
Durante os últimos meses, Lady Gaga contou que seu próximo álbum, MAYHEM, lançado na última semana (07), seria influenciado pela música industrial, dos anos 80. Já começo avisando que, se algum fã do gênero for correndo ouvir o álbum esperando uma estroboscópica pista do Madame Satã, vai cair do cavalo. É mais fácil achar um gene ariano em um neonazista brasileiro do que uma derradeira sonoridade da urbana e melancólica da música industrial neste trabalho.
Mais fácil encontrar a Madonna das décadas de 80 e 90, essa sim uma estética fortíssima, usada sem pudor em Mayhem, assim como todas as fórmulas que a levaram ao estrelato. Um disco, seu sétimo na carreira, muito mais de reafirmação do que inovação, mostrando que a cantora anda bastante com preocupada com a concorrência em ascensão de nomes como Dua Lipa e Charli xcx. Para os fãs, um deleite. Para os demais, outro álbum de Lady Gaga, tanto nas sopas instantâneas para palcos de festivais quanto na sofrencia das suas baladas, mais “juntos e shalow now” do que nunca.
Quando se está na esfera mais alta do pop mundial, a coragem é imprescindível. Esta sim uma referência de Madonna que deveria ser copiada exaustivamente. No topo da montanha, não há mais como subir. É preciso descer e começar a escalar um outra. Enquanto Gaga cria coragem para tal, segue mais um de seus álbuns, produzido e composto em conjunto com nomes como Andrew Watt, Cirkut e Gesaffelstein e Bruno Mars. O destaque da obra, aliás, é justamente fruto de uma de suas parcerias. Killah, feita com Gesafelstein, cheia de referências a Prince e David Bowie. Quem dera todo o disco rodeasse por esse núcleo.
Lady Gaga estará no Brasil em maio, para um show na praia de Copacabana. Que será um sucesso, não há a menor dúvida. Não se chega onde ela chegou à toa. E para todos os que lá estarão, há mais 14 novas músicas possíveis para incluir no setlist do show. Fora isso, the song remains the same.
