Reis do indie folk foram responsáveis por uma das performances mais ovacionadas desta edição do festival
Se no sábado a apresentação do Air garantiu unanimidade como o grande show da noite do C6 Fest 2025, no domingo a coisa diferente. A briga foi boa entre as novatas do The Last Dinner Party, que encantaram seu público, o bailão disco funk de Nile Rodgers & Chic e os reis do indie folk Wilco. As três atrações botaram fogo na plateia que estava no Parque do Ibirapuera.
Wilco fez um show clássico de rock, seguindo sua cartilha mais básica: roadies entrando e saindo à vista de todo mundo fazendo os últimos ajustes em frente a uma plateia que disputava espaço na frente do palco, uma projeção que se limitava ao logotipo da banda. Só e apenas isso como firula para a entrada de uma banda que fez um show irretocável, cuja felicidade em tocar transparecia com a clareza de uma criança pedindo milkshake.
O Music Non Stop perguntou ao Wilco, durante coletiva de imprensa, como se sentiam sabendo que sua música, tipicamente estadunidense, havia chegado tão longe, sendo cantada por gente de um país distante. A resposta foi carinhosa: Nels Cline pediu para fazer uma confissão, contando “que muita das músicas mais incríveis que ele conhece são brasileiras”. Para ele, havia uma emoção especial saber que o público “mãe” de tantas canções maravilhosas gostava e conhecia seu trabalho. “Eu amo muitas canções estrangeiras sem saber o significado das letras”, completou.
No palco, Cline e sua banda deixaram bastante claro que não foram demagogos ao responder ao MNS. Estavam radiantes. Um desfile de hits acompanhados por um público que estava ali para eles. E quando se tem a plateia na mão antes mesmo do primeiro one, two, three, four, fica mais fácil. O sexteto flutuou entre catarses noise, baladinhas folk, um toque de rock progressivo e longos momentos de improvisações. O público esteva entregue. “Vem, me pega!”, pareciam dizer todos os que estavam na plateia. E, sim, o Wilco nos deu um belo de um trato.
Foto: @observadordaimagem/Music Non Stop
Matematicamente, deixaram três hits do seu álbum mais conhecido, para o grande final: Jesus, Etc., Heavy Metal Drummer e I’m The Man Who Loves You. Foi o lubrificante desnecessário, mas carinhoso, para uma plateia que já estava molhadinha. Saíram do palco com um sorriso capaz de engolir as orelhas sob os berros de milhares de pessoas que receberam exatamente aquilo que desejavam. O melhor do Wilco, de ponta a ponta!