Com uma festa para convidados em sua sede, na Barra, Rio de Janeiro, a Som Livre, gravadora que desde o final dos anos 60 distribui músicas que viram hit no país, lançou nesta terça (27) o selo Austro Music, focado em música eletrônica nacional.
O selo estreia com o lançamento de um best of com 11 faixas de Gui Boratto, e a coletânea House Hits, com hitões comerciais que vão de Calvin Harris a Robin Schulz.
“A ideia do Austro é fortalecer a cena nacional. Espalhar, disseminar e levar a música eletrônica para todos os públicos. Vamos utilizar nossa expertise para lançar com maior amplitude os conteúdos e criar uma referência de consumo musical para leigos e experts”, contextualiza Renê Jr., gerente artístico do Austro e diretor artístico da Som Livre, gravadora que foi fundada pelo produtor musical João Araújo (pai de Cazuza) e que pertence ao conglomerado Globo.
Se a ideia é catequizar um público pouco familiarizado com gêneros como techno e house e ao mesmo tempo alimentar quem já é fã, o primeiro lançamento do Austro não poderia ser mais acertado: uma coletânea com os maiores hits do produtor paulistano Gui Boratto, a nossa Gisele Bündchen do techno.
“Acho muito importante ter alguém forte como a Globo envolvida. Isso agita e fortalece o mercado brasileiro. O Austro está cercado de pessoas competentes e experientes nessa área. Estou feliz por fazer parte desse recém-formado selo e de estarmos fazendo o meu primeiro Best Of, com meus maiores sucessos nos últimos 10 anos”, disse Gui, que veio ao Rio prestigiar o lançamento do Austro.
Renê Jr., que será o gestor do selo, foi DJ por 24 anos e vê com ótimos olhos o mercado de música eletrônica no Brasil e no mundo. “Está começando a se aproximar muito do modelo de negócios e do profissionalismo que já acontece lá fora. Nunca se produziu tanta música eletrônica de qualidade por brasileiros. Diversos artistas nacionais vêm se destacando mundialmente e lançando suas produções por selos internacionais consolidados, ganhando notoriedade e credibilidade”, diz.
A chegada de grandes festivais e a valorização do DJ nacional só favorece esse contexto já positivo. “Nossa entrada nesse mercado pode possibilitar um planejamento específico que a cena nacional ainda não considera. Como planejamento de lançamentos, consolidação da marca do artista, exploração em vários mercados publicitários etc”, exemplifica Fernando Lobo, gerente geral de A&R do Austro. Completam o time do selo os analistas de A&R Rodrigo Rodríguez e Rogério Gonçalves, além dos curadores do Austro, Leo Janeiro, DJ e produtor, e Melissa Piper, produtora executiva que já trabalhou com eventos como Rock in Rio e Rio Music Conference.
“As novas gerações estão provando isso, muitos produtores e DJs novos vêm diversificando sons sem nenhum rótulo, apenas se preocupando em fazer o que estão a fim. O selo vai buscar essa originalidade também”, diz Leo. “É cada vez mais comum encontrar produtores que não sabem como se lançar, com quem falar. Eles ficam em seus estúdios produzindo e treinando. Tem uma nova geração chegando aí fortíssima, com muita técnica, mas com pouca orientação. O selo vai ser um canal aberto para esses produtores, queremos conhecer e escutar toda essa garotada que está aí fora produzindo”, adianta Melissa.
Como bom filhote da Som Livre, o Austro também quer ajudar a criar hits. E as novelas continuam sendo um ótimo caminho para isso. O duo Elekfantz, que também integra o casting do selo, teve uma faixa (Diggin’ On You) incluída na trilha da novela A Regra do Jogo. “Estamos há algum tempo preparando o lançamento do selo, justamente para evitarmos equívocos e planejarmos as ações de forma estruturada. Pretendemos buscar diversas oportunidades”, adianta Renê.
Outro artista do Austro é uma aposta, o novato D.I.B., produtor e DJ de São Paulo que tem apenas 16 anos. Completam esta primeira leva de lançamentos do selo o duo carioca Naza Brothers, aka dos irmãos Rafael e Renato Nazareth, já conhecidos do público de EDM e o produtor Wao.
“Queremos artistas que falem para vários públicos, que produzam, que gerem conteúdo. Teremos nomes que já são referência no meio, mas também vamos buscar gente que produz música de qualidade em casa, por exemplo”, afirma Renê.
Antenada com os movimentos de edits retrôs, uma febre no meio da música eletrônica mais underground, a equipe do Austro tem planos de resgatar pérolas perdidas do catálogo da Som Livre. “Não só relançar, mas lançar remixes de artistas do catálogo da gravadora”, adianta Renê. Os fãs de vinil também deverão ser atendidos, pois o formato também está no radar da Austro.
Aguardamos os próximos lançamentos já torcendo pela contratação de meninas para o casting 🙂
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