Miley Cyrus no palco do lollabpalooza foto: divulgação

Sábado no Lollapalooza. Miley Cyrus, Anitta, Emicida e o anúncio do novo line up de domingo

Jota Wagner
Por Jota Wagner

Miley Cyrus mandou no sábado do Lollapalooza. Fez cover de Pixies, Blondie, declarou seu amor a Anitta (com que fez um feat) e fez um dos shows mais impressionantes do festival até agora.

Um mundo de gente, uma noite quente e sem chuva, uma artista dona do palco e prestes a surpreender quem prestigiou o sábado do Lollapalooza. Miley Cyrus estava no lugar certo, na hora certa e tocou as músicas certas para encantar a multidão.

Miley mostrou que seu DNA é brabo mesmo. Ela é filha de Billy Ray Cyrus, um dos caras mais “badass” da música country americana. O show teve covers que trouxeram um bom retrato das referências ecléticas da cantora. Teve Pixies (Where is My Mind), Blondie (Heart Of Glass), Nancy Sinatra (Bang Bang) e sim, teve aquele feat com Anitta. A cantora carioca subiu ao palco para cantar Boys Don`t Cry enquanto Miley dava tapas em seu bumbum entregando que “são besties”. Quando deixou o palco, Anitta deve ter ouvido a rasgação de seda da americana. “Hoje eu tive a artista número 1 no meu palco, porra”, disse, fazendo referência ao pódio conquistado na última sexta-feira pela carioca: sua música Envolver foi a mais ouvida no Spotify global, feito inédito para um artista brasileiro.

Em seguida, Miley se sentou e foi às lagrimas falando sobre seu amigo Taylor Hawkins, baterista do Foo Fighters, morto na véspera. “Vocês devem ter lido que meu avião teve que fazer um pouso de emergência por conta de um raio que o atingiu. Assim que aterrissamos, liguei pro Taylor, pois eles estavam no mesmo hotel que eu. Muito devastador saber que nunca mais poderei ligar pra ele”, disse Miley antes de cantar “Angels Like You”, dedicada ao baterista.

Miley Cyrus. Foto divulgação

Alessia Cara, que tocou um pouco antes, também fez um ótimo show e não deixou de homenagear  Taylor. Conversamos com o pessoal da técnica do Lolla. “Todo mundo trabalhou triste”, nos contou Cesar Maluf, um dos responsáveis pela logística dos quatro palcos do festival.

Antes do implacável astro rei descansar, Silva fez um show prestigiado por uma massa de gente. O cantor apimentou seu som, deixando suas músicas mais quentes do que nas gravações originais e isso agradou muito ao público do Lolla. Outro brasileiro que fez bonito foi Emicida.

O André Dip, do Música Pavê, nos contou o que achou do show:

“Eu já fui em seis ou sete shows do Emicida. Em todos, o que mais tem em comum é a qualidade. É sempre forte no som e sempre forte na mensagem. O que mais me chamou a atenção neste show do Lolla é que ele mandou as mais brabas no começo. Ele não se preocupou em conquistar território ou conquistar o público. Ele chegou chegando, mandando as músicas mais combatentes de seu set”

A organização do Lolla também divulgou neste sábado os artistas responsáveis por fechar o festival no lugar do Foo Figthers. Planet Hemp, Emicida e vários outros artista de rap vão ocupar o horário da banda e homenagear Taylor. Sim, nós sabemos que você (como nós) estranhou a escolha, já que o Foo Fighters é uma banda de rock. Que seja grandioso.

No palco eletrônico, o dia foi de nomes bombados como Alok, Chemical Surf, Deorro e Alexisonfire, mas quem viu a apresentação do veterano DJ Marky soube que nem só de pirotecnia e fumaça vive a música eletrônica. Um dos maiores nomes do drum’n’bass mundial subiu ao palco ao lado de MC Black rimando em português para um público altamente conectado com seu som. O tempo passa, mas Marky segue firme no game.

Veja como foi o sábado no Lollapalooza.

 

Jota Wagner

Jota Wagner escreve, discoteca e faz festas no Brasil e Europa desde o começo da década de 90. Atualmente é repórter especial de cultura no Music Non Stop e produtor cultural na Agência 55. Contribuiu, usando os ouvidos, os pés ou as mãos, com a aurora da música eletrônica brasileira.

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