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Balaclava Fest 2025: ousando e construindo pontes

Balaclava Fest 2025

Stereolab no Balaclava Fest 2025. Foto: Tati Silvestroni/Music Non Stop

Saiba como foi a edição deste ano de um dos principais encontros do rock alternativo no Brasil

Por Zé Antonio Algodoal

Realizado no último domingo no Tokio Marine Hall, o Balaclava Fest 2025 reafirmou seu papel como um dos principais encontros da música alternativa em São Paulo. Como sempre, o festival contou com uma curadoria afiada e dois palcos pulsando diversidade, reunindo nomes consagrados e apostas ousadas, criando uma atmosfera de celebração e descoberta e construindo pontes entre gerações, gêneros e geografias.

A cantora catarinense Gab Ferreira abriu o evento com um show no palco Vans, em que apresentou as músicas de seu álbum Carrossel. Com letras em inglês e português, arranjos sofisticados e uma voz madura, passeou livremente entre músicas que mostram influências da psicodelia, shoegaze e música brasileira, mas sempre embalados por seu estilo muito bem construído. O mesmo espaço recebeu a segunda atração do dia, Walfredo em Busca da Simbiose, projeto audiovisual liderado pelo cantor, produtor e guitarrista Lou Alves, que mostrou as canções melódicas do recém lançado Mágico Imagético Circular.

A terceira atração foi o músico britânico Geordie Greep, ex-frontman do Black Midi, que abriu o palco principal acompanhado de uma banda formada por músicos brasileiros trazendo uma mistura de jazz, experimentalismos e um toque de latinidade. O repertório composto por músicas de seu primeiro disco solo, The New Sound, agradou a plateia antenada, que vibrou ao som de músicas que nem sempre soam fáceis a ouvidos menos treinados.

A próxima a se apresentar foi a Jovens Ateus, banda pós-punk da cidade paranaense de Maringá, que tem conquistado público com suas apresentações enérgicas e canções com sabor de anos 80. Seu álbum, Vol.1, já é considerado por muitos um dos melhores do ano.

Yo La Tengo no Balaclava Fest 2025. Foto: Tati Silvestroni/Music Non Stop

De volta ao palco principal, Yo La Tengo mostrou por que é considerado um verdadeiro patrimônio da música alternativa. Em um show que facilmente poderá entrar na lista dos melhores do ano, o grupo americano alternou entre momentos calmos e outros cheios de energia e a barulheira da guitarra de Ira Kaplan, completados pelo baixo de James McNew e a bateria precisa de Georgia Hubley.

Generoso, o repertório contemplou músicas dos álbuns mais recentes, mas sem esquecer de clássicos mais antigos, como a instrumental I Heard You Looking, do disco Painful (1993), que ganhou uma versão de mais de dez minutos com a participação de Tim Gane, do Stereolab, que se apresentaria mais tarde.

O palco Vans foi fechado com uma apresentação da banda americana Horse Jumper of Love, que lotou o pequeno espaço desanimando muita gente que não conseguiu um bom lugar para assistir ao show.

A noite foi encerrada com a atração mais esperada, Stereolab, que, como sempre, fez um show correto, muito bem-executado, mas que frustrou uma pequena parte dos fãs pela ausência de músicas mais antigas no repertório. Mesmo assim — e mesmo depois do show absurdo do YLT —, a noite era deles.

O festival teve ainda um side show do Yo La Tengo no Cine Joia, em que optou pelo formato acústico, mais intimista, em uma apresentação sem setlist. Começaram com uma versão instrumental de Blitzkrieg Bop, dos Ramones, atenderam a pedidos da plateia tocando inclusive músicas que raramente eram executadas nos shows e fizeram covers de canções de grupos como Love, Angry Samoans, Gary Lewis & The Playboys, diante de uma plateia extasiada, absolutamente silenciosa e reverente à banda que encerrou de forma sublime o Balaclava Fest 2025.

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Geordie Greep no Balaclava Fest 2025. Foto: Tati Silvestroni/Music Non Stop

Horse Jumper of Love no Balaclava Fest 2025. Foto: Tati Silvestroni/Music Non Stop

Jovens Ateus no Balaclava Fest 2025. Foto: Tati Silvestroni/Music Non Stop

Stereolab no Balaclava Fest 2025. Foto: Tati Silvestroni/Music Non Stop

Yo La Tengo no Balaclava Fest 2025. Foto: Tati Silvestroni/Music Non Stop

Yo La Tengo no Cine Joia. Foto: Tati Silvestroni/Music Non Stop

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