O diagnóstico precoce salvou Sheryl Crow do câncer de mama. Conheça a trajetória e a luta da cantora

Claudio Dirani
Por Claudio Dirani

Confira momentos de luta, superação – e muita emoção – da cantora que se tornou um dos símbolos da vitória sobre o câncer

Sheryl Crow foi diagnosticada com câncer de mama em fevereiro de 2006, poucos dias após completar 44 anos. Logo viria um alívio (quase) imediato: a doença havia sido detectada logo em seu estágio inicial, o que automaticamente favoreceu não somente a terapia, como sua total recuperação.

E como se não bastasse a primeira batalha contra o câncer, Crow voltaria a enfrentar tempos difíceis em novembro de 2011, quando um tumor benigno precisou ser extraído de seu cérebro. Desde então, a artista nascida em Kennett, Missouri, tem se dedicado a alertar seus fãs sobre a importância dos exames de rotina para evitar piores consequências.

Para marcar o Outubro Rosa – evento criado pelos congressistas dos EUA em 1993 como Breast Cancer Awareness Month (mês da conscientização sobre o câncer de mama) – escolhemos alguns momentos especiais da carreira de Sheryl Crow para que eles sirvam sempre como alerta de preservação à vida.

Detours: o primeiro álbum de Sheryl Crow depois do tratamento

Sheryl Crow lançou Detours, o sexto álbum de estúdio de sua discografia, em fevereiro de 2008. As sessões geraram 24 músicas, sendo 14 incluídas no disco e mais dois originais como faixas extras no iTunes e na edição japonesa. Foi o primeiro passo da artista após encarar sete semanas de radioterapia.

“Make It Go Away (Radiation Song)” é uma das canções incluídas no repertório de Detours e que foca diretamente no período de seu bem-sucedido tratamento.

“Uma das coisas que fiz durante o tratamento de radiação foi evitar de pegar meu violão ou tocar meu piano para escrever músicas, porque sinto que isso estava tão conectado a quem eu sou – à minha personalidade, ao meu ego, ao meu trabalho”, revelou Crow. “Então, fazer algo que me levaria a uma autocrítica me pareceu fútil. Ao invés disso, escrever como eu estava me sentindo em um diário pareceu muito mais sagrado e muito mais seguro”.

Redemption Day: reflexão sobre as vítimas da guerra da Bósnia

Em março de 1996, Sheryl Crow acompanhou a então primeira-dama dos EUA, Hillary Clinton, em uma missão oficial à Bósnia. Depois de seu encontro com militares americanos na Base Aérea de Tuzla, Crow e Clinton visitaram mulheres e crianças bósnias afetadas pela guerra.

“Eu realmente experimentei algo que nunca tinha visto antes, em uma área devastada pela guerra, e pude conhecer pessoas que sofreram muito com isso”, contou Sheryl à Rolling Stone.

“Voltei para casa realmente impressionada e questionando por que investimos em alguns países e em outros não”.

Nesse retorno aos Estados Unidos, Sheryl Crow decidiu registrar sua experiência em “Redemption Day”, eleita para entrar em seu segundo álbum, lançado em setembro daquele ano. Musicalmente, a faixa remete às raízes de Bob Dylan, com traços de “Masters Of War” (The Freewheelin’ – 1963).

“Redemption Day” voltaria à cena em 2019, em uma versão especial incluída em seu álbum de duetos Threads. A nova roupagem incluiu o vocal de Johnny Cash, gravado originalmente pelo Homem de Preto e lançado no disco póstumo American VI: Ain’t No Grave.

“Sheryl”: documentário retrata o tema da adoção

Sheryl Crow completou 60 anos em 11 de fevereiro de 2022. O ápice da celebração foi a chegada do documentário Sheryl, dirigido por Amy Scott – um retrato íntimo pontuado por cenas inéditas de sua carreira e vida pessoal.

Uma das passagens marcantes do filme, exibido pela primeira vez em maio pelo canal Showtime, são os depoimentos de Sheryl Crow sobre seus filhos Wyatt (14) e Levi (11). Ambos foram adotados pela artista em 2007 e 2011, respectivamente. Incluída na trilha sonora de Sheryl, a inédita “Forever” é uma declaração de amor às suas crianças.

“Enxergar a vida através dos olhos dos meus filhos, enquanto ela está acontecendo, e ao redor de vislumbres do passado me enche de gratidão”, afirmou Crow no documentário. “Essa contemplação de mim mesma e a observação do mundo ao meu redor impulsionaram a forma como escrevo. ‘Forever’ é realmente uma música sobre cultivar conexões profundas enquanto você pode e realmente estar presente.”, concluiu.

 

The Weather Channel – Sheryl Crow aborda a depressão

Somente nos últimos dois anos, quase 20% dos norte-americanos foram vítimas de depressão provocada pelos efeitos do isolamento durante a pandemia de covid-19.

O tema não passou despercebido por Sheryl Crow. “The Weather Channel”, incluída no álbum C’mon, C’mon (2002) aborda o problema que afeta pessoas de quase todas as idades. A música também é destaque do documentário Sheryl (2022), onde a compositora comenta sobre ter sofrido de depressão no passado.

No auge dos lockdowns que tomaram conta do planeta, Crow gravou uma versão especial da música, citando suas origens.

Espero que essa música que fala sobre depressão possa iluminar o seu dia”, desejou Sheryl, via Twitter..

 

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Claudio Dirani

Claudio D.Dirani é jornalista com mais de 25 anos de palcos e autor de MASTERS: Paul McCartney em discos e canções e Na Rota da BR-U2.

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