Roxy Music volta no verão europeu em formação original

Claudia Assef
Por Claudia Assef

No meio, o vocalista Bryan Ferry, que virou cantor de sucesso depois do Roxy Music

Se tem um lugar onde eu gostaria de estar no dia 19 de junho deste ano este lugar é Barcelona, mais especificamente na Fira, um grande espaço deslocado do centro da cidade onde acontece a parte noturna do festival Sónar.  É lá que se apresenta nesta data exata a banda inglesa Roxy Music, com o vocalista Bryan Ferry,  o guitarrista Phil Manzanera, o saxofonista Andy Mackay e Paul Thompson, baterista da formação original. Só estará faltando Brian Eno, o gênio da ambient music, que saiu do Roxy Music para consolidar-se numa carreira solo como artista e também como produtor estrelado (de U2 a Bowie).

O grupo existiu entre 1971 e 1983 e se transmutou em tantas sonoridades que fica difícil colocá-los num cercadinho só. Art rock, glam, baladas e até música eletrônica surgiram em seus discos. Roxy Music foi um dos grupos mais estilosos da história, guiado pela voz sexy e envolvente do seu frontoman, Bryan Ferry.

Muito além de hits como a favorita das rádios de dentista More Than This, o Roxy Music marcou a música pop com um som sofisticado e redondo. Se você não conhece nada além de More Than This comece pelo maravilhoso disco Manifesto, de 1979, e ganhe uma aula de pop rock elegante (Angel Eyes, é o que há de classuda, e a faixa-título soa como se Serge Gainsbourg tivesse uma banda na Inglaterra).

Além do Sónar, o Roxy Music anunciou num hotsite que parece ter sido feito às pressas que também se apresenta em outros dois festivais, o Lovebox (16 a 18 de julho, no Victoria Park, em Londres) e o Bestival (entre 9 e 12 de setembro, na Ilha de Wright).

Se você, como eu, vai ficar só na vontade de ver essa banda absurda, pelo menos dê-se o luxo de dar uma paradinha no trabalho pra assistir o clipe de Angel Eyes.

Claudia Assef

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Autora do único livro escrito no Brasil sobre a história do DJ e da cena eletrônica nacional, a jornalista e DJ Claudia Assef tomou contato com a música de pista ainda criança, por influência dos pais, um casal festeiro que não perdia noitadas nas discotecas que fervilhavam na São Paulo dos anos 70.