Rock and Roll Tour: Listamos os principais roteiros para curtir a cultura pop nos EUA

Claudio Dirani
Por Claudio Dirani

Memphis, Nova York, Los Angeles e Seattle: passeios épicos pelas cidades que fazem diferença na história da música

O Rock and Roll ainda está vivo? Em 1995, o novaiorquino Lenny Kravitz abriu a Caixa de Pandora ao blasfemar que o “rock and roll estava morto” e “que você vive de uma imagem… com cinco mil mulheres em sua cama e diamantes em sua cabeça”.

Se Kravitz estava sendo literal em sua música, não importa. A polêmica temática do single “Rock and Roll Is Dead”, extraído do álbum Circus, não ficaria sem resposta.

Diretamente de seu QG no Paisley Park Studios, Prince reagiu de forma incisiva: “Rock and roll está vivo e vive em Minneapolis. Até mesmo o presidente embarca nesse avião chamado fama”, acusou o saudoso multitalentoso filho do gélido estado de Minnesota na faixa inclusa no lado B do single “Gold” – o segundo escolhido por Prince Roger Nelson para prover o disco The Gold Experience.

A guerra de guitarras promovida pelas duas lendas do pop norte-americano há mais de um quarto de século não encerrou o assunto, mas nos convida a viajar pelo território mais fértil do mundo, quando o tema é música.

É fato que entre 2020 e 2021, trafegar pelos Estados Unidos – e qualquer outra parte do planeta – para explorar as incontáveis maravilhas do turismo se tornou uma atividade quase proibida em razão da pandemia de covid-19.

Aos poucos, entretanto, as fronteiras foram se abrindo para mochileiros, turistas e aventureiros. Entre eles, os “desbravadores da América musical”, que sempre foram mais parciais à teoria de Prince, de que “o rock está vivo… Algumas pessoas dizem que está morrendo, mas nós não queremos entrar nesse jogo”.

A Memphis do Rei do Rock

Nossa aventura tem início do deep south norte-americano. Para descobrir os segredos da cidade onde Elvis Aaron Presley deu seus passos iniciais na história do rock, é possível decolar do Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo para Memphis, via United Airlines, Delta, ou American Airlines. A jornada pode ter uma ou duas escalas, sendo a mais longa com paradas na Cidade do Panamá e Nova York.

 

Ao chegar em Memphis, é imperativo conhecer o endereço 706 Union Avenue. Ao avistar o pequeno prédio de tijolos, nota-se a olho nu no logo dourado que estamos no Sun Studio, apelidado como “O berço do Rock and Roll”.

Por US$ 15 (preço para adultos), de domingo a segunda, o Sun Studio está aberto à visitação – e até mesmo ao uso dos equipamentos que um dia foram usados pelo produtor e proprietário Sam Phillips para gravar mitos como Jerry Lee Lewis, Carl Perkins, Johnny Cash, B.B King e ele, o maior de todos – Elvis Presley.

Falando em Elvis, o recente lançamento do longa de Baz Luhmann revigorou o interesse dos turistas em reviver a lendária sessão de gravação em 18 de julho de 1953 no Sun Studio (antes, chamado Memphis Recording Service), onde o futuro rei do rock and roll, então com 18 anos, pagou US$ 4 (o equivalente a US$ 40 em 2022) para registrar sua voz nas canções “My Happiness” e “That’s When Your Heartaches Begin”, prensadas em um acetato de 78 rotações.

A icônica gravação serviria como presente do dedicado filho Elvis à amora mãe, Gladys, se não tivesse sido deixada durante anos na casa de um amigo, até finalmente ser leiloada por US$ 300 mil em 2015.

De 1953 a 1955, Elvis Presley ainda usaria o Sun Studio, em Memphis, para gravar pelo menos mais 22 músicas. Em sua incursão no dia 5 de julho de 1954, o aspirante a ídolo finalizaria “That’s All Right”, faixa escolhida para ser o primeiro single comercial da carreira, ao lado de “Blue Moon Of Kentucky”, registrada dois dias mais tarde.

Além do Sun Studio, a excursão por Memphis ainda oferece outra parada obrigatória: Graceland – a mansão convertida em um completo museu sobre a vida e obra de Elvis Presley, onde os fãs têm a possibilidade de se hospedarem em um de seus anexos, com direito a usufruir de dois restaurantes, teatro e piscinas.

Em agosto de 2017 – 40 anos depois da morte de Elvis Presley – Graceland ganhou um atrativo de gala: o Elvis Experience, um complexo de 200 mil m² orçado em US$ 45 milhões e custeado pela viúva Priscilla Presley.

