Para além do Jane’s Addiction, relembre outras brigas marcantes que ocorreram em cima dos palcos

Perry Farrell pode ter sido inovador em muita coisa no mundo do rock, mas tretas em cima do palco certamente não são uma delas. A fértil roça do rock’n’roll já cultivou um sem número de músicos problema, cujo pavio curto geralmente era alimentado pelo incendiário coquetel do lícito álcool com infinitas outra ilícitas substâncias. Perfeccionista ou não, muita gente já ficou puta da vida com coisas dando errado durante um show, e quem mais próximo para descarregar a frustração do que o colega de banda que está ao seu lado?

Divirta-se com cinco das tretas mais célebres do mundo do rock, protagonizadas na frente de milhares de testemunhas.

Brian Jonestown Massacre

Anton Newcombe, líder da banda Brian Jonestown Massacre, hoje é  um músico e pacato e pai devotado, conforme pudermos conferir pessoalmente no ótimo show que fizeram em São Paulo, no Cine Joia, no ano passado. No passado, no entanto, Newcombe desenvolveu uma imagem de músico problema tão grande que por um tempo fãs iam a seus shows muito mais para vê-lo causar do que para ouvir música.

O documentário Dig! mostra várias das tretas em que Anton se envolveu com seus colegas. No vídeo acima, extraído do próprio documentário, vemos um músico pra lá de Bagdá partindo para cima do resto da banda, quebrando sua guitarra, justamente quando tentava começar uma canção chamada, vejam só, Love.

Marilyn Manson

Marilyn Manson vem construindo a imagem do rockstar mais freak da história do rock, mas provou, durante um show de 2003, que pelo menos tem um pouco de juízo na enorme cabeça. Após sair trotando pelo palco, o vocalista acidentalmente deu uma botinada no guitarrista, que protestou. Marilyn esticou o peito feito pombo, clássica pose das brigas de porta da escola, para intimidar o colega. No entanto, quando John 5 colocou sua guitarra no chão e foi pra cima de Manson, o vocalista arregou, se afastando com rápidos passos em marcha ré e pedindo gentilmente para que John pegasse sua guitarra e voltasse a tocar a música. Fofos.

The Jesus And Mary Chain

Viver na estrada com uma banda não é fácil. E a tarefa fica ainda mais complicada quando dois músicos em cima do palco são irmãos (alguém aí lembrou do Oasis?). A confusão em cima do palco que os irmãos Jim e Willian Reid protagonizaram em 1998, em um show da escocesa The Jesus And Mary Chain, tem vários elementos em comum com a briga do momento, protagonizada pelo Jane’s Addiction. Também envolve vocalista e guitarrista e, assim como os estadunidenses, balançou a turnê e colocou em xeque a posição do responsável pela guitarra da banda.

A “culpa” do incidente do Jesus, no entanto, é do guitarrista, Willian Reid. O maluco subiu ao palco consideravelmente bêbado e estava acabando com o show, tocando alto e surrando o instrumento. O irmão Jim perdeu a cabeça e os dois partiram para a troca de tapas, interrompendo a apresentação que havia começado há apenas 15 minutos. Willian foi chutado da banda e só retornou em 2007, após uma reconciliação.

The Fall

Os astros da discórdia pareciam estar inflamados em 1998. Afinal, foi no mesmo ano da briga do The Jesus And Mary Chain que a The Fall, outro ícone do rock alternativo, deu escândalo em Nova Iorque, após um tremendo desentendimento entre o líder do grupo, Mark E. Smith, e o baterista Karl Burns.

Sem motivo identificável (além da bebedeira facilmente reconhecível, graças à fala mole de Smith), o vocalista pulou em cima da bateria para esmurrar seu colega de banda. Não contente, pegou o microfone e chamou Burns de “animal” e “idiota”. Provaram, no entanto, ser bastante profissionais. Nem bem a tretas havia terminado, o baixista Steve Hanley puxou a próxima canção e, bingo, todo mundo estava tocando junto novamente.

The View

Em cima do palco, descendo a porrada no seu colega de banda no primeiro show de reunião da banda, Kyle Falconer, vocalista da escocesa The View, pensou: “aaaah, agora lembrei por que é que a banca acabou anos atrás”. A volta durou apenas uma apresentação, interrompida no meio quando Falconer tentou esmurrar o baixista Kieren Webster, que havia chutado seu suporte de microfone momentos antes.

O grupo largou seus instrumentos e foi para o camarim. Falconer tentou seguir sozinho, mas segundos depois avisou ao microfone que iria dar um pulo no backstage para saber se a banda voltaria a tocar. Não voltaram. E caso ainda não tenha notado, as três últimas tretas desta lista vieram de bandas escocesas, provando que uísque faz mal ao equilíbrio emocional.