SmartBiz 20 anos: 20 grandes artistas internacionais que a agência trouxe ao Brasil
De The Sisters of Mercy a Laurent Garnier e Octave One, muitas estrelas já passaram pelo país graças ao trabalho de Fernando Moreno com a SmartBiz
Lembra que, até alguns meses atrás, você estava na pista curtindo a noite com seus amigos, dançando ao som de ótimos DJs? Infelizmente tivemos que nos afastar das pistas por um bom tempo devido à disseminação do coronavírus, mas a gente tem certeza que muitas lembranças boas permanecem vivas.
O fato é que, para muitos artistas internacionais se apresentarem o Brasil, existem processos de negociação e organização que envolvem diretamente as agência de bookings. Entre elas, está a SmartBiz, celebrando 20 anos de história com um background riquíssimo de shows e turnês intermediadas.
Abaixo, nós reviramos o baú junto à Fernando Moreno, sócio da agência, e relembramos algumas turnês históricas em que se envolveu. Antes, porém, ele não esconde: “foi muito difícil selecionar apenas 20 entre as centenas de bookings realizados nestas duas décadas de trabalho. Preferi então deixar a escolha bem natural e espontânea, conforme a lembrança e o significado fossem aparecendo”.
Por Fernando Moreno:
1. Vanguard (2001)
Dizem que ‘a primeira vez a gente nunca esquece’, né? Depois de algum tempo estruturando a agência, conseguimos trazer esses caras que eram destaque na cena underground do techno alemão. Eles tocaram no Lov.e Club e também na festa de encerramento da Semana de Moda de São Paulo.
2. Front 242 (2003)
Jamais pensei que um dia iria trabalhar com eles! Front, para os íntimos, é um dos maiores expoentes do EBM. O show foi no final de tarde de um domingo no Direct TV Hall (antigo Palace), o dia seguinte da festa com Laurent Garnier no Unique. Acho que fiquei o resto da semana de molho! Esse show foi uma das diversas parcerias com o selo Lado Z, sempre bom lembrar!
3. The Sisters Of Mercy (2012)
Também da série ‘jamais pensei que um dia…’. Foram dois shows, um em São Paulo e outro no Rio. Dessa vez a parceria, se não me engano, foi com o pessoal da Circuito. Os shows foram incríveis e eu sempre fui muito fã da banda, ter a oportunidade de viajar, conversar e dividir uns drinks com o Andrew Eldritch… que experiência!
4. Laurent Garnier (2003-2006)
O Laurent Garnier têm uma história de amor com o Brasil e é recíproco! Foram inúmeros shows memoráveis, então vou destacar essas festas: SmartBiz Party no Hotel Unique (recebemos o prêmio de melhor festa do ano pela coluna Noite Ilustrada da Folha de São Paulo, em 2003) e a do Lov.e Club em 2006, uma apresentação surpresa ‘mas nem tanto’ em uma segunda-feira. Pista e DJ mega inspirados… foi histórico e deixou a terça-feira com cara de feriado clubber.
5. Miss Kittin (2003)
A primeira tour foi bem impactante já que ela estava na mídia, tinha muita expectativa e causou comoção. Também teve uma vez que ela tocou no festival Skol Beats (no mesmo palco que o Laurent) e depois fomos parar em um after no D-Edge. Ela assumiu os toca-discos e a festa rolou até a noite do domingo. Quem foi, foi…
6. Karl Bartos em 2008
Mais uma da série ‘jamais pensei que um dia…’. Ele foi um dos principais membros do Kraftwerk e de alguns de seus grandes sucessos. Poxa, que emoção conversar e depois ouvir e vê-lo ao vivo, tocando essas músicas que influenciaram gerações!
7. Andy Fletcher DJ Set – Depeche Mode (2011)
Eu tive a oportunidade de trabalhar com muita gente que eu admiro e, pensando bem, isso pontua nossa atividade até hoje: trabalhar com quem gostamos. E no caso do Andy Fletcher, partilhar experiências e pequenas confidências é um privilégio e uma honra. Foram dois shows também, SP e Rio.
8. Vitalic (2013)
Como trabalhei diversas vezes com alguns artistas, cria-se uma amizade e uma cumplicidade. O Vitalic é desses, virou amigo. Tem um humor ácido que eu gosto muito, rs. Na primeira vez que veio, tinha lançado o mega hit “La Rock” fazia pouco tempo. Tocou no Lov.e e deu até para fazer uma outra festa last minute com o pessoal da Circuito. Ele também já tocou no festival Planeta Terra e Kaballah, tem uma relação mágica com Cuiabá e a turma do Vozz Club. Lamentavelmente tivemos que cancelar a tour de março de 2020 em razão da pandemia.
