Primal Scream Foto: Tati Silvestroni/Music Non Stop

Primal Scream se redime por 2018 e faz seu melhor show no Brasil

Music Non Stop
Por Music Non Stop

Zé Antonio Algodoal conta como foi o primeiro show do icônico grupo escocês no país depois de sete anos

Por Zé Antonio Algodoal

Na última terça-feira, 11 de novembro, a lendária banda escocesa Primal Scream subiu ao palco da Audio, em São Paulo, diante de uma plateia lotada que reunia desde fãs veteranos até jovens que sequer haviam nascido quando o grupo surgiu em 1982, em um retrato vivo da força e da atemporalidade de sua música.

Primal Scream

Foto: Tati Silvestroni/Music Non Stop

Ainda havia certa apreensão no ar: em sua última passagem pelo Brasil, em 2018, o grupo veio desfalcado, sem a baixista Simone Butler e com parte do show pré-programado, o que deixou parte dos fãs frustrados. Desta vez, porém, o cenário foi outro. A banda veio completa, acompanhada de duas backing vocals e do saxofonista Alex White, que parecia ter saído diretamente dos anos 80 com seu blazer, calça prateada e boina, em contraste com a elegância habitual de Bobby Gillespie, impecável como sempre.

A noite começou com a hipnótica Don’t Fight, Feel It, do icônico Screamadelica, e já nos primeiros acordes ficou claro que o espetáculo seria especial — e foi. Mesmo com um repertório incluindo sete faixas do álbum mais recente, Come Ahead (2024), a energia nunca caiu graças ao carisma magnético de Gillespie, que, com gestos quase ritualísticos, criou uma conexão intensa com a plateia. Fiel à sua postura antiestablishment, o vocalista reforçou o caráter político da banda: desfilou com uma bandeira palestina entregue por um fã e dedicou Innocent Money ao presidente Lula.

Clássicos como Loaded, Swastika Eyes e I’m Losing More Than I Ever Had marcaram a primeira parte do show, encerrada com Country Girl. Após breve intervalo, o grupo retornou para um bis arrebatador com Damaged, Come Together e Rocks, seguido por quase cinco minutos de noise que deixaram o público em transe. Quando os roadies começaram a mexer nos equipamentos e as luzes da plateia se acenderam, muitos acreditaram que a noite havia terminado. Parte do público chegou a sair, mas a banda surpreendeu ao voltar para uma versão explosiva de No Fun, dos Stooges, coroando a apresentação com intensidade máxima.

Primal Scream

Foto: Tati Silvestroni/Music Non Stop

Ao fim, com os ouvidos zunindo e os aplausos ainda ecoando, ficou a certeza: este foi o melhor show que o Primal Scream já fez no Brasil. Uma prova contundente de que a arte pode atravessar décadas sem perder relevância, reinventando-se e permanecendo viva.

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