Carlo Bruno Montalvão estreia sua coluna no Music Non Stop abrindo seu “baú de novidades” e entrevistando o reverendo Fabio Massari
Noise Radar!!
Confesso que quando recebi o convite do editor do Music Non Stop para escrever uma coluna falando sobre o que eu quisesse, meu deu um frio na barriga, de repente, me senti de novo com 16 anos e com aquela sensação de estar ouvindo os primeiros discos, descobrindo as primeiras bandas, paixões que levaria para a vida inteira. Bateu um mix de medo, apreensão e absurda paixão pela ideia de poder escrever sobre o que eu bem entendesse. Mas para ficar honesto, eu precisava entender sobre o que falar e escrever para vocês de uma forma que pudéssemos abrir um diálogo livre, um papo franco, cheio de dicas e sempre aberto aos comentários de quem curtir os temas da coluna. Foi então que decidi escrever sobre o assunto que mais domino que é música! Mas não apenas música, e sim tudo o que ela gera, desde a sua criação, produção, gravação, até os planos que envolvem o lançamento para o grande público. Vamos falar sobre bastidores também, principalmente de shows e lançamentos de álbuns, vamos falar com artistas, com produtores de todas as partes, com os criadores e os coletivos, com todo mundo que faz música e está se destacando ou merece ter alguma evidência.
E nessa primeira coluna, vamos falar sobre o novo EP e o momento da banda Atalhos, que está para lançar um novo álbum e vem soltando singles incríveis. Vamos conversar com a banda The Holydrug Couple, do Chile e o cultuado produtor musical Gordon Raphael (The Strokes), que produziram dois remixes especiais para a Atalhos. Também vamos receber o jornalista e escritor Fábio Massari (para falar sobre o novo livro dele e nos dar algumas dicas preciosas) e vamos dar muitas dicas de álbuns e artistas atuais (e nem tão atuais) que estamos ouvindo e gostando muito, além de fechar a coluna com nossa Playlist semanal, sempre com as melhores dicas e músicas do momento.
Tá uma caldeirão de ideias bem diversificado nessa primeira coluna, espero que vocês se divirtam!
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ATALHOS
Alguns artistas vem aproveitando muito bem esses tempos de pandemia, é o caso de uma das gratas surpresas do indie brasileiro no momento, a banda Atalhos, de Birigui (interior de São Paulo), que se repaginou toda e está se preparando para lançar um novo álbum “A Tentação do Fracasso”, que está programado para chegar ainda esse ano.
A banda Atalhos vem preparando o lançamento desse novo álbum com muito cuidado e todo esse tempo sem shows por conta da pandemia ajudou muito nesse processo, pois eles tiveram como produzir tudo com bastante calma, gravar os videoclipes para acompanhar os lançamentos dos singles e executar todo um plano estratégico de promoção dessa nova fase da banda, tanto nas redes sociais oficiais deles, quanto nos comunicados à imprensa e ao público em geral.