9. Michael Mayer
Quando veio a primeira vez e tocou no D-Edge, foi emblemático, não me lembro o ano realmente… A última foi na Capslock, em 2019, também marcante! Ele é um DJ bem versátil, sabe muito bem como levar a pista e a SmartBiz criou uma relação próxima com a Kompakt.
10. Tiga (2020)
Um clássico é um clássico! Foi muito bom conseguir organizar essa tour em janeiro de 2020. Fazia já um tempo que ele não vinha, o pessoal estava com sede! Ele tocou na Katz em São Paulo e na Rara no Rio e, no Carnaval, deu um pulinho no Warung e no festival do D-Edge. Com certeza foram algumas das últimas grandes festas pré-pandemia.
11: DJ Hell (2003)
O Hell é daqueles polivalentes: DJ e produtor, dono de selo, articulador, polêmico e, indiscutivelmente, um dos pilares da música eletrônica mundial. Provavelmente é um dos artistas que mais trabalhamos na nossa trajetória, já que ele veio por anos seguidos passar férias aqui, fugindo do inverno alemão.
Foram tantas festas, de buracos no centro de SP a festas de luxo em Brasília, de bar de praia em Ubatuba a club underground em Buenos Aires. Lembro em especial de uma festa fechada da Casa de Criadores no Shopping Frei Caneca, em janeiro de 2003, que abriu a temporada eletrônica…
12. FKA Twigs (2014)
Em 2014 rolou o live em uma festa fechada no Google Play, em São Paulo. Ela tinha acabado de lançar Two Weeks e estava namorando o Robert Pattinson (isso pesou na balança). O som dela é muito bom, pop bem feito, fluído, pegada trip hop. Artista cool em festa cool.
13. Amanda Lepore (2011)
Diva! Ela se apresentou na festa de 3 anos da noite Luxo Pop Show no Club Glória e ainda gravou um clipe em São Paulo. São apenas 5 minutos de apresentação mas que provocam uma explosão na audiência. Por isso que ela leva o apelido de ‘’bombshell”.
14. Adam Beyer (2003)
Da ferveção para o techno! O big boss da Drumcode também faz parte da história da SmartBiz. Na segunda vez que veio ao Brasil ele tocou na festa Circuito, em São Paulo e, creio, no festival FW em Fortaleza. O voo da volta foi cancelado, foram horas de espera sentados no chão do aeroporto. Um dia vamos falar de todos os perrengues… rs.
15. Steve Aoki (2008)
Antes dele estourar, organizamos uma ação da Nokia Mob Jam e ele tocou em quatro cidades, uma delas no D-Edge, em uma segunda-feira, na noite de rock da Vivi Flaksbaum. Ele escalou as paredes e se pendurou nas luzes em cima da pista, achei que ia dar ruim de verdade! Podemos dizer que ele é um DJ que, literalmente, se arrisca nas performances, rs.
16. Crystal Castles (2010)
Nem sei definir o som do Crystal Castles. Synthpop com electronic noise rock, distorcido e sujo. Veio para o festival Kaballah, aniversário de sete anos. A nação indie se deslocou até Itu para vê-los ao vivo. O outro show, histórico, foi no Circo Voador, no Rio.
17. Whitest Boy Alive no Studio SP (2009)
A banda veio em um dos momentos mais bacana da era indie, fez show no Studio SP no centro. O vocalista é o Erlend Oye, do Kings of Convenience, e que eu já o conhecia de uma tour anterior que havia feito, o projeto Phonique DJ set ft. Erlend Oye. O Erlend, no meio do show de SP, sai do palco e desaparece. A banda vai segurando com músicas acústicas, sem entender nada. Alguém falou que ele estava sentado em um canto na Rua Augusta, fomos buscá-lo e o show continuou, quase 10 minutos depois. Até hoje ninguém sabe direito o que rolou, rs. Inclusive esse episódio foi relatado na Rolling Stone.
18. Bella Berlin (2011)
Era a festa de encerramento do Smirnoff Night Exchange e era um intercâmbio com a Alemanha. Trouxemos vários representantes, o DJ Hell da Gigolo, Reinhard Voigt da Kompakt, Steffi ft. Virginia da Ostgut e a Bella Berlin, a ”living disco ball’ que é uma rica experiência visual.
19. Octave One (2005)
Techno, Detroit, live, Blackwater, I Believe, D-Edge, 2005… Já diz tudo, né? Fundamento. Um dos lives mais potentes que já vi.
20. Stephan Bodzin (2019)
Eu deixei o Bodzin para o final de propósito. Tenho muito orgulho e reconhecimento por trabalhar com um artista como ele, desde o seu início. Ele merece a posição que ocupa hoje em dia: headliner dos maiores festivais do mundo e inúmeros prêmios conquistados. Nos bastidores, uma figura pequena e muito carismática. Quando sobe no palco, fica gigante, ele é um artista completo.