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Há 45 anos, Pink Floyd fazia 1º show da revolucionária turnê “The Wall”

Pink Floyd The Wall

Foto: Neal Preston/Reprodução

Se hoje temos espetáculos como Sphere, Tomorrowland ou Afterlife, é porque há 45 anos, houve o muro do Pink Floyd

As 14 mil pessoas que lotavam a Los Angeles Memorial Sports Arena, dia 07 de fevereiro de 1980, estavam em êxtase antes mesmo do show do Pink Floyd começar. The Wall, a ópera rock que se tornou o maior símbolo da banda, havia sido lançada há pouco mais de dois meses e estava em primeiro lugar nas paradas de sucesso estadunidenses e inglesas. Um baita feito para um disco cabeçudo, todo conceituado nas barreiras protetoras que vamos criando ao longo da vida para nos proteger do sofrimento e que acabam, no final, nos impedindo de ver e ouvir o mundo como ele é.

O Pink Floyd já era conhecido por revolucionar as apresentações ao vivo. Ver o primeiro show da turnê de um álbum que já se tornara histórico foi um privilégio dos fãs dos Estados Unidos. Estar lá era fazer parte da história da música. Antes de a banda subir, Cynthia Fox, apresentadora local, fez o anúncio do show sobre o palco, e músicos mascarados começaram a tocar. Ao final da primeira canção, um telão mostrava a animação de um avião se chocando com um imenso muro, destruindo-o. Então, para delírio coletivo, o verdadeiro Pink Floyd era revelado ao público. Começava a viagem imersiva proposta por Roger Waters e sua banda em um evento que mudaria os rumos das apresentações ao vivo.

A viagem sonora e visual segue com o grupo tocando o disco na íntegra, contextualizado por imagens cinematográficas, efeitos visuais e um impressionante muro cenográfico sendo construído entre o público e a banda (uma tarefa hercúlea para aqueles tempos, conforme afirmaram a banda e sua equipe técnica). O show termina com o muro finalizado, separando definitivamente artista e público. A mensagem que Waters queria transmitir ao seu público em um álbum clássico, um show histórico e, dois anos mais tarde, o filme que circulou pelos cinemas de todo o mundo.

Construir um muro em um show chamado O Muro pode parecer um pouco óbvio, ainda mais levando em conta a sofisticação das ideias do Pink Floyd. Mas Waters bateu o pé, insistiu, foi chamado de maluco pelos colegas e venceu pelo cansaço. Não se tratava de construir um muro em Los Angeles, mas nas 31 cidades dos Estados Unidos e da Europa, para onde a banda viajaria. Efetivamente, em alguns dos espetáculos, o muro ficou apenas nas imagens do telão.

A tour de The Wall, no entanto, tinha muito mais do que a parede de blocos que ilustrava a capa do disco. O show reunia conceitos de ópera, teatro, cinema e música, com altas doses de psicodelia adaptado aos tempos mau humorados que cobriam a entrada da década de 80. Virou o mundo dos espetáculos de ponta-cabeça. Subiram a régua. Se hoje temos colossos como Sphere, em Las Vegas, ou festivais eletrônicos cheios de efeitos como Tomorrowland ou Afterlife, é porque há 45 anos o muro do Pink Floyd separou uma banda gigante de seus 14 mil fãs.

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