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O maravilhoso disco de ANOHNI e outras 9 artistas trans que você precisa conhecer já

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Ex-Antony Hegart e vocalista do grupo Antony and The Johnsons, a cantora ANOHNI lançou um dos álbuns mais elogiados de 2016, Hopelessness. O álbum é o primeiro da artista a ser assinado sob o aka ANOHNI, depois de quatro discos à frente da banda que explodiu com o hits melancólicos, como Crazy in Love e I Feel In Love With a Dead Boy, sem contar o bombástico featuring da cantora na explosiva Blind, lançada em 2008 pelo grupo Hercules & The Love Affair.

OUÇA HOPELESSNESS DE ANOHNI

Em 2016, ANOHNI também deu o que falar a dizer não para indicação que recebeu ao prêmio de melhor canção original no Oscar 2016 (disputando apenas com Lady Gaga, Sam Smith, The Weekend e David Lang) pela música Manta Ray  do filme “Racing Extiction”.

O motivo? Ela alegou ter se sentido discriminada por não ter sido convidada para cantar na cerimônia (ao contrário dos outros candidatos, muito mais “apresentáveis” num programa tão “família”). Mas outro fator que pode ter pesado é sua transexualidade. Para embaralhar mais ainda as cabecinhas preconceituosas, ANOHNI  é uma trans andrógina que mantém traços femininos e masculinos. Em sua defesa, a Academia alegou que o real motivo deANOHNI não ter sido chamada par se apresentar cantando sua música indicada foi a redução no tempo da cerimônia – que acabou dando espaço aos três artistas mais pop da categoria, excluindo os dois menos conhecidos das massas, ANOHNI e David Lang.

Será mesmo? Em meio à polêmica do boicote racial por artistas negros, o Oscar sofreu mais essa baixa e, convenhamos, não foi das mais positivas para sua imagem.

Angela Morley

1. ANOHNI não é foi a primeira transexual a ser indicada ao Oscar – ela foi, sim, a primeira cantora indicada. A pioneira trans indicada à estatueta foi Angela Morley, que passou por uma mudança de sexo em 1972. Angela trabalhou durante anos como maestra e arranjadora da Orquestra da rádio BBC e foi indicada junto com Lerner & Loewe pela trilha do filme The Little Prince de Stonley Donen. Angela também chegou a ajudar John Willians nas trilhas de Star Wars, Superman e O Império Contra-Ataca. Angela faleceu em 2009.

2. Apesar de ainda em pouco número, alguns transexuais vêm se destacando no cenário musical. Há pouco falamos aqui no Music Non Stop aqui sobre o pioneirismo da Wendy Carlos, a primeira a ousar misturar Bach com sintetizador Moog.

Wendy Carlos = gata

Verdade que pouco a pouco transexuais saltam ao mainstream, mas ainda carregados de olhares e preconceito – não vamos confundir aqui travestis, drag queens ou performers como Ru Paul ou Conchita Wurst com transexuais que mudaram de sexo.

3. NOMI RUIZ

Anos atrás, o projeto Hercules and The Love Affair nos agraciou com a linda e talentosa Nomi Ruiz (atualmente integrante do Jessica 6. A banda lançou seu primeiro álbum, Lost in Lust, passeando pela house, nu disco e flertando até com o hip hop. Saca só a deep com pitadas de pop rock Fun Girl.

JESSICA 6 – FUN GIRL

A beleza de Nomi chamou a atenção de geral e ela estreleou uma campanha para a marca Mugler em 2012 cantando seu hit. Nomi já saiu em turnê com Debbie Harry e CocoRosie e também já trabalhou e excursionou com Antony & The Johnson.

4. LAURA GRACE JONES

Tom Gabel (hoje Laura Grace Jones) trilhou caminho num som mais hard, mas se deu bem no pop. Tornou-se vocalista de uma banda punk, a Against me!, se casou e teve uma filha. Em 2014, lançou o bem-recebido álbum Transgender Dysphoria Blues, seu primeiro álbum após sua troca de sexo. Confere aqui o dueto dela com Miley Cyrus.

LAURA GRACE JONES & MILEY CYRUS

5. DANA INTERNACIONAL

Talvez a primeira trans a alcançar sucesso no pop tenha sido a israelense Dana Internacional. Ela deu a cara a bater em 1998 e venceu o cafona e adorado programa Eurovision (disputa apenas entre países da Europa) com a música pop-dance-rádio-hit para as massas Diva. Desde então, Dana já lançou álbuns cantando em inglês e hebraico, mas não conseguiu repetir o estrondo do seu único hit mundial.

DANA INTERNACIONAL – DIVA

6. LADY

Lady é a primeira banda sul-coreana formada por quatro meninas transexuais.  O grupo nasceu inspirado pelo sucesso de Harisu, outra cantora trans coreana, que também é atriz. Lady lançou seu primeiro álbum em 2005, seguindo a sonoridade k-pop. Não conseguiu emplacar nenhum hit massivo no seu país e acabou se dissolvendo em 2007. Mas é história trans, né?

7 – BANDA UÓ

No Brasil, a vocalista Mel Gonçalves ou Candy Mel da Banda Uó  parece ter sido a pioneira em alcançar dimensões de estrelato pop tupiniquin no mundo das trans. Ela já foi inclusive garota propaganda da marca Avon.

BANDA UÓ – DÁ UM LIKE

8. CLAUDIA WONDER

Não era exatamente uma cantora, mas uma artista multifacetada. Famosa por suas performances nos anos 80 no Madame Satã, Claudia Wonder foi pioneira em tudo. Chegou a lançar um disco como Claudia Wonder & The Lap Boys antes de falecer, em 2010.

CLAUDIA WONDER – DIVA DA DÚVIDA

9. AS BAHIA E A COZINHA MINEIRA

Banda que anda hypada na internet, as Bahias e a Cozinha Mineira lançou recentemente seu primeiro disco, Mulher, e traz duas artista trans na formação, Assucena Assucena e Raquel Virgínia. O nome da banda se deve ao fato de que as duas cantoras, transexuais, coincidentemente tinham o mesmo apelido, Bahia, e o guitarrista mineiro Rafael, formaria a “cozinha” sonora da banda.

AS BAHIA E A COZINHA MINEIRA – LAVADEIRA ÁGUA

A gente aqui no Music Non Stop torce pra que num futuro breve fazer uma matéria sobre cantores/cantoras transgênero seja uma coisa ultra fora de moda. Porque, afinal, não deviam chamar a atenção por isso, né? Beijo e me liga, afinal…

 

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