Frank Zappa Frank Zappa – foto: reprodução Youtube

Poético e nada modesto. A incrível forma como Frank Zappa se descreve como guitarrista

Jota Wagner
Por Jota Wagner

Ao responder à pergunta “você se considera um grande guitarrista?”, Frank Zappa, mais uma vez, apresentou detalhes da sua genialidade artística.

A conta de Instagram Frank Zappa Fan divulgou um vídeo mostrando parte e uma entrevista concedida pelo artista a uma rede de TV (não identificada no post).

Ao ser perguntando se ele se considerava um grande guitarrista, Zappa explicou o que pensava sobre si mesmo com uma elaboração digna de seu gênio artístico. “No palco, sou eu contra as leis da natureza”, afirma o guitarrista.

Leia a resposta na íntegra:

“Bem, eu sou um especialista. O que eu faço com a guitarra tem muito pouco a ver com o que os outros guitarristas fazem. A maioria dos solos de guitara que você vê no palco já foi praticada muitas e muitas vezes. Então eles sobem no palco e tocam a mesma coisa todas as noites.  Fica então, apenas impecável.

A minha teoria é: eu tenho um conhecimento básico do funcionamento mecânico do meu instrumento, e tenho a minha imaginação. E quando chega a hora, na música, de tocar um solo, sou eu lutando contra as leis da natureza. Eu não sei o que eu vou tocar, eu não sei o que eu vou fazer. Eu sei vagamente o tempo que tenho para isso. É um jogo, onde você tem um espaço vazio de tempo e precisa decorá-lo. E, dependendo da sessão ritmica que você tem de apoio, você é capaz de fazer coisas que são literalmente impossíveis de imaginar enquanto estamos sentados aqui. No entanto, essas coisas aparecem claramente, na frente dos seus olhos, quando você está em cima do palco, tocando.

A improvisação sempre foi uma das maiores características de Frank Zappa, além do virtuosismo e do comportamento satírico ao sistema de vida americano. Incorporou o jazz fusion e a música concreta ao rock’n’roll, o que o tornou um dos mais respeitados artistas de sua época.

Jota Wagner

Jota Wagner escreve, discoteca e faz festas no Brasil e Europa desde o começo da década de 90. Atualmente é repórter especial de cultura no Music Non Stop e produtor cultural na Agência 55. Contribuiu, usando os ouvidos, os pés ou as mãos, com a aurora da música eletrônica brasileira.