Uma das coisas que notei desde que mudei para a Holanda, no ano passado, é a quantidade de festivais dedicados a nomes menos conhecidos e à música experimental que rolam em várias cidades do país. Depois do Eurosonic Noorderslag, em Groningen (janeiro), e do Sonic Acts, em Amsterdam (fevereiro), agora é a hora de se preparar para o Rewire, em Haia, entre 31 de março e 2 de abril.
Em sua sétima edição, o evento se define como “um festival internacional anual para música aventureira”, o que na prática significa um line-up de mais de 100 shows com forte queda para a música eletrônica de vanguarda, como mostra a playlist oficial no Spotify.
Tem para todos os humores: a alto-astral Jessy Lanza; o som eletroacústico complexo e bonito do francês Daniel Wohl; o produtor cabeçudo Arca (cuja faixa Anoche foi eleita esta semana como best new music pelo Pitchfork); a vibe cabeça dos ingleses do These Hidden Hands; a barulheira do Wolf Eyes; e a perturbação do Pharmakon.
O maravilhoso Arca, uma das atrações fortes do Rewire 2017
Mas o maior destaque é uma banda de shoegaze que volta à ativa depois de 20 anos de silêncio, o Slowdive, com faixa nova na praça e em vias de começar uma turnê pelos Estados Unidos e por alguns festivas de verão na Europa. O hype do grupo inglês, um dos mais importantes do movimento musical cujo expoente é o My Bloody Valentine, só deve aumentar com o show no festival, no qual eles prometem tocar faixas do aguardado disco novo, a sair em 2017.
Slowdive – Star Roving
Município portuário no sudoeste do país, a uma hora de trem de Amsterdam, Haia é uma cidade cara e com ar pomposo. Lá está a sede do governo, e seus bulevares largos abrigam a maioria das embaixadas de outros países – o que pode ser um tédio. Mas lá também está a maior coleção de Mondrians do mundo, além de um excelente museu de fotografias e de Scheveningen (tente pronunciar!), uma praia meio cafona, meio divertida adorada pelos holandeses.
Um dos shows do Rewire festival de 2015: locações se espalham pela cidade de Haia
O Rewire rola em seis espaços na região central, incluindo igrejas, fábricas antigas e os tradicionais teatros e casas de show. A gente vai cobrir e trazer o melhor do festival pra você. Fica de olho!