Presença brasileira e mistura de estilos foram alguns dos destaques desta metade inicial do Tomorrowland 2024
Considerado o maior festival de música eletrônica do mundo, o Tomorrowland está comemorando seu aniversário de 20 anos em 2024. Por isso, uma edição mais que especial vem rolando na cidade de Boom, Bélgica, casa oficial do evento. O primeiro fim de semana (entre 19 a 21 de julho) recebeu mais de 200 mil de diferentes nacionalidades do mundo todo, distribuídas em 16 palcos e área de camping, o Dreamville.
Brasil
É claro que a bandeira verde e amarela teve vários representantes. O MainStage, palco principal, recebeu Alok, ANNA, Cat Dealers, Öwnboss e Vintage Culture.
Como estrela do documentário sobre o festival no ano anterior, Alok é um dos destaques desta edição. Durante o set, que contou um um medley comemorativo das duas décadas do evento — com versões para hits como Apologize, do One Republic, Heroes, do Alesso, e Don’t You Worry Child, do Swedish House Mafia —, o artista lançou a faixa Heat e gravou um trecho do videoclipe de Allein, Allein, single agendado para 26 de julho, pela gravadora oficial do Tomorrowland.
ANNA também soltou seus lançamentos mais recentes, como o rework de Pulverturm, levando o clima do techno melódico e da house progressiva para o palco principal. Mas a rainha do techno brasileiro não deixou de lado as raízes brasileiras: ela tocou uma versão de Magalenha, de Carlinhos Brown, além de ter metido uma batida de bateria de escola de samba no meio da apresentação.
Vintage Culture, por sua vez, apostou em inúmeras IDs. Ele garantiu, em entrevista à One World Radio, que a apresentação seria recheada de tracks exclusivas e ainda não lançadas. Assim fez o sul-matogrossense, que lançou recentemente o álbum Promised Land.
Cat Dealers e Öwnboss também estiveram no MainStage mostrando seus maiores hits, além de mashups que subiram a energia da galera. Entre os outros palcos, Alibi, Aline Rocha, Antdot, Dre Guazzelli e Dubdogz foram os demais brasileiros a se apresentarem. De fato, os ritmos de samba, batuque baiano e rock nacional estiveram presentes no evento, e misturados às inúmeras vertentes da música eletrônica. Inclusive, o inglês Bonobo e o alemão Dixon soltaram uma homenagem a Rita Lee com um remix de Mania de Você em pleno B2B no palco CORE.
Mas não para por aí: no próximo fim de semana (26 a 28) tem mais representantes do país. Alok, Antdot em um B2B com Maz, Bhaskar, Blazy, Liu, Vegas e Zerb estarão no Tomorrowland, que em breve anunciará os horários da transmissão ao vivo.
Gringos
Não podemos deixar de falar dos grandes nomes internacionais do rolê. Armin van Buuren encerrou um dia de festival pela primeira vez em 11 anos! E falando em números, depois de 12 anos o icônico trio Swedish House Mafia retornou ao festival, entregando um set de ouro, que emocionou o público. O som deles acende aquela nostalgia nos corações dos amantes da EDM — aliás, os fãs dessa vertente foram muito felizes e contemplados neste primeiro fim de semana!
Além dos suecos lendários, Hardwell fez um set com seus maiores sucessos da EDM, e Alesso seguiu na mesma linha: entregou uma performance que encerrou o domingo do festival com show de fogos e de lágrimas, em uma apresentação cheia de faixas que marcaram a entrada de muitas pessoas na música eletrônica.
Anyma, um dos nomes mais hypados da cena atualmente, estreou no palco principal representando o techno melódico, o som que o levou a tantos outros locais no mundo. Conhecido por seus impressionantes visuais, ele também os levou ao Tomorrowland. Vale lembrar que Matteo Milleri faz parte do duo Tale Of Us ao lado de Carmine Conte; os donos do selo Afterlife fizeram a curadoria do palco Freedom.
Ainda falando em hype, o Tomorrowland recebeu pela primeira vez Keinemusik. Adam Port, &ME e Rampa são quase uma unanimidade na cena eletrônica: gente de tudo quanto é lado curte o som dos caras. E você já deve ter visto vários vídeos deles rodando pela internet, cercados de pessoas em volta do palco.
Com apenas nove anos de idade, o DJ Archie foi o artista mais jovem a se apresentar na história do festival. Natural do Reino Unido, o menino já foi reconhecido como DJ mais jovem do mundo pelo Guinness World Records em 2018, aos quatro. Ele tocou no palco Atmosphere.
Tudo junto e misturado
Acompanhando apenas pela transmissão ao vivo, podemos dizer que foi uma belíssima primeira experiência da edição de 20 anos, que vai deixar esse gostinho no Brasil também. Afinal, muitos dos artistas da edição belga (Alesso, Alok, ANNA, Armin Van Buuren, Axwell, Charlotte de Witte, Lost Frequencies, Hardwell, Vintage Culture…) estarão por aqui entre os dias 11 e 13 de outubro, no Parque Maeda, em Itu/SP.
Com relação aos sets, é muito interessante entender como sonoridades tão diferentes estão convivendo no mesmo espaço, e mais, como o público está ficando mais aberto para consumir diferentes tipos de som dentro da própria música eletrônica. Pensa comigo: enquanto o techno vê sua ascensão no cenário mainstream (pois sim, tem muito artista underground tocando no palco principal e levando uma porrada de gente para palcos secundários), há um movimento saudosista da EDM também chegando longe. O mesmo público que se joga no hard techno, também dá aquela passada no hardstyle. O afro house está cada vez maior. E isso sem contar vertentes como o drum’n’bass, que têm figurado em várias apresentações de artistas de estilos diferentes.