Até agora, eles já lançaram dois singles. Um deles, “Mesmo Coração” já tinha sido visto também numa live session que a banda gravou no final de 2020 e tem um videoclipe que está próximo de bater a marca de 100 mil views no YouTube. Agora eles se preparam para relançar essa mesma música num formato de EP e em versões inéditas remixadas por Ives Sepúlveda, da banda The Holydrug Couple e o produtor musical Gordon Raphael, conhecido pelo seu trabalho nos álbuns da banda The Strokes. Gordon foi o produtor musical responsável por “aprimorar” a sonoridade da banda novaiorquina e fez os melhores trabalhos do The Strokes, como “Is This It”, “Rooms On Fire”, e o EP de estreia “The Modern Age”. O EP e o primeiro álbum foram gravados inteiramente em seu estúdio no subsolo, Transporterraum NYC (co-propriedade de Jimmy Goodman). Já Ives (The Holydrug Couple), trabalhou junto com Gabriel Soares (guitarra, voz principal e fundador da Atalhos) na produção e gravação do álbum, que aconteceu entre o Brasil, Chile e Argentina. Ives Sepulveda, da The Holydrug Couple, falou sobre seu remix e como gravou essa nova versão: “Bom, meu remix para “Mesmo Coração”… o foco que tentei tomar foi por um lado mais instintivo, sem pensar muito conscientemente, porque já havia passado os últimos dois anos aproximadamente trabalhando na música (por isso eu a conheço de cor já) então eu tentei não pensar muito organizando as pistas e tendo umas ideias muito rápidas, que provavelmente já estava dentro de mim mas não havia aparecido. E o primeiro que nasceu foi mudar o tempo, e a bateria da canção. Aí eu construí essa bateria no estilo mais ou menos soul, dos anos 70, meio Bill Withers, e para contrastar um pouco com esse soul coloquei esse baixo que vai “arpegiando” durante toda a música, um baixo bem firme, um pouco no estilo do Giorgio Moroder, eu acho, as duas referências são dos anos 70, digamos, são um pouco opostas. Na base coloquei os sintetizadores que já estavam prontos na música, mais a voz do Gabriel. Não botei as guitarras… gravei um sintetizador a mais com um “string machine” que eu tenho e que vai fazendo um pouco do sintetizador da canção original. E no final acabei colocando essa espécie de baleias do Blade Runner (ao menos eu as chamo assim) com o MS-20 e um Echo de fita. Aí eu concluí que a música terminou por completar-se e ter um uma atmosfera bastante sinestésica que, eu imagino, a melodia e a voz do Gabriel querem transmitir.”
Já Gordon Rapahel, ficou muito empolgado em participar do projeto e mandou uma mensagem incrível para os fãs: “Aqui é Gordon Raphael, produtor musical, falo de Hebden Bridge, West Yorkshire, Inglaterra. E eu queria dizer que logo depois do Valentine’s Day esse ano, eu recebi um e-mail da Brain Productions de São Paulo, e eles me disseram que eles tinham uma banda chamada Atalhos e que talvez eu pudesse trabalhar em algumas músicas deles. E assim, eu amo a América do Sul, todo mundo sabe disso, meu coração está em Buenos Aires, e eu já fiz uma turnê no Brasil alguns anos atrás, e eu amo toda essa região, o brilho do sol, a música, pessoas legais, ótima comida, você sabe, o que mais eu posso dizer? A primeira música que eu comecei a trabalhar foi a faixa “Mesmo Coração”, e a minha primeira coisa que pensei foi: vou cortar a canção, vou fazer dela algo bem diferente, com coisas bem abstratas, tipo destruir mesmo a música e reconstruí-la outra vez de uma nova maneira. Mas aí, quando eu estava ouvindo mesmo a música eu pensei: essa canção é realmente linda! E o que deveria fazer então era tentar deixá-la o mais bonita possível. Então aí eu mudei completamente de opinião e comecei a trabalhar com as ótimas tracks que a Atalhos tinha me mandado. Eu quis mixar tudo para que soasse o mais doce, redondo e interessante possível. Eu decidi tirar alguns instrumentos aqui e ali nos interlúdios, para deixá-los mais espaciais, e no final eu decidi usar minha Solina Soul Machine para criar um “phase” entrando e saindo para levar a coisa mais para as estrelas no espaço. Eu também alonguei a introdução deixando-a um pouco mais longa do que era, e eu acabei adicionando alguns dos meus sintetizadores. Olha, eu trabalhei na música por vários dias e tudo estava soando genial. Então eu tive a péssima ideia de tocar um solo de guitarra meu depois do primeiro interlúdio, mas eu quis tocar no meu Arp Odissey Sinthesizer e aí foi muito divertido! Eu queria agradecer ao Gabriel e a Brain Productions e Atalhos por terem permitido que eu trabalhasse na sua música “Mesmo Coração”. Foi muito legal trabalhar com eles, eles me deram feedbacks e ideias muito interessantes. Enfim, foi muito bom e eu espero que a gente possa fazer isso de novo.”
A masterização ficou a cargo do premiado e multi-vencedor do GRAMMY, Greg Calbi, que masterizou os álbuns mais recentes de Tame Impala, The War On Drugs, Bon Iver, Kurt Vile, The National entre inúmeros outros trabalhos e artistas incríveis. Greg quis masterizar esse álbum da Atalhos porque quando ouviu as músicas pela primeira vez, sentiu a força das canções e quis dar seu toque pessoal ao trabalho final. Um trunfo poderoso para a banda, pois era o que faltava para dar força e vigor à sua nova sonoridade.
O resultado poderá ser visto agora, em todas as plataformas digitais, pois a banda acaba de lançar esse primeiro EP “Mesmo Coração — Remixes” (2021, Scatter Records) e também soltou dois videoclipes absurdamente psicodélicos que foram criados e dirigidos por Gabriel Rolim, aka Rollinos, conhecido por seu trabalho de experimentações visuais usando equipamentos atuais que distorcem imagens vintage, dando um visual bem louco aos trabalhos que ele realiza. Os dois clipes que eles fez para a Atalhos ficaram incríveis. Tanto o clipe da Atalhos feat. Gordon Raphael, quanto o de Atalhos feat. The Holydrug Couple funcionam como dois “bilhetes dourados” que dão direito a uma viagem completa pelo mundo da distorção visual e sonora, um trabalho altamente indicado para quem está com aquele desejo de derreter a mente ouvindo uma música que vem orneada por imagens fortemente chapantes. Assista sem medo de ser feliz, a viagem tá liberada!
(Atalhos feat. The Holydrug Couple, videoclipe dirigido por Rollinos)
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Entrevista | FABIO MASSARI
Falamos com o jornalista e escritor Fábio Massari, sobre seu novo livro “84, O Álbum Inglês”, um relato de suas aventuras pela Inglaterra no exato ano de 1984. O ano que marcou sua vida para sempre.
Massari divide conosco os detalhes do seu “álbum de viagem” pela cena underground inglesa. E nos mostra como isso abriu todas as “portas da percepção” para ele, transformando-o muito mais do que num amante de shows e artistas obscuros, mas sim num profundo pesquisador das cenas, das culturas alternativas e das realidades musicais de cada lugar pelo qual passou e/ou frequentou em sua vida. Esse livro nos leva direto ao ano mágico de 1984, mas ele também vai além e chega até o momento atual, fazendo um paralelo com diversas cenas e realidades.
Nessa breve entrevista, fizemos apenas 05 perguntinhas para o nosso amigo e Guru musical, e o Reverendo Massari respondeu assim:
01) Qual a relação do livro: “84, O Álbum Inglês” e “1984”, de George Orwell? Existe algum paralelo que os une?
A relação não é direta, mas é inevitável. Desde a aparição do livro, em 1948, que a marca 1984 ficou, digamos, contaminada pela experiência distópica-literária. Assim como no caso do ano 2000, eu sabia exatamente quantos anos teria em 84! Ainda que a obra não entre diretamente no meu livro, George Orwell marca presença: eram tempos sombrios na Inglaterra, thatcherianos, e minha primeira leitura no período inglês foi justamente um livro dele, Decline of the english murder, coletânea de artigos para jornal.
02) Qual a importância daquela viagem para Inglaterra no ano de 1984 no contexto da sua vida? Nós vivíamos uma Ditadura ainda no Brasil, como isso lhe afetava em termos de acesso à informação e no fato de querer sempre saber mais sobre os artistas que gostava?
Nasci em 1964, daí que esse era o único “regime” que eu conhecia. Tinha 19 anos no período da viagem (fiz 20 bem no finalzinho) e já era o cara ligado nos sons. Colecionava há um bom tempo e já tinha ido a shows (aqui e numa primeira viagem solo à Itália em 1983) de Tutti Frutti, A Cor do Som, A Gota Suspensa, Queen, Van Halen, Police, Dire Straits, Simple Minds etc.
Nesse ponto, a viagem para a Inglaterra foi um grito de liberdade? Uma explosão de pensamentos/sentimentos?
Mas é claro que esse mergulho mais profundo, intenso, de 7 meses pela multi-facetada e caleidoscópica cena britânica do período, provocou estragos irreparáveis. Foi uma experiência transformadora. Me atirei no underground e experimentei diferentes níveis de mainstream. Shows, clubes, teatros, lojas e…muitas histórias e testemunhos de quem vivia tudo aquilo mais intimamente.
03) Aliás, de onde se tirava informações em 1984 vivendo aqui no Brasil? Quais eram suas fontes para descobrir música e novos artistas? Dá um contexto do que era a cena alternativa daqui em 1984 (antes de vc viajar).
As informações circulavam. Não me parece correto, ou justo, estabelecer comparações com os tempos em que vivemos.
Da revista Pop em diante, recortava e arquivava tudo que tivesse a ver com os bons sons (incluindo material de revistas como Manchete, Fatos e Fotos e Amiga!). Curti muito a revista Somtrês (com a clássica coluna do Ezequiel Neves). E as “importadas” estavam por aí. Em SP havia uma espécie de mini-circuito de bancas de jornais que traziam publicações como Rolling Stone, Hit Parader, Circus, a maravilhosa Trouser Press e uma ou outra cópia dos semanários britânicos — chegavam com atraso e a conta-gotas, mas chegavam. Programas de rádio também cumpriam seu papel (Kid Vinil na Excelsior, Rock Sanduiche, era obrigatório). E muitas conversas nas lojas de discos…
04) Você menciona além dos shows que assistiu, um apanhado de toda a produção musical e dos lançamentos de 1984. Poderia citar 05 bandas ou álbuns essenciais de 1984?
Cocteau Twins — Treasure
Meat Puppets — Meat Puppets II
Nick Cave & The Bad Seeds — From here to eternity
Xmal Deutschland — Tocsin
Frankie Goes To Hollywood — Welcome to the pleasure dome
05) E dos sons de agora, nos cite 03 artistas ou álbuns que você gostaria de indicar para seus seguidores fiéis e saudosos das dicas do “Lado B”.
Três artistas: Saskia, Falsa Luz e Deafkids!
E álbuns:
Irreversible Entanglements — Who sent you?
Slift — Ummon
Here the captain speaking, the captain is dead — Flux capacitor
SASKIA fez um álbum que mistura rap, hip hop, trap e dubstep
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NOISE RADIATION – Top#05
Um dos meus passatempos preferidos, como manager, booker, produtor artístico e agora dono de selo, é ficar pesquisando bandas e novos artistas no Spotify, YouTube, BandCamp, Soundcloud e onde mais for legal de achar música estranha e interessante. Passo tardes e noites inteiras pesquisando cada perfil, lendo as bios, analisando os números, de onde são os ouvintes de cada artista, a quantidade de streamings de determinada música, algumas delas eu coloco nas minhas playlists… transformei isso numa espécie de hobbie!
Dessas pesquisas, acabo descobrindo artistas novos muitos legais e outros que estão prestes a explodir, a acontecer de verdade no cenário musical. Algumas das minhas descobertas mais recentes foram:
Dry Cleaning (South London, UK)
O pouco que se sabe sobre o Dry Cleaning já é maravilhoso. A banda já havia soltado um EP e alguns singles, e faz pouco que chegou “New Long Leg”, o primeiro full album da banda, que saiu pela icônica 4AD. A gravadora está apostando bem alto nessa banda. Eu curto o clima meio post-punk deles e o jeito de cantar meio blasé da vocalista Florence Shaw. Eles são conhecidos pelo uso da palavra falada principalmente no lugar dos vocais cantados, bem como por suas letras não convencionais. É o som indicado para quem curte bandas como Joy Division, Wire, Magazine.
Altin Gün (Turquia) | “Yol” (2021, ATO Records)
A banda já conhecia faz um tempo, mas é que agora eles soltaram um dos melhores álbuns de 2021!! A capa é linda, as músicas todas deliciosas, um álbum perfeito para ouvir em qualquer ocasião e em qualquer lugar. O astral muda na hora e você se envolve pela proposta sonora da banda e sua batida absurdamente dançante. Uma das melhores bandas do momento e com um dos melhores shows também.
A fotografia desse videoclipe do Altin Gün é perfeita e mostra lindas paisagens.
BALTHVS (Colombia)
Esse trio de Bogotá, Colômbia entrou em contato comigo via Twitter para apresentar o trabalho deles, e eu gostei muito do que ouvi até agora. A música do BALTHVS é indicada para quem gosta de Khruangbin, Altin Gün e bandas com essa sonoridade mais groove e suingada, só que o BALTVHS tem vários trunfos: eles mesclam cumbia ao som deles, o trabalho harmônico do trio é sedutor e o guitarrista, Balthazar Aguirre, também se destaca. Outro destaque é a belíssima e super talentosa baixista Johanna Mercuriana, que canta, dança e toca com maestria fazendo uma cozinha delicinha com o baterista Santiago Lizcano. No momento a banda está divulgando o novo single “I Just Want To Go Out“.
TEKE :: TEKE (Montreal, CA)
Descobri essa banda faz uns 20 dias e foi amor à primeira vista, nem pensei direito e já estava conversando com eles e contratando para o selo. Mais que uma banda, TEKE :: TEKE é uma espécie de coletivo artístico que mescla japoneses e canadenses, esses sete integrantes de Montreal expandiram seu já amplo escopo em uma jornada deslumbrante por meio da balada japonesa clássica e da psicodelia brasileira. Combinando tudo, desde a instrumentação tradicional japonesa à guitarra punk, TEKE :: TEKE criou seu próprio universo musical que está em contínua expansão. Em seu álbum de estreia, Shirushi, TEKE :: TEKE mistura baladas japonesas clássicas, surf rock, psicodelia e muito mais para produzir um conjunto de canções que tocam como trilhas sonoras de uma saga de filmes épica selvagem e excêntrica. Do conto espiritual de “Yoru Ni” ao passeio de aventura de “Kala Kala” e o romance condenado de “Dobugawa”, os sete integrantes baseados em Montreal encontram uma coesão mística. Ao separar riffs de guitarra punk ruidosos, instrumentação folk, letras japonesas poéticas e energia de big band, Shirushi construiu um mosaico deslumbrante de estilos e épocas. O álbum sairá pela Kill Rock Stars, em 07 de Maio. Aqui no Brasil, o álbum deverá sair por um novo selo que será lançado em Maio. Fiquem ligadxxx…
The Lazy Eyes (Sydney, AU)
The Lazy Eyes é uma banda de rock psicodélico de quatro integrantes com sede em Sydney, Austrália. A banda é composta por quatro moleques: Harvey Geraghty (voz, guitarra, teclado), Itay Shachar (voz, guitarra), Leon Karagic (baixo) e Noah Martin (bateria). O som dos caras é honesto, direto, cru e muito potente, é progressivo, mezzo punk-jazz. Guitarras afiadíssimas e cheias de fuzz destilando solos matemáticos que dialogam com o groove do baixo e bateria de forma altamente psicodélica. A molecada é quente, o som deles é bem nervoso, no bom sentido… aposto neles como uma das bandas do momento muito em breve!
