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Com novo álbum, The Cure volta ao topo das paradas britânicas depois de 32 anos

The Cure

The Cure no Primavera Sound 2023. Foto: Tati Silvestroni/Music Non Stop

Songs of a Lost World chegou no último dia 1º, 16 anos após o último disco de inéditas da banda

Difícil dizer se é boa, para os caras do The Cure, a notícia de ter um álbum pela primeira vez atingindo o número 1 das paradas britânicas, após 32 anos de bons lançamentos. Mas também não é de se duvidar que um leve sorriso tenha aparecido em suas bocas góticas, provando que tocar a carreira com paciência de monge budista pode dar seus resultados.

Com apenas oito músicas, Songs of a Lost World foi lançado dia 1º de novembro, 16 anos após o último álbum de inéditas da banda. Pelo sucesso, é possível compreender o tamanho da saudade que apertava o coraçãozinho dos britânicos, bem como o status de lenda que o The Cure veio ganhando com a novas gerações, após tamanho hiato.

“A todos que compraram o álbum, ouviram, amaram, acreditaram em nós através destes anos — OBRIGADO”, publicou Robert Smith sobre em suas redes oficiais, após a notícia. O vocalista criou em volta de si uma aura de personagem que mais parece ter saído de um filme do Tim Burton: um ser com aparência estranha, lúgubre, que por detrás da casca protetiva abriga uma alma doce e pura. Bem… para sermos cronologicamente justos, é exatamente o contrário.

O cineasta por trás de filmes como Edward Mãos de Tesoura, A Noiva Cadáver e a mais recente sequência de Beetlejuice, declara publicamente que a banda de Smith é uma influência primordial em toda a sua carreira. “A música deles sempre foi inspiradora para mim, de algum jeito, em tudo o que eu já fiz. Sempre, lá no fundo da minha cabeça, algo deles fica tilintando na minha mente enquanto trabalho”, declarou Burton à BBC em 2009.

E essa doçura desajustada, este abuso da imagem como um pedido por compreensão, é muito mais do que um artifício estético para chocar a velharada, que sempre atraiu tanta gente para debaixo das asas do The Cure. O conceito do gótico, que se reinventou no emo, e depois no teen metal dos anos 2010, sempre abraçando a timidez e a introspecção juvenil que torma o diálogo com os pais uma tarefa tão difícil. É esse o povo do The Cure, que segue se renovando nas novas gerações. Songs of a Lost World é uma prova disso.

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