Novo filme do homem-morcego chega aos cinema com muito suspense, ação e te(n)são
Uma década apor a trilogia de sucesso de Christopher Nolan, o grande herói sem superpoderes, da DC Comics, volta às telas em The Batman. Apesar do alarde pré lançamento que questionava a capacidade de Robert Pattinson de encarnar o morcegão nós assistimos ao filme e afirmamos que ele merece ser visto no cinema. Seguem cinco motivos para os espectadores.
Um filme grandioso
E não estamos falando apenas de suas quase três horas de duração. The Batman é um filme grandioso em seu visual. A ambientação de Gotham é muito bem valorizada pela arquitetura e decoração, seja em suas cenas diurnas ou noturnas. A cidade pulsa como um organismo vivo, que se deteriora aos poucos e luta para sobreviver da maneira possível.
Além disso temos cenas de fugas e perseguições, lutas e saltos, muito bem elaboradas e coreografadas. A trilha sonora e o design de som são outros elementos que completam a sensações provocadas pela história do herói desestruturado emocionalmente.
Batman, um produto de sua sociedade
O homem-morcego não anda “bem da cabeça” há muitos anos. Entretanto, o que assistimos nos filmes anteriores era uma fragilidade muito ligada a um corpo musculoso, quase uma máquina perfeita que podia ignorar o psicológico e emocional por ainda funcionar bem.
No filme de Matt Reeves lidamos com um Batman muito afetado pelos anos de vigilância. O foco não estão apenas em seus músculos, mas em todo seu corpo atuando como uma máquina de justiça. Ele é triste, insone, está cansado e cheio de marcas, físicas ou não, como a cidade que habita. Ainda assim, se empenha em busca de soluções que estejam ou não ao seu alcance. O que vemos nas telas são uma imagem triste de alguém que já viveu dias de glória.
Antagonistas bem desenvolvidos
O que faz o Batman ser um herói não é apenas a sua vontade de salvar Gotham e o mundo, mas também todos os antagonistas que atravessam a sua história. Esta nova adaptação desse mito moderno consegue colocar em uma mesma produção Charada (Paul Dano), Pinguim (Collin Farrell), Mulher-Gato (Zoë Kravitz) e Carmine Falcone (John Turturo) sem excessos ou com desenvolvimentos superficiais de sua personalidades.
Assim como o Batman, todas as demais personagens integram aquela cidade e a movem, eles são peças nesse complexo quebra-cabeças. Além disso, todos tem motivações para suas escolhas, quer nos concordemos ou não. Neste filme a reputação de todos aqueles que fazem parte de Gotham é posta a prova.
A volta do tesão
Nos últimos anos tem sido discutido a ausência de elementos sexuais em filmes de heróis. Não estamos falando de sexo explícito, mas daquela sensualidade, flerte, arrepio na pele que os heróis, vilões e mocinhas sempre transmitiam. Há quem comparasse os super-heróis mais atuais aos bonecos Ken e Barbies, belos, mas sem sex-appeal, sem desejo.
Pois desta vez temos olhares, toques, desconcerto, respirações pausadas e, em alguns momentos, uma tensão sexual no ar. Não chegou ao ponto das lambidas troxadas entre Michelle Pfieffer e Michael Keaton, mas sem dúvidas o tesão está em cena.
Referências ao cinema policial
Desta vez não estamos sendo colocados diante de um filme de ação com super-heróis. Reeves como diretor e rroteirista parece ter bebido na fonte do cinema policial clássico, noir, para falar sobre o combate ao crime em Gotham City.
The Batman se assemelha a thrillers como os de David Fincher, com seus personagens perturbados, tramas e subtramas misteriosas, elementos de tensão sendo postos em meio rotina de mocinhos e vilões. O próprio Charada se assemelha aos serial killers que podemos encontrar em Se7en, Mindhunter ou Zodíaco.
Da mesma maneira, a relação entre Selina e Bruce, ou entre Batman e Falcone ou Pinguim, poderia ter saído de uma pulp fiction ou dos cinemas dos anos 1940.