Radar MPB. A música brasileira não para – conecte-se ao presente com a canção de artistas que evocam a cura com sua música
Essa é mais uma edição do Radar MPB, que segue reunindo trabalhos recentes de artistas que estão colocando a atual música nacional em movimento do norte ao sul do país.
Radar MPB. Tempos difíceis tem sido a máxima do cotidiano da maioria dos brasileiros, inclusive dos artistas (e muito!). Apesar de tantos desafios e dores provocadas pelo contexto da pandemia, artistas de diversos lugares do Brasil revelam através de sua arte possibilidades para a vida seguir na direção da cura (num significado amplo) e de uma maior conexão entre nós e a natureza.
Este movimento, entretanto, não é novo na nossa música: há pelo menos uma década uma geração de novos artistas, assim como vozes consagradas pela história, vem nos alertando sobre consequências negativas sobre a realidade de vivermos distantes de nossa natureza. E quando digo nossa natureza significa a nossa natureza humana, que é ampla, e toda a natureza que nos cerca. De poucos anos para cá, se observarmos, esse movimento de artistas pautarem suas obras por esse tipo olhar vem ganhando cada vez mais força, e agora mais ainda no contexto atual.
Sabemos que pandemias podem estar diretamente conectadas aos formatos da atividade humana no planeta, o que nos direciona a seguinte questão: não estaria mesmo tudo conectado?
A cantora baiana Aiace é um exemplo desse movimento, ela evoca a atmosfera da cura cantando sobre a cor amarela que, segundo algumas tradições que compõem cosmovisões que habitam o território brasileiro é uma cor que está relacionada a elementos da natureza que combatem a ausência de alegria e saúde. Com sua voz suave, na música também exalta a importância da contracultura, da loucura, do amor, da coragem e da fé, além de evocar nomes que marcaram a história da cultura brasileira como Gilberto Gil.
Aqui no radar você vai ouvir também o som da cantora DJU, que reflete sobre a incidência das fases da Lua em nossas vidas e, consequentemente, nos direciona a refletir sobre a importância de nos atentarmos aos ritmos da natureza e os caminhos existentes para a cura, fora e dentro de nós.
Temos também Paulinho Araújo que faz uma ode a Terra, entre o português e o francês, em forma de canção, reverenciando seus elementos, e também a Lua, o que resulta quase em uma oração.
Ipásia, que apresenta uma pegada mais experimental, vem refletindo sobre vida, morte e renascimento, numa atmosfera bem intimista, que fala sobre amor e nossa relação com o outro. E por último você vai conferir o clipe do grupo BRAZA, que vem se experimentando cada vez mais em busca de sua identidade e dessa vez funde o baião, o ragga, a atmosfera da música eletrônica e um arranjo que remete a ambientes sonoros de um imaginário popular nordestino costurados numa letra que denuncia as mazelas que o povo brasileiro enfrenta e o que precisa mudar para ontem. Confira todos esses artistas e seus trabalhos e quem sabe assim, cure-se um pouco você também (do presente):