Conheça Régine Zylbenberg, a inventora da discoteca e a primeira DJ a usar dois toca-discos na Paris dos anos 50
Ao contrário dos outros segmentos, a música é a arte do tempo! Sabendo disso, Régine Zylberberg “deu um nó” nos ponteiros do relógio, revolucionando as pistas de dança!
Conhecida como a “Queen of the night” (tradução: Rainha da noite), a francesa Régine Zylberberg transmutou toda a sua dor da infância, período onde sofreu as consequências da Segunda Guerra Mundial, em dança e muita festa. A empresária, cantora e o primeiro nome de uma das maiores boates europeias, a Whisky à Gogo (considerada a primeira discoteca do mundo), a Zylberberg mudou para sempre a maneira de como eram tocadas as músicas numa discotecagem. Régine colocou dois discos para tocar simultaneamente, representando o efeito de mixagem conhecido hoje em dia, e deixou para trás de vez o vácuo sonoro muito característico da mudança de um disco para o outro presente no jukebox, dando início a era do Disc Jockeys (DJ)!
Contratada para ser gerente do Whisky a Gogo fundada por Paul Pacini em 1947 e precisando de uma renovação, Régine resolveu dar um “tapa” no local pintando as luzes com cores, escurecendo o ambiente, fazendo uma gaiola para dançarinos e montando dois toca-discos iguais pela primeira vez na Europa. Régine, grande fã de Chá Chá Chá, também discotecava e transformou a boate em um lugar onde as pessoas iam exclusivamente para dançar. Estava criada a “disco”, nome dado às casas que tinham discotecários no lugar de bandas contratadas. Estávamos em 1953.
Quatro anos depois, a Whisky a Gogo já era uma referência mundial, com uma filial em Monte Carlo e outra no Sunset Boulevard, em Hollwyood. O braço americano da discoteca se tornou um dos maiores ícones culturais americanos e ponto de encontro de atores e músicos famosos. Foi quando Régine saiu da Whisky para montar sua própria discoteca em Paris, a Chéz Régine, voltada para um público, digamos, premium: príncipes, aristocratas e bem nascidos franceses.
A revolução dos discos resultou numa franquia de boates assinadas pela Régine. O Brasil foi o país onde ela escolheu ancorar suas primeiras boates internacionais, movimentando ainda mais as noites tupiniquins. Em 1976, inaugurou a Chéz Régine’s no subsolo do Hotel Méridien, no Rio de Janeiro e também em Salvador. Ao todo foram 23 clubes espalhados pelo mundo todo. O frisson foi tão grande que o programa Fantástico fez uma matéria especial com Régine em 1978.
No auge dos seus 91 anos, Régine Zulberberg vive a vida calma Paris, e conta que o seu principal objetivo é chegar nos 100 anos, afirmando que a vida boêmia-glamurosa fez muito bem para quem usa a coroa da noite no topo de sua.