Foto: DivulgaçãoRap brasileiro brilha na 2ª tarde de Lollapalooza Brasil 2025
Zudizilla, Kamau e Drik Barbosa, acompanhada por Karol Conká, Stephanie e Budah, mostraram a força e relevância do hip-hop nacional
A programação do Lollapalooza Brasil, conhecido por oferecer um line-up recheado de atrações internacionais no Autódromo de Interlagos, foi tomada por um clima diferente na tarde do sábado, 29. Em meio a grandes talentos da música global, artistas brasileiros com trajetórias reconhecidas no cenário do rap underground no Brasil tiveram seu lugar de destaque.
Zudizilla
Foto: Divulgação
No Palco Budweiser, o start aconteceu com o gaúcho Zudizilla, que apresentou um panorama da sua obra: um trabalho autêntico, que combina jazz, rap e rimas que tratam de suas experiências no mundo da música, autoestima, emoções e também vida pessoal. Como convidada, recebeu a banda Tuyo, destaque na cena contemporânea do neo-soul brasileiro.
Teclado, batidas, sopros e as rimas potentes do rapper criaram o clima perfeito pra começar a tarde. Ainda era cedo, o pessoal estava chegando e procurando um lugar pra se esconder do sol. Mesmo assim, o artista manteve o astral lá em cima e se despediu do público perto das 14h.
Kamau
Foto: Divulgação
Na sequência, do outro lado do autódromo (Palco Samsung Galaxy), começava a apresentação de Kamau. Quem acompanhou o desenvolvimento da cena do rap underground de São Paulo e do Brasil nos anos 2000 compreende a importância desse artista para a história do hip-hop brasileiro e a renovação do movimento.
Kamau, que além de cantor e compositor é produtor musical, entregou hits das últimas décadas como A quem possa interessar, Equilíbrio e Só, além de tracks de seu novo trabalho, EST. Apesar do sol forte, fãs se reuniram na frente do palco enquanto cantavam as músicas. Sua banda, além dos instrumentistas, contava com a participação de dois DJs, e trouxe frescor pros arranjos atravessando as barreiras dos beats eletrônicos.
No palco, também subiram Zudizilla, para uma participação com uma música que os dois têm em colaboração, o rapper Parteum e a cantora e compositora Flávia K. Considerando que o rap está numa fase transição no Brasil, é muito importante ter o trabalho de um artista como Kamau destacado num festival como este, além de ser um reflexo do impacto do rap no cenário musical como um todo.
Drik Barbosa com Stephanie, Karol Conká e Budah
Foto: Tati Silvestroni/Music Non Stop
O Palco Budwiser se manteve na vibe do rap nacional durante toda a tarde do sábado, e às 14h45 recebeu Drik Barbosa e banda apresentando seu novo show, Aprendi a me amar, com direção de Daniel Ganjaman. Depois de um período de pausa na carreira, a cantora retornou aos palcos no Lollapalooza com muito brilho no olho e uma energia contagiante ao lado de sua banda e balé, todos vestidos de vermelho.
Ela abriu o show com uma homenagem a Elza Soares, numa versão de Mulher do Fim do Mundo, e seguiu destilando rimas certeiras e um flow afiado com músicas que misturam rap, R&B, bass, reggaeton e indicam um flerte com a música pop. A artista, que faz parte do selo Laboratório Fantasma, ainda contou com a participação de ícones do rap nacional: Stephanie e Karol Conká.
Ao lado de Stephanie, Drik homenageou Erykah Baduh e Lauryn Hill, sua referências. Karol também chegou colocando todo mundo pra dançar com o clássico Tombei. Além disso, também rolou uma ponta da cantora que é destaque da cena neo-soul e trap, Budah, apresentando em primeira mão uma canção que criou ao lado de Barbosa.
Foi bonito ver todas essas mulheres que são grandes potências da cena hip-hop juntas. Ao entrar no palco, cada uma delas lembrou o quanto uma é referencia para a outra estar ali, emocionando a todos. O espetáculo, que começou com um público tímido, já contava no fim com o espaço da plateia lotado, com a galera muito animada ao som de Quem tem joga — colaboração de Drik com Karol, Glória Groove e MC Soffia. Um show de poderosas!