Com valores dos pacotes oscilando entre US$ 27 e US$ 196, os peregrinos que chegarem ao nº 764 da Elvis Presley Boulevard poderão ver de perto roupas usadas nos shows, instrumentos musicais, além da surreal coleção de carros do Rei, incluindo o mítico Cadillac Fleetwood 60 de cor rosa, e o BMW 507 adquirido na Alemanha em 1958, enquanto servia o exército.

Após a reforma e ampliação de Graceland, os visitantes já podem fazer o tour guiado por inteligência artificial, graças ao app incluído em um iPad distribuído na entrada do complexo.

Rock na Nova York de Bob Dylan e Ramones

Servida pela maioria das agências turísticas e companhias aéreas nacionais e internacionais, a cidade de Nova York não é somente o centro nervoso da economia mundial, como há décadas já reina absoluta como capital cultural do Planeta.

Situada no estado de Albany, na costa leste norte-americana, a ilha de Nova York é dividida em boroughs, sendo eles: The Bronx, Manhattan, Brooklyn, Queens e Staten Island. Ao todo, cerca de 9 milhões de habitantes ocupam seus cinco distritos.

Explorar Nova York é um trabalho árduo, mas não por conta da dificuldade de locomoção. O The New York City Subway (metrô) conta com 468 estações a serviço de 24 linhas com 1.355 quilômetros de extensão.

A maior dificuldade na visitação é encontrar tempo para conhecer tantos pontos de interesse ligados à música.

Os discípulos de Joey, Johnny, Dee Dee e Tommy Ramone (formação original do grupo em 1974), por exemplo, precisarão se deslocar por quase todos os pontos da Big Apple para absorver toda a história do quarteto.

Nativos do Queens, os Ramones se conheceram nas cercanias do condomínio Birchwood Towers, situado entre os números 102-10 66th Road, em Forest Hills. Para visitar as proximidades dos prédios é preciso descer na estação 67 Av. e caminhar alguns quarteirões.

Outro destino crucial da excursão Ramones é a locação onde funcionou o clube C.B.G.B entre 1973 e 2006. Foi no palco do C.B.G.B, no 315 da rua Bowery, ao sul de Manhattan, que a banda foi descoberta pelo empresário e autor Danny Fields em 1975.

Para chegar lá, as melhores e mais rápidas opções são as estações do metrô 2nd Avenue, Broadway-Lafayette e Bleecker Street.

Nomes de destaque da era punk/new wave, como Blondie, Talking Heads e Patti Smith, também são oriundas das agitadas – e suadas – noites no inferninho C.B.G.B.

Logo após assinarem com a Sire Records em 1975, os Ramones registraram oficialmente suas primeiras composições em um estúdio localizado em Midtown Manhattan, mais precisamente em um dos andares do charmoso – e justamente por isso, totalmente “anti-Ramones” – Radio City Music Hall.

Situado ao número 1260 da 6th Ave (próximo à estação do metrô 50-51st – Rockfeller Center) no suntuoso Rockfeller Center, o Radio City é uma das casas de espetáculos mais tradicionais de Nova York.

Inaugurado em 1932, o Radio City já foi usado para inúmeras premiações, como Grammy e Tony Awards, além de alugar suas dependências para estreias de clássicos e Hollywood e apresentações musicais ecléticas e estelares, como as de Stevie Wonder, Aretha Franklin, Ray Charles e Eurythimics.

Já a ligação dos Ramones com o Radio City Music Hall é menos conhecida – mas não por isso, menos significativa. Em 2 de fevereiro de 1976, o grupo usou o elevador do complexo para entrar pela primeira vez no cavernoso Plaza Sound, localizado no rooftop do Radio City.

Naquele mesmo espaço, onde o diretor musical do canal NBC, Arturo Toscanini costumava ensaiar sua sinfonia, o quarteto precisou somente de quatro dias para registrar as 14 faixas que viriam integrar o seu LP de estreia, Ramones.

1961: Robert Zimmermann chega em NY

Nova York e Robert Zimmermann – nome de batismo de Bob Dylan – são itens que muitas vezes se confundem, quando precisamos voltar no tempo para contar uma saga iniciada no raiar da década de 1960 e que prossegue prolífica até os dias atuais.

Para se conhecer Bob Dylan a fundo, também é preciso mergulhar na história de Manhattan, com destaque para a região do Village – centro nervoso do movimento conhecido como Folk Revival.

Embora o incrível Bob Dylan Center – aberto ao público em maio de 2022 – tenha sido aberto na cidade de um de seus grandes ídolos, Woody Guthrie, em Tulsa, Oklahoma, pode se dizer que Nova York é uma espécie de museu vivo de Bob Dylan.

A começar pelos clubes e cafeterias do West Village, ao sul de Manhattan, que serviriam de palco para Dylan ganhar milhagem como artista.

Em 24 de janeiro de 1961, Bob Dylan deu a largada oficialmente em sua carreira musical, servindo como músico de apoio para os grupos que se apresentaram na matinê do Café Wha? – então uma casa recentemente nova, inaugurada em 1959 pelo veterano da Segunda Guerra e ator, Manny Roth.

Já em 11 de abril daquele ano, a pouco mais de um mês de completar 20 anos, Bob Dylan recebeu um Golden ticket: a chance de abrir para o artista principal da noite, o bluesman John Lee Hooker, no palco do Gerde’s Folk City, localizado ao número 11 da West 4th Street.

Não menos histórico é o Gaslight Café, instalado no 116 da MacDougal St, onde Bob Dylan se apresentou incontáveis vezes e ainda debutou (para os sortudos ouvidos de alguns amigos) em 1962 um de seus hinos folk: “A Hard Rain’s Gonna Fall”, incluída em The Freewheelin’ Bob Dylan, seu segundo LP pela Columbia Records, lançado em maio do ano seguinte.

Se conhecer o ambiente dos clubes noturnos (ou ao menos, do que se tornaram as locações originais) é mandatório, um exemplar fã de Bob Dylan não pode deixar a cidade antes de imitar as poses do Bardo de Minnesota nas capas de dois de seus seminais álbuns: The Freewheelin’ Bob Dylan e Highway 61 Revisited.

A primeira é a mais fácil das missões. A sessão de fotos de Freewheelin’ aconteceu nos arredores do Village em fevereiro de 1963, conduzida pelo fotógrafo da Columbia Records, Don Hunstein.

Para reproduzir a capa (de preferência, com alguma pessoa ao lado), é preciso descer na estação de metrô W 4th Street e procurar o cruzamento da Jones St. com a 4th. A locação, aliás, não é distante do loft onde Dylan morava com sua namorada, Suzie Rotolo, ao número 161 da mesma rua. Rotolo, aliás, é a coestrela da capa de Freewheelin’.

Baseado em minha experiência particular, foi mais complicado encontrar a locação usada para a capa de Highway 61 Revisited – o LP que trouxe ao mundo o épico single “Like A Rolling Stone”, em 1965.

Para chegar até o ponto que serviu como cenário para a foto tirada por Daniel Kramer no final de maio de 1965, é preciso se deslocar mais ao norte de Manhattan, mais precisamente até o nº 4 da Gramercy Park West, endereço que serviu como residência para o primeiro empresário de Bob Dylan, Albert Grossmann.

Gramercy Park é uma espécie de condomínio privativo, mas é possível circular nos arredores do bairro e posar para algumas fotos nos degraus da casa.

Para chegar ao destino, desça na estação de metrô da 23 St. O melhor ponto de referência é seguir do edifício Flat Iron, no sentido bairro, rumo ao endereço onde a capa foi produzida.

Rock and Roll L.A.: a Califórnia das estrelas

 

Normalmente, os voos para Los Angeles duram cerca de 12 horas, mas podem até chegar a 15 horas, caso a opção seja por viagens mais baratas e com uma escala na rota.

A jornada pela Costa Oeste dos Estados Unidos, entretanto, tende a ser transformadora, principalmente para os amantes da cultura pop.

Los Angeles respira música e cinema – e o melhor de tudo, é que é possível se aventurar pelos pontos de grande interesse em desembolsar muitos dólares. L.A, vale a menção, é uma cidade cara, já que o turismo e o entretenimento são suas principais fontes de arrecadação.

Ao contrário de Nova York, Los Angeles é uma cidade onde o turista precisa se locomover de carro – seja ele particular ou por aplicativo.

Sendo assim, colocarei os endereços de cada locação, antes de cada destino para facilitar a locomoção pela Cidade dos Anjos que um dia foi território mexicano e se chamava El Pueblo de Nuestra Señora la Reina de los Ángeles del Río Porciúncula.

Venice Beach ainda mantém a atmosfera hippie dos anos 70, e por isso torna-se parada obrigatória nesse tour rock and roll. Foi nessa praia localizada a oeste de L.A. próxima a Santa Monica e Culver City na Ocean Front Walk, que Jim Morrison e Ray Manzarek decidiram unir seus talentos para formar o The Doors em julho de 1965.

Outro sítio ligado ao The Doors é o clube Whisky a Go Go, que também é famoso por servir de palco para outros gigantes como Janis Joplin e Led Zeppelin. Em agosto de 1966, logo após se apresentarem no Whisky A Go Go sob os atentos olhares do produtor Paul A. Rotchild, o The Doors assinaria seu primeiro contrato com a Elektra Records.

A (quase sempre) ensolarada Califórnia também é uma atração para os apaixonados pelos Beach Boys. Ao contrário das aparências, o grupo liderado por Brian Wilson não era formado por surfistas. Apenas Dennis Wilson, o mais jovem do clã, era fã dos tubos.

Em Los Angeles, uma das missões obrigatórias para os fãs dos Beach Boys é vislumbrar o número 1448 da Laurel Way, no suntuoso bairro de Beverly Hills. Foi nesse endereço que Brian Wilson viveu em seu período mais criativo, entre 1965 e 1967, e grande parte das músicas de Pet Sounds e SMiLe foram compostas ao piano. Entre elas, “God Only Knows” e “Good Vibrations”.

Los Angeles é uma cidade central para quem ama hard rock e heavy metal. Duas das maiores bandas de todos os tempos do gênero começaram em L.A,: Metallica e Guns N’ Roses.

Localizado ao número 9081 da Santa Monica Boulevard, o The Troubadour pode ser considerado um dos marcos zero do Guns N’ Roses. Foi nessa casa de shows inaugurada em 1957 que a banda de Axl Rose e Slash foi descoberta pela Geffen Records em 1986.

Antes do Guns, é imprescindível lembrar, que o Troubadour já era um dos pontos mais icônicos do rock and roll há décadas, tendo recebido em suas dependências uma verdadeira seleção do gênero. Passaram por lá proeminências do rock e folk, como Elton John, Carole King, Van Morrison, Eagles, Tom Waits e muitos outros.

Em outubro de 1981, os fãs do metal conheceriam a primeiríssima formação do Metallica: James Hetfield (guitarra base), Lars Ulrich (bateria), Dave Mustaine (guitarra solo) e Ron McGovney (baixo). Foi na garagem da residência de McGovney que o grupo produziria sua primeira fita demo, em março de 1982. A casa, infelizmente, não existe mais em sua forma original, localizada na 13004 Curtis & King Rd, em Norwalk. Para chegar às cercanias do local onde o Metallica deu seus primeiros headbangs, entretanto, é preciso pegar o carro e guiar cerca de meia hora, em sentido sudeste. Norwalk fica a cerca de 25 quilômetros da grande Los Angeles.

Seattle: onde a chuva deu lugar ao grunge

Nossa longa e elétrica jornada está se aproximando da fase final, com desembarque no estado de Washington, onde está a eternamente chuvosa Seattle. Para chegar lá, United, Delta, Air Canada e Aeromexico oferecem voos com escalas, com duração variável entre 16 e 28 horas (no caso da Air Canada, com parada em Toronto).

Quem aprendeu a amar o rock no início da década de 1990, não pode se dar ao luxo de desprezar Seattle e cercanias. A cidade-natal de Jimi Hendrix foi o berço de uma revolução cultural que sobrevive hoje graças à resistência do Pearl Jam – a mais importante sobrevivente do rico movimento também protagonizado por Nirvana, Soundgarden e Alice In Chains.

Um dos destinos preferidos dos peregrinos, quase sempre trajados de camisa de flanela, é a casa onde Kurt Cobain morou durante a infância. A residência permanece intacta no 1210 E. First St, onde hoje é patrimônio cultural de Aberdeen. A cidade, aliás, fica um distante do centro de Seattle: cerca de 175 quilômetros.

Outra localização que vale o preço da cara gasolina vendida hoje nos EUA é o London Bridge Studios, outro endereço fora da grande Seattle. Situado no 20021 da Ballinger Way, em Shoreline, o estúdio foi usado pelo Pearl Jam na gravação dos clássicos “Alive”, “Jeremy” “Black” e “Even Flow”, todos incluídos em Ten, LP de estreia do grupo, lançado em 27 de agosto de 1991.

Antes de debutar com seus companheiros em Ten, o futuro vocalista do Pearl Jam (que ainda se chamava Mookie Baylock, em honra ao jogador de basquete do New Jersey) concordou em dividir as funções de cantor em “Hunger Strike”, single de estreia do Temple of Dog.

O supergrupo havia sido criado havia poucas semanas das sessões de Ten pelo frontman do Soundgarden, Chris Cornell, em tempo de prestar homenagens ao falecido Andrew Wood, líder do Mother Love Bone.

Além de conferir a locação histórica onde o vídeo de “Hunger Strike” foi gravado, sob direção de Paul Rachman (o mesmo de “Man In The Box”, do Alice In Chains), a sugestão é seguir para o belo Discovery Park. O clipe foi rodado nos arredores de um farol, o West Point Lighthouse. O endereço preciso do parque é Discovery Park Boulevard, nº 3801.

Agora que chegamos ao fim da viagem…are you still alive?

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Claudio Dirani

Claudio D.Dirani é jornalista com mais de 25 anos de palcos e autor de MASTERS: Paul McCartney em discos e canções e Na Rota da BR-U2.

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