The Marías Foto: Tati Silvestroni/Music Non Stop

Lollapalooza Brasil 2025: The Marías vai do indie rock ao dream-pop

Jota Wagner
Por Jota Wagner

Banda californiana assumiu o Palco Budwiser das 16h55 às 17h55, fazendo espécie de show de transição entre Marina Lima e Benson Boone

Ainda no sábado, 29, a banda californiana (mas com uma cara de Glasgow) The Marías assumiu o Palco Budwiser para fazer um show meio que de transição no Lollapalooza Brasil 2025. Pegava quem saiu extasiado de Marina Lima e quem aguardava Benson Boone no palco ao lado, o Samsung Galaxy. Som e telões perfeitos, com alguns efeitos visuais provando que dá para fazer muito mais do que apenas simular uma transmissão de TV quando o assunto é festival de grande porte.

The Marías

Foto: Tati Silvestroni/Music Non Stop

O charme da porto-riquenha María Zardoya gritou forte no começo da apresentação, que arrebatou até mesmo que não conhecia o grupo, celebrado por misturar letras em espanhol e inglês em seu repertório.

Zardoya e seus parças resolveram começar o show com ritmos cativantes do indie rock, e foi transitando, no decorrer da caminhada, para o dream-pop, fazendo com que apresentação entrasse em uma descida que, proposital ou não, se refletiu na quantidade de público grudado em seu palco.

Após décadas de indie rock feito para grandes arenas, com batidas 4×4 e vocalistas cangurus, saltitando pelo palco em busca de conexão com o público, a performance provocante, divertidamente blasé de María (que remete os mais velhos à Hope Sandoval, da Mazzy Star), é corajosa, mas um desserviço para quem já estava com as ancas doloridas pelas caminhadas em zigue-zague propostas pelo Lolla. O ponto alto foi apelar para a memória pop do povo, com um cover de The Cardigans, Lovefool — claramente uma grande referência para o The Marías.

 

Jota Wagner

Jota Wagner escreve, discoteca e faz festas no Brasil e Europa desde o começo da década de 90. Atualmente é repórter especial de cultura no Music Non Stop e produtor cultural na Agência 55. Contribuiu, usando os ouvidos, os pés ou as mãos, com a aurora da música eletrônica brasileira.