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The Town teve “S do Senna”, “S de surpresa” e “R de reclamação” com Foo Fighters

The Town

The Town: entre surpresas e dilemas no S do Senna: Foto: Tati Silvestroni

The Town N#4: era dia de Foo Fighters – mas teve ainda Wet Leg – dupla com “pernas” para conquistar o pop

 

Nada melhor do que começar a falar sobre o “grande dia” do The Town 2023 com uma singela reclamação. 

Por que o show do Foo Fighters deste sábado (9) não foi tão longo quanto à empreitada curitibana de  Dave Grohl (guitarra), Pat Smear (guitarra), Nate Mendel (baixo), Chris Shiflett (guitarra), Rami Jaffee (teclados) e Josh Freese (bateria)?

Bem, acompanhe até o final para saber o motivo que irá me levar ao “Procon do Rock”.

A saga do Music Non Stop até o The Town

A garoa de São Paulo deixou Shirley feliz. Foto: Tati Silvestroni

Se toda saga tem um começo, como diz a lenda, a do Music Non Stop não teve uma decolagem tão feliz. Como fatores extracampo me deixaram de fora dos dias anteriores do The Town, só pude pegar minha credencial no exato dia 9.

Ao chegar, com respiração além do ofegante ao estande dos organizadores do evento no SP Market, a decepção: os crachás só iriam ser distribuídos na Cidade do Rock “por motivo de demanda”. Tudo bem que eu cheguei em cima da hora (São Paulo não é para amadores, pessoal!).

O grave problema aqui é que, devido ao meu atraso por questão de minutos, tive que fazer o S do Senna e andar do Portão 2 ao Portão 7 para apanhar minha valiosa entrada no The Town.

O pior: isso representou a perda de grande parte do show do Garbage, o qual eu adoraria ter visto de perto. 

Se serve de consolação, à certa altura de minha caminhada nos arredores da pista de Interlagos, fui contemplado com o som de “I’m Only Happy When It Rains”, interpretada de forma hipnótica por Shirley Manson.

Felizmente, após uns 20 minutos de trajeto à moda F1, viria o pódio…

 

Wet Leg valorizou o ingresso, com direito a suor e lágrimas

 

Lágrimas molhadas do Wet Leg – Foto: Tati Silvestroni

A noite 4 do The Town foi recompensada pela gratíssima surpresa do Wet Leg. As inglesinhas nativas de Isle of Wight (local de um famoso festival britânico) trouxeram uma combinação de alt-rock minimalista com disco e performance teatral. 

A dupla Rhian Teasdale e Hester Chambers conseguiram manter agitada a galera do palco The One, que raramente lotou.

A propósito, Chambers não conteve a emoção de estar em um megaevento, abrindo para o FF. Antes da performance de “Obvious” (Faixa do disco vencedor do Grammy 2023 – categoria de rock alternativo), a menina se ajoelhou no palco e não conteve as lágrimas.

Yeah Yeah Yeahs: esforçados

O trio de Nova York disse sim para o The Town – Foto: Tati Silvestroni

 

Mais rodados, os Yeah Yeah Yeahs não desapontaram na função de abrir espaço para a atração principal da noite. Com paixão, o trio que substituiu de última hora o Queens Of Stone Age resgatou os bons ventos do início do século, com releituras de faixas mais impactantes da carreira, como “Zero” e “Pin”.

Sem culpa nenhuma, o trio nova-iorquino ( David Pajo, o baixista/tecladista nas turnês) Karen O (vocal, percussão), Nick Zimmer (guitarra) e Brian Chase (bateria) o trio máximo para atrair um público que não disfarçava sua espera pelos Foo Fighters.

The Town: Foo Fighters “foi mesmo o Foo Fighters”?

 

 

Na hora H, no dia D, na hora de pagar pra ver, como diria Humberto Gessinger, seria fácil demais como os caras do Foo Fighters são foda (E são! E eles sabem disso! E são humildes ainda!).

Contudo, todavia, entretanto, Foo Fighters hoje é como um “Chicago Bulls do Michael Jordan” ou “Oeste x Leste no All-Star Game da NBA”.

Em sétima excursão verde-amarela, a banda de Washington D.C/Seattle é sempre exigida por quem gosta e por quem não gosta do sexteto.

Há o entendimento de que falamos de um festival, onde setlists são abreviados por praxe. Em um megablasterevento como o The Town, o que conta é a quilometragem total das bandas, não somente os setlists individuais por questão contratual.

Isso não me deixa imune à tentação de clamar por mais, muito mais músicas (pelo menos duas, vá). Principalmente pelas órfãs “Under You” e  “Nothing At All” que estiveram no repertório de Curitiba.

“Under You”, em especial, tem aquele Q noventista, extraído da essência noventista de There’s Nothing Left To Lose e The Colour and The Shape, dois seminais discos do FF.

Na verdade, só reclama quem é fã

 

A ausência desses bebês não foi o bastante, claro, para não abrir um sorriso durante o show. Principalmente quando Grohl disse “que os Yeah Yeah Yeahs era uma de suas bandas favoritas em todo o mundo” e que os “brasileiros são mais loucos que os outros fãs”. Ok, cada país recebe um Grohl-elogio diversificado.

Mas isso sempre pesa no quesito simpatia (deeeeeeeez).

Ainda teve os highlights “Generator”, “My Hero” e o primeiro “Run” (faixa de Concrete and Gold) do ano. A versão ao vivo destoa do álbum de 2017 pelos vocais selvagens e wall-of-sound de guitarras.

Quem está acostumado a festivais sabe que a luta pela atenção da plateia pode ser um obstáculo. Não no caso do FF. 

Sabendo que lidava com muita gente que só veio pelo glamour do evento,  Dave Grohl convidou os iniciantes para cantar e dançar – e assim, superou qualquer reclamação. Er… como a minha!

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