

 

 

 

Jota Wagner

Jota Wagner escreve, discoteca e faz festas no Brasil e Europa desde o começo da década de 90. Atualmente é repórter especial de cultura no Music Non Stop e produtor cultural na Agência 55. Contribuiu, usando os ouvidos, os pés ou as mãos, com a aurora da música eletrônica brasileira.

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