Serge Erege rebobina a tecnologia dos anos 80 em novo clipe, e a música não poderia ser mais fofa
Não é de hoje que estamos de olho em Serge Erege. O paiuiense que saiu da pequena Piripiri para se jogar na vida artística em São Paulo foi um dos primeiros entrevistados do Music Non Stop – leia a entrevista aqui – em janeiro de 2016 e agora volta a chamar a nossa atenção por conta do clipe da faixa I Wonder, que foi feito pelos vídeo artistas Priscilla Cesarino e Danilo Barros, que formam a dupla Modular Dreams. No vídeo, mergulhamos na estética imagética dos anos 80 (saudades do programa Clip Trip!), década que fica ainda mais aguçada pela sonoridade de I Wonder, com uma pegada que remete a bandas como Smiths e The Cure.
E, bom, anos 80, amamos, somos! Saca só o clipe e depois parte pra entrevista com o fofo do Serge.
I WONDER – SERGE EREGE
Music Non Stop – I Wonder tem um refrão totalmente Smiths e uma pegada fofinha eletrônica rocker do The Cure. São duas referências enormes no seu trabalho. Como você entrou no som dos anos 80, por qual portal?
Serge Erege – Sim, tem muito deles junto com as mil outras coisas que me influenciam musicalmente. Mas acredito que na minha infância ouvia mais os hits do A-Ha, Eurythimics, Kate Bush, New Order. Smiths não eram tão populares na rádio. Talvez a Suedehead do Morrissey. Eu ouvia muito disso na minha infância, nasci em 86 e desde muito pequeno era fissurado em música, pelo que minha mãe conta eu cantarolava antes mesmo de saber falar. Conta ela que chorava comigo abraçado nas pernas dela cantando Qualquer Jeito da Kátia enquanto ela lavava louça. Já rolava uma inclinação pro drama desde ali. hahahaha.
Serge Erege – Olha, que massa! Não tô ligado nesse programa. Uma pena porque parecia ser bem bom, né? A gente dividiu a produção em dois dias. Num a gente ficou no estúdio deles brisando, rindo e gravando numa câmera miniDV e, no outro, fomos pra rua, fazer a mesma coisa. No primeiro dia, os meninos passaram as imagens em tempo real pro SYNTHIA (o sintetizador de imagens analógico deles) e no segundo fizemos tudo no iPhone do Danilo, pra depois ele e a Priscila passarem no mesmo sintetizador e editarem tudo. Foi bem divertido, a gente tem um humor bem parecido, então foi risada o tempo inteiro. Além de funcionarmos muito bem juntos, o dia passou e nem vimos. Fora isso os meninos têm referências parecidas com as minhas, a gente se entende. Tanto que eles me mostraram o resultado e pra mim já tava pronto. Praticamente não quis mudar nada. Já tava perfeito. Era aquele tipo de clipe que você sempre quis ter. Sabe?
Music Non Stop – No release do clipe você diz que a música é sobre estar numa cidade grande com tudo o que ela tem a oferecer, mas pouquíssimo acessível a você. Às vezes você sente isso com relação a SP?
Serge Erege – Sim, muito na real. São Paulo é uma cidade cara e dura. Ao mesmo tempo que te oferece muitas coisas também. Só que você tem que saber encontrar um rolê seu. Porque no geral tudo tem um preço meio fora da realidade, em especial, de quem paga aluguel e recebe pouquíssimo pra isso. Eu tenho várias questões com essa cidade. Curto e descurto muita coisa. Acho que a maior parte de quem tá aqui, né? De qualquer forma, estar aqui é um exercício muito bom pra um cara como eu, que veio dum lugar tão menor que aqui e tem tantas ambições de expansão. Não posso só reclamar de dureza, frieza etc. São Paulo me deu muitas coisas também. Então nunca é só um lado. E eu gosto daqui, mas não só isso.
Music Non Stop – Agora que você tem discos lançados, clipes lindos, que próximo passo vc gostaria de dar na carreira?
Serge Erege – Claudia, eu já tô no processo de pensar, rascunhar e fazer demos. Quero lançar algo pro próximo semestre já. Acredito que um EP. Antes disso tem mais um clipe na agulha que quero soltar jajá. Tô nessas de divulgar o álbum antes de lançar canções novas, mas elas já tão fervilhando na minha cabeça, fora umas que tão guardadas e não entraram pro Scorpio.
OUÇA SCORPIO DE SERGE EREGE
Music Non Stop – Você consegue imaginar como seria seu som se de fato você vivesse nos anos 80?
Serge Erege – Olha, ou seria muito contemporâneo ou eu faria punk rock, que tem um pouco a ver com o que eu faço. Mas só dá pra saber estando, né? Eu tenho isso de ser saudosista, de repente ia ver tanto punk tardio, pós-punk e new romantic que ia querer fazer folk. hahahahha Vai saber.