No último domingo (17), peguei o tapetão (se preferir, rodovia Bandeirantes) e fui com 2 amigos e cerca de 1.500 pessoas pro festival Raww x Room Campinas, organizado pelos clubes D-Edge (SP) e Club 88 (Campinas), onde produtores e DJs fizeram uma jam session de beats, bleeps, loops, samples sintetizados em pen-drive, laptop e até usando o trintage CD.
Conhecido também com back-to-back, esta fusão de profissionais da eletrônica cada dia tem mais espaço em festivais e eu acho uva (= luxo). Imagine você colocar DJs, mesmo que amantes do mesmo estilo, para ornarem e harmonizarem uma, duas ou três horas de set. Não é tarefa das mais fáceis, pois cada um tem sua história e seu jeito de contá-la. E, em dupla, o delay aumenta.
By the way, querido leitor do Music Non Stop, foi mais um refresh para este dublê de fotógrafo e jornalista voltar a por o pé na grama (se me lembro, a primeira vez foi quase duas décadas atrás, na rave SP Groove, do DJ Alex S).
A experiência foi positiva. Uns 130 km depois de pegar a estrada, ao ver uma fazenda incrível (próximo, imagino, a Atibaia, para ter o same name), e estava tudo lá : neoravers, looks blackfulloversized, agêneros, góticas suadas (um calor de cão nesse histórico domingo) mixando com geração selfie-fitness, DJs que foram prestigiar DJs e amigos do bom groove.
Deitei pro set back-one-back (um tocava e o outro dançava e conversava com fãs) do Hot Since 82, que oscilava entre a house 90s (não leia como saudosismo, mas sim como referência de beats), mas com sonoridade de ruas de Berlim e suas parties sem fim) e para Daniel Bortz (que pela sorte de logística tocou por mais tempo) com seu deep house beduíno que levou a turma a Istambul em várias tracks.
Fechando o festival com um set welcome (parecia que a noite ia começar nesta madrugada de domingo pra segunda), os anfitriões Renato Ratier e Eli Iwasa mostraram por que amam techno e fizeram uma linda jam session. A luz, a comando do PhD em raves Ricardo Costalonga estava uva e minha conversa com os DJs França, Marcio Techjun e Gustavo Miranda, com um dos integrantes do Tale Of Us, com a DJ Blancah e com o parceiro L_cio para atualizar “sonoricamente” fizeram moi esquecer que, na volta pra casa, a salmora me aguardava.
Que venham mais festivais neste formato: tamanho menor, chic, onde tudo funcionou no ritmo da Lua, menos sinal de web, fazendo dos smartheartphones somente câmeras de foto e vídeo. O povo teve que esquecer de suas vidas virtuais e cair na dança e no pajubá. Merci a tous (até aos profissionais que eu não consegui chegar a tempo para ouvir).