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Trent Reznor diz que música de Sabrina Carpenter foi a melhor de 2024

Espresso

Trent Reznor (foto: Gilbert Flores/Reprodução) e Sabrina Carpenter (foto: Reprodução)

Premiado produtor de trilhas sonoras e fundador do Nine Inch Nails surpreendeu ao declarar qual foi sua canção favorita do último ano

Jovens (principalmente os das gerações anteriores) sempre tiveram um certo apreço ao radicalismo, traduzido na música em forma de sons extremos e letras acusadoras e maniqueístas. O bom e velho “dedo na cara”. Mas os anos vão passando, vamos percebendo que a vida é muuuuuuuuuuito mais complicada do que pensávamos e, com a experiência, vamos nos abrindo para outras perspectivas. Principalmente, àquelas que detonávamos quando moleques. Começamos a nos transformar justamente naquele cara que era alvo do dedo inocente. Musicalmente, isso acontece o tempo todo. Quantos amigos punks de 30 anos atrás hoje não estão descendo até o chão nos bailes, ou arrastando pé em algum samba na Santa Cecília?

Vimos acompanhando, de pertinho nas últimas décadas, a carreira de Trent Reznor, o cara do Nine Inch Nails, que em Closer, sua música de maior sucesso lançada em 1994, ganhou o mundo falando de sexo sujo, promovida com um videoclipe com cabeças de porco, esqueletos de criança e macacos crucificados. O cara que hitou querendo “foder como um animal”, “beber o mel dentro de dentro da colmeia” da garota, que “o deixava violentá-la”. A quinta série da revolta.

Pois o menino cresceu. Virou um baita de um produtor de trilhas sonoras que chegaram ao ápice da doçura na animação infantil Soul, da Disney. E lotou a estante da sala com troféus, se tornando um dos mais premiados compositores do cinema. Para chegar a tal posto, claro que teve de deixar de lado a escatologia gótica que regeu seu primeiro trabalho. Faz parte do trabalho ouvir de tudo. Até Sabrina Carpenter, a estrela pop de cintura fina e lábios grossos.

Trent Reznor fez mais do que ouvir, aliás. Botou gosto mesmo. A ponto de declarar, durante o carpete vermelho do último Globo de Ouro (o da Fernanda Torres), que Espresso foi a melhor música de 2024. Durante a cerimônia, o compositor ganhou mais um prêmio, pela trilha sonora do filme Rivais.

A resposta de Reznor fez cair o queixo da entrevistadora, que pelo jeito também ouvia Nine Inch Nails. Pela forma com que respondeu à pergunta, não estava sendo irônico. Claro que Espresso, lançada em abril, tem seus méritos no universo pop e plenas condições de ser escolhida como música do ano entre muitos colegas músicos. O que causou surpresa aqui foi justamente o passado “animal” de Reznor — e seu presente como personagem cult do cinema.

Curiosamente, em Espresso, Carpenter canta “minha abelhinha, vem pegar seu pólen”. Talvez tenha sido justamente este verso, graças a um certo fetiche apícula presente em Closer, que conectou Trent e Sabrina.

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