Rap, R&B e pop em SP: TEREZA e Gaby Guerra somam forças novamente
Texto por Barbara Zarif
Foto de capa: TEREZA, por Nathallie Carramillo
Mesmo com estilos diferentes, músicos entendem a necessidade de somar forças para prosperar no cenário underground
“A união de artistas underground é a chave para o sucesso. Existe nela uma competição por espaço desnecessária, como se o sucesso de um significasse a derrota dos demais. Não é assim. Quem tá aqui pela cultura sabe que a vitória de um artista companheiro é uma porta aberta para si mesmo”, comentou Gabriel Knox, membro do grupo TEREZA (foto).
Ele, Miko e Gaby Guerra são músicos e se conheceram nos eventos que o coletivo DECLAMA! organiza, como saraus e oficinas. Eles decidiram se unir para vender seus shows juntos, na mesma noite. Apesar dos estilos musicais que eles tocam serem diferentes entre si, os três acreditam que as pessoas que fogem dos grandes centros urbanos precisam se unir e ganhar destaque.
Essa iniciativa fez com que suas artes autorais ganhassem mais visibilidade e alcançasse mais espaços, como é o caso da Matinê, evento que acontece aos finais de semana na Laje SP. O espaço fica localizado no bairro de Perdizes e resiste desde 2016 fomentando artistas independentes e fazendo a cena underground se consolidar.
Neste sábado (07), ao lado do cantor Leo Fressato, o trio será destaque na casa tocando suas músicas autorais a partir das 18h. A entrada é R$10 até as 20h, e depois, R$20. Pessoas trans e nb entram de graça.
Gaby Guerra é uma cantora e compositora baiana, que traz em seu som influências do pop e R&B através de letras românticas e também sensuais. Seu último lançamento é o single “Musa”, produzido por Ronald Galdino e CJ CriaBlack. Tem mais de 60 mil streamings somados no YouTube e Spotify.
Gabriel Knox e Miko fazem parte do TEREZA, grupo de rap da periferia do Sul de São Paulo. Com influências que vão do samba ao old school do hip hop brasileiro, eles usam das raízes negras e brasileiras para falarem sobre a realidade deles.
A estreia de TEREZA e Gaby Guerra se apresentando juntos foi na Casa Griô, espaço de aquilombamento localizado em Barueri/SP. Também se apresentaram juntos na primeira edição do HardCola, novo centro cultural do Estúdio Pirata, em São Paulo, no bairro de Perdizes.
Encontro este que estreou o single “Eu pensei tanto em você”, com feat de TEREZA e Gaby Guerra. Ambos os espaços prezam pela divulgação da cultura independente e diversa. O trio afirma que quer, aos poucos, conquistar cada vez mais espaço e eventos com visibilidade.
“Acredito que seja de suma importância para os artistas independentes as parcerias com espaços artísticos, de entretenimento ou de fomento a música e arte no geral. Elas são benéficas para todos, pois ambos ganham visibilidade e engajamento em seus respectivos trabalhos. Para o artista independente, ter palco para sua arte é não só uma forma de divulgação, como também de construção do próprio trabalho. Para a casa, considero extremamente enriquecedor no quesito variedade de atrações e público. É a oportunidade de ampliar seu círculo de frequentadores e lucrar com o consumo dos convidados do próprio artista”, pontuou Gaby.
Na Matinê na Laje SP (07), a cantora tocará acompanhada da banda, formada por Ronald Galdino (guitarra e produção), Iago Amadei (bateria), Edu Menezes (baixo) e Muriel Castro (backing vocal).
TEREZA se apresentará pela primeira vez acompanhado de Stezinha, que começou sua carreira como DJ durante a pandemia fazendo lives, e desde o final de 2021 tem tocado presencialmente nos bares de São Paulo. Suas raízes estão principalmente no hip-hop, reggae e funk; nos seus sets, costuma misturar os três e um pouco mais, sempre em busca da mixagem perfeita.
“Para os artistas independentes, a rede de apoio é algo crucial para o alcançar o reconhecimento e propagar sua arte. É entender que é um por todos, e todos por todos… Se os artistas e os que os cercam soubessem a força que uma rede de apoio tem, a cena seria muito mais forte e valorizada”, conclui Miko.
Eles reforçaram a importância das pessoas estarem presentes nesses locais que apoiam a cultura independente, porque as casas só se sustentam através do interesse (e consumo) do público. Importante, também, acompanhar nas redes sociais e dar engajamento tanto para os espaços, quanto para os artistas, porque as redes sociais são vitrines e é por meio delas que a cena underground consegue cada vez mais acesso.