“Where’s My Brain???” é a primeira amostra do próximo capítulo, extraído do segundo EP que está por vir. Seu lançamento mais distorcido até agora, bateria e baixo hipnóticos que suportam as aventuras de incontáveis solos de guitarra dupla polimétricos. Desprezadamente despenteado e destilado em sua forma mais pura, o som dos garotos ecoa fortemente em cada acorde, e cresce e te domina. Repito: a banda é quente e uma grande aposta agora.
“The Seaside” é uma música que mostra uma lado mais psicodélico deles, com um clipe bem ao estilo surf.
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ÚLTIMAS RADIAÇÕES SONORAS:
My Bloody Valentine
O My Blood Valentine voltou – e colocou os discos antigos nas plataformas de streaming – e quem ama a banda deveria agradecer aos sobrinhos do Kevin Shields por isso acontecer agora.
O músico explica: “Minhas sobrinhas e sobrinhos –eles reclamavam comigo, porque quando tentavam mostrar aos amigos, não encontravam em lugar nenhum. Eles diziam: ‘Por que você é tão obscuro de propósito? Sabe, parece estúpido. Esse tipo de coisa que me fez pensar: ‘Sim, acho que a minha percepção do mundo não é o mundo’. Tem um mundo inteiro lá fora, do qual nada sei.” A banda assinou com a gravadora independente Domino Records e promete dois novos álbuns, só não disse para quando, e é sempre bom lembrar que o My Bloody adora sumir depois que anuncia que vai gravar um novo álbum. Só nos resta esperar que dessa vez seja diferente e eles nos surpreendam com material novo ainda em 2021 e um novo álbum em 2022. Confesso que eu nunca tinha visto um Kevin Shields tão participativo e dando tantas entrevistas para divulgar a volta do catálogo da banda e os possíveis novos álbuns. O My Bloody sempre nos fazendo sonhar.
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IndieWeek Canadá
De 20 a 24 de Abril, acontece o INDIE 101, um evento promovido pela IndieWeek Canadá, reunindo profissionais da indústria musical de todas as partes do mundo. A feira é mais uma grande oportunidade para que os empresários artísticos, produtores e os próprios artistas possam conhecer as inovações que os profissionais destacados que atuam no mercado da música tanto do Canadá e Estados Unidos, quanto de outros países, irão apresentar durante os cinco dias de encontros online. O mercado musical do Canadá é bem conectado com o Brasil, há muitos anos eles enviam comitivas de artistas e profissionais canadenses para participar da SIM São Paulo, por exemplo, também há muitos artistas canadenses que já se apresentaram por aqui, nomes que vão desde Arcade Fire e Mac DeMarco, até artistas menos conhecidos, mas já com fãs fiéis no Brasil, como Homeshake, TOPS, Jullie Neff, Les Deuxluxes, Elephant Stone,
INDIE 101 é uma conferência musical para artistas e profissionais da indústria musical que cobre TUDO o que você precisa saber antes, durante e depois de lançar novas músicas. Desde a criação, publicação, distribuição, promoção e monetização de músicas.
Mais informações, acesse: https://www.indieweek.com/
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CHAI
a mudança na sonoridade do quarteto japonês CHAI é visível e me agrada muito. Desde a última vez que as vi ao vivo, em 2018, o som da banda evoluiu muito, tocou em inúmeros festivais ao redor do mundo, dividiu o palco com muitas bandas e artistas, e isso ajudou a elas de alguma forma. O som da CHAI foi de um electro-punk meio inocente para essa nova fase mais voltada aos sons de agora, com muito vaporwave, synths, vocalizações mais sensuais e até Rap e umas pitadas jazzy. No canal delas no YouTube, vocês podem acompanhar mais sobre a banda e essa nova fase. Não perca tempo, CHAI é uma das bandas mais interessantes do momento e o novo álbum “WINK” será lançado dia 21 de Maio.
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PLAYLIST: 2021|STAY HOME? Tunes
Câmbio, e Desligo!
#usemmáscaras #MáscarasSalvamVidas