bryson cone no palco Bryson Cone – crédito: Gê Guimarães

Noise Radar is ON – Um passeio pelo que há de mais novo no indie rock: Low, música argentina, Amplifiquintas e mais!

Bruno Montalvão
Por Bruno Montalvão

Voltamos com a NOISE RADAR para falar das novidades do mercado musical, novos artistas e lançamentos, dicas de novos álbuns e o incrível Radar da Música Latina, sem falar nas nossas Playlists especiais.

NOISE RADAR is on!!

Nesta edição de NOISE RADAR:

Vamos falar sobre a cena musical Argentina, e apresentar um radar exclusivo com as melhores bandas da nova cena indie argentina, e também do passado, indicadas pelo hermanos Tomás e Luís Balcarce, do selo Queruza e Pablo Hierro Dori, da agência de música Rock City Agência.
Outros Selos: Amplifiquintas, com os selos Before Sunrise Records, Submarine Records, Eu te Amo Records etc.
Teremos a coluna Descobertas do Groover, com: Maxton Hunter (USA), Ra7ael (Brasil) e Arkets (França).
E por falar em dicas de novos artistas, também vamos viajar por diversos países, na nossa seção NOISE RADIATION – Top#05 com destaques para ASIMOV (Guatemala), Hidrogenesse (Espanha), Yanna (Peru), Tres Leches (Estados Unidos), Terror Cactus (Estados Unidos).
Os Álbums mais esperados da n̲̅o̲̅i̲̅s̲̅e̲̅ r̲̅a̲̅d̲̅a̲̅r̲̅ : LOW | HEY WHAT (2021, Sub Pop)
Playlist : LOW para Hits Perdidos

 

PANORAMA: NOVA MÚSICA ARGENTINA

nessa edição da n̲̅o̲̅i̲̅s̲̅e̲̅ r̲̅a̲̅d̲̅a̲̅r̲̅, convidamos nossos amigos Pablo Hierro Dori, da Rock City Agência e proprietário do selo Scatter Records e os irmãos Balcarce, Luís e Tomás, do incrível selo Queruza. Eles fizeram uma lista com alguns dos artistas mais legais da música Argentina, são artistas novos e outros nem tanto, mas principalmente, são artistas que eles gostam de ouvir, de ir aos shows e de colaborar para o crescimento da música argentina.

IRMÃOS BALCARCE (Tomás e Luís Balcarce, do selo Queruza)

Tomás (na frente) e Luís (ao fundo, sentado), os Irmão Balcarce, que comandam o selo QUERUZA.

Tomás (em 1º plano) e Luís (ao fundo, sentado), eles comandam o selo QUERUZA.

OK Pirámides, para nós o representante mais fiel do pós-punk com letras perspicazes e provocantes e um som avassalador: vê-los ao vivo é uma experiência extremamente comovente. O grupo é liderado por Julian Della Paolera, metade do mítico grupo argentino Victoria Mil que é uma das grandes influências conceituais de nossa gravadora, sonhamos que um dia eles tocarão novamente. Na última vez o Ok Piramides agregou ao seu grupo Loló Gasparini, vocalista da Isla de los Estados e sua contribuição é um bálsamo de que não sabíamos que precisávamos.

Da cidade de La Plata, Boui Vilche, que há poucos anos deixou o grupo platense La Patrulla Espacial e de sua carreira solo e com seu grupo Bluyines representa de forma muito pessoal o “Rock Stone” com excelentes composições e interpretação de qualidade. Ele chama sua música de ‘Space Stone’. Admiramos Boui antes de conhecê-lo, responsável por uma das primeiras gravadoras-net argentinas ‘Mandarinas Records’. Não podemos deixar de ouvir seu último álbum intitulado ‘La Luna Durmiendo’ em que colaborou com Daniel Melero, que é conhecido além de sua prolífico obra, por seu trabalho como produtor de Soda Stereo.

Outros artistas que ouvimos e vemos ao vivo com frequência são Melanie Williams & el Cabloide, proyecto liderado y cantado por Melanie desde la batería. O grande Wilo personagem querido da cena e amigo pessoal, membro do nosso grupo rocksteady local favorito, Yataians; o rock pesado e bem tocado de Ayermania y Knei guardiões do legado argentino dos anos 70 e as canções de El Alce perfeitas para se ouvir enquanto dirige de carro numa manhã de domingo pela orla portenha de janelas baixas. A música assobiável e estridente de Fonso ou o recente álbum em plano sequência de Willy Fishman.

Na província de Salta existe uma cena emergente muito interessante com Feli Colina como principal referência; gostamos da ancestralidade folclórica de suas canções e de sua presença interpretativa. Reza a história que ao chegar a Buenos Aires tocou no metrô e isso transparece na sua forma de cantar e tocar. Vemos Salta como uma província cuja cena se fortalece a cada dia e nos impressiona o trabalho de outros grupos como Bort ou Livelli y Los Saravia que se destacam dia a dia com grande habilidade.

Na província de Corrientes del Litoral Argentino há uma ninhada de músicos que além de admirar, temos um carinho muito grande e são Mencho y Las Liebres para ouvir com os pés na água ou aos Galacteos que conhecemos, abrindo New Order em 2019 e não podíamos acreditar.

Mendoza não é novidade: há alguns anos foi reconhecida como um dos pólos musicais emergentes mais importantes da Argentina. Nós destacamos e nos rendemos a Mi Amigo Invencible y Las Luces Primeras há muito tempo e registro por registro superaram cada um deles outro. Nós conhecemos Anyi y Eve Caletti há menos tempo e estamos ansiosos para o lançamento de novas músicas. E dos mais novos artistas, fomos positivamente surpreendidos pelo jovem Mementto.

Por fim, gostaríamos de destacar uma cena de artistas que abordam a música eletrônica de uma forma mais orgânica: Se há o Ibiza Pareo, a festa é garantida. Lujo Asiático lançou um último álbum intitulado ‘Ganbare’ que nos deixou perplexos e está tendo uma recepção muito boa dentro e fora do nosso país. LUPE, produtora com um grande primeiro disco e Las Olas que descobrimos recentemente no Primavera Pro e adoramos a proposta eletrônica deles acompanhada de uma seção de cordas.

A lista de artistas por recomendar é interminável: nos últimos anos temos trabalhado direta ou indiretamente con mais de 200 grupos pela Argentina e precisaríamos de uma segunda e até uma terceira parte para, por exemplo, poder contar sobre a cena punk no sul do país.

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PABLO HIERRO DORI (proprietário da RockCity Agência e do selo Scatter Records)

Pablo Hierro Dori, da RockCity Agência e selo Scatter Records

Pablo Hierro Dori é figura super importante e essencial na cena indie argentina, com larga experiência e inúmeros trabalhos e shows produzidos, Pablo já trabalhou (ou trabalha) com artistas como El Mató A Un Polizia Motorizado, Javiera Mena, Atalhos, entre muitos outros. Abaixo segue a lista de indicações do Pablo, artistas argentinos nos quais devemos ficar de olho aberto. Sou suspeito para falar, mas eu adoro a música dos três primeiros que ele indicou: Lucía Tacchetti, Isla de Caras e Delfina Campos.

LUCÍA TACCHETTI

Lucía Tacchetti tocando seus Synths.

Lucía Tacchetti é uma das revelações do electropop em espanhol contemporâneo, e apresentou seu mais recente álbum “ELETÉ” que foi eleito por diversos sites especializados entre os melhores de 2020 (IndieHoy, Rockdeluxe, Remezcla, IndieClub, SongMess, BeeHype, Silencio, FlipAr, ID Music Culture, entre outros). A Rolling Stone Argentina destacou “Apagón” entre as 25 melhores canções de 2020.

Mas Lucía Tacchetti não só lançou um grande álbum em 2020, mas também venceu a competição global do Vans Musicians Wanted da região das Américas. Escolhida por um júri liderado por Anderson.Paak, entre cinco finalistas da região das Américas, numa lista com mais de 20 mil participantes. Vocês podem assistir ao vídeo Vans Musicians Wanted: America’s Concert Finale no YouTube:

Por ter sido eleita a vencedora do Vans Musicians Wanted, Lucía Tacchetti dividirá o palco com Anderson.Paak na House of Vans da Cidade do México, durante o ano de 2022.

Com os shows presenciais já ocorrendo na Europa, Lucía Tacchetti deicidiu se instalar na Espanha por uma temporada e está aproveitando a estadia em Madri, desde Maio, para tocar e divulgar seu último álbum “ELETÉ”. Lucía já tocou no Festival Sound Isidro com Casero e também participou do PrimaveraPro 2021 online. Os Próximos shows já anunciados são o Festival Pedralbes na prévia do show de Nathy Peluso, em Barcelona e o Festival Sonorama Ribeira, com Vetusta Morla, Viva Suécia, entre outros.

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ISLA DE CARAS
A música de Isla de Caras tem uma abstração distante que é quase viciante. De Buenos Aires, a banda nos deixa uma proposta sonora que flutua no tempo e no espaço, enchedo-o de imagens e temas pop. Lo-fi, soul e chillwave juntam-se nesta festa em slow motion que é a Isla de Caras. O pop latino-americano passou pelo filtro estilístico do inclassificável Connan Mockasin ou Ariel Pink (a aura etérea de BabaStiltz e LZ Priest também voa acima). O novo material de Isla de Caras tem todos e cada um dos elementos fundamentais da canção pop narcótica. Parafraseando a poetisa beat Diane di Prima, seriam: “Imagens cativantes, movimento da linguagem e musicalidade das palavras”. Seu próximo LP, que será lançado pelo selo de Barcelona Costa Futuro em 2021, vai acabar sacudindo nossas endorfinas.

 

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DELFINA CAMPOS

Delfina Campos é uma cantora e compositora de Buenos Aires, Argentina. Ela Foi romanticamente treinada com folk rock e se descreve como uma artistas que gosta de estar obsessivamente por cima de cada detalhe. Tendo lançado vários singles, ela está trabalhando em seu álbum de estreia. Este ano lançou o single “El Astronauta” onde aborda problemas como desaparecimentos físicos e emocionais. Colaborou também com a banda Atalhos em “Te Encontrei em SP“, uma música de clima solar e com uma letra que alterna o português com o espanhol, resultando num clima de melancolia urbana.

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SANTIAGO MORAES
Santiago Morales

foto: divulgação

As canções de Santiago Moraes emergem de um lugar intermediário entre Tom Waits e Robert Alt, entre Lou reed e Eduardo Mateo, entre Charles Bukowski e Manal. Um ponto no mapa de Buenos Aires onde o blues, a sujeiras das ruas, as crônicas urbanas, a melancolia do River Plate e a linguagem da natureza-morta se cruzam. “Transeúntes” é o seu novo projeto após a separação da banda Los Espíritus. Com um álbum lançado em 2019 e três excelentes singles em 2020, ele está preparando novo material para um próximo álbum.

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POMMEZ INTERNACIONAL

Pommez Internacional é um projeto musical fundado em Buenos Aires em 2010 e integrado por Juan Ibarlucía & Cruz. Sua Música. outrora definida como “o som de dois carros colidindo. a130km por hora” (Diario Clarín), captura plenamente a experiência de vier em uma metrópole latino-americana: “Exigente e dramática, sempre a ponto de explodir” (página 12). Suas canções – gravuras pós-modernas habitadas por bandidos urbanos e deusas iorubás – conquistaram um lugar de destque no cenário internacional. Eles desenvolveram uma carreira que inclui 4 álbuns, vários singles e numerosos recitais em salas de concerto e festivais na América latina, Espanha e Estados Unidos. Seu último trabalho até agora “Infierno Porteño” é uma comédia negra sobre o apocalipse mental argentino, validando o grupo como um dos atos mais desafiadores e provocantes da nova cena latino-americana.

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Outros Selos : Projeto AMPLIFIQUINTAS

Before Sunsire Records, concebida este ano por esse que vos fala e que é o selo musical da nossa agência de shows Brain Productions Booking, participa do projeto de valorização de selos fonográficos Amplifiquintas no dia 5 de agosto (hoje), às 21h, com transmissão via redes sociais.

Nesta edição do projeto da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, o selo participa com shows de três bandas do cast: AtalhosEma Stoned e do norte-americano Bryson Cone, todos gravados no Teatro Paulo Eiró (São Paulo).

A transmissão acontece exclusivamente no dia 5/8 (hoje), pelo Facebook do Teatro Paulo Eiró.

Ainda participam do projeto, no mês de Agosto, artistas dos selos Submarine Records e Eu te Amo Records. Ainda há mais um selo a ser anunciado, que está em fase final de negociação.

As atrações | Before Sunrise records

Atalhos apresenta show alusivo ao quarto álbum, “A Tentação do Fracasso”, previsto para sair em janeiro de 2022. Até o momento, já lançaram três singles desse novo trabalho e um EP com remixes feitos por The Holydrug Couple (Chile) e Gordon Raphael (produtor musical do The Strokes, Regina Spektor, Hinds etc).

A banda esteve recentemente no especial de 10 Anos do programa El Sonido, da KEXP e tem se destacado em países como Brasil, México, Estados Unidos, Portugal, Argentina, Chile, Espanha, entre outros países. Cada vez mais, a Atalhos vai conquistando seu espaço no cenário indie internacional. O novo álbum promete uma forte guinada na carreira da banda.

Atalhos é: Gabriel Soares (Voz, Guitarras), Conrado Passarelli (Guitarras), Bianca Predieri (Bateria), Fabiano Boldo (Baixo), Leon Sanchez (Teclados e Synths).

Atalhosinstagram.com/atalhosbanda.

banda Atalhos

Crédito: Bruno Montalvão

Com o show “Devaneio”, o power trio instrumental feminino Ema Stoned reverbera sua estética sonora única, inaugurada em 2011.

Passeiam pela música instrumental guiadas por improvisação e experimentação com doses de psicodelismo, noise e jazz na busca de encontros onde o som e a arte possam pulsar através do vínculo entre o interno e o externo, o individual e o coletivo.

A banda tem atuado com forte presença em festivais nacionais, além do lançamento e disponibilização em plataformas digitais de dois álbuns e dois singles, sendo Gema (2013), Live from Aurora (2016), Proxima b (2017) e Phenomena (2019) em conjunto com Makoto Kawabata (Acid Mothers Temple) e Douglas Leal (Yantra e Deaf Kids); além de produções caseiras feitas em tempos pandêmicos.

Atualmente, a banda é formada por Alessandra Duarte (guitarra e samples), Elke Lamers (baixo e samples), e Theodora Charbel (bateria).

Ema Stonedinstagram.com/emastoned.

banda Emma Stoned

crédito: Gê Guimarães

Bryson Cone é um músico Queer Enby ou não-binário, artista de mídia mista e performer que mora em Portland (Oregon, Estados Unidos).

No Amplifiquintas apresentará o show “Magnetiqué”, nome que deriva o álbum de estreia, Magnetism (Cleopatra Records, lançado em fevereiro de 2020), tendo Vinicius Rodrigues (sax) como convidado especial.

A música de Bryson Cone é principalmente pop experimental, contendo elementos de sintetizador dos anos 80, new wave, rock psicodélico e colagem de fita. Se The Cure formasse uma banda cover de Sade e gravasse seu álbum em uma fita cassete velha e usada, provavelmente não soaria muito como Bryson Cone … mas Bryson ficaria obcecado por isso.

Bryson Coneinstagram.com/brysoncone.

Bryson Cone no palco

crédito: Gê Guimarães

Ficha Técnica

Direção: José TM e Daniel Barosa
Iluminação: Patrícia Amorim
Técnico de Som: Fabio ‘Fabox’ Britto
Captação e Edição de Som: Felipe Faraco
Edição de Imagens: Leo Fazio
Roadie: Calil Barros
Coordenação e Produção Geral: Carlo Bruno Montalvão (Brain Productions Booking)
Realização: Before Sunrise Records

A Before Sunsire

Before Sunrise Records é um selo musical especializado em música experimental, sons oblíquos, neopsicodelia, Indie R&B, synth pop, garage rock, vaporwave, Indie BR, urban sounds etc.

Nascido em 2021 e comandado por Carlo Bruno Montalvão (Brain Productions Booking), o selo trabalha o 360º de seus artistas, com lançamentos e turnês mundiais para promover seus trabalhos, além de um extenso networking e experiência de +20 anos na indústria musical.

O primeiro lançamento, em maio de 2021, foi a banda nipo canandense TEKE::TEKE, em parceria com o selo norte-americano Kill Rock Stars.

Os próximos lançamentos do selo incluem novos trabalhos do Atalhos (BR), Cidade Dormitório (BR), Bryson Cone (US), Ema Stoned (BR), TEKE::TEKE (CA), Gordon Raphael (US/UK), Roni Bar Hadas (IS), entre outros.

Acompanhe as novidades do selo: instagram.com/beforesunriserecords.

ASSISTA AGORA:

AMPLIFIQUINTAS ?  assista agora as performances exclusivas de Bryson Cone + Atalhos + Ema Stoned. Os shows dos músicos representados pelo selo Before Sunrise Records foram gravados no dia 20 de Julho de 2021, no palco do Teatro Paulo Eiró, em São Paulo, Brasil.

 

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Descobertas no Groover

Arkets (França)
Arkets é um projeto de pop rock alternativo (art rock, progressivo …) com 4 membros. O primeiro álbum foi lançado em 2016 e o novo álbum “Dark light” está à venda desde abril de 2021. Desde o lançamento do álbum tiveram boa repercussão na Inglaterra, EUA, Brasil, França, Alemanha (transmissões, playlists do Spotify, crônicas e entrevista). Você pode ver e sentir que eles são músicos experientes fazendo o som que eles gostam e acreditam. A propósito, eu fui pego pelo delicioso galope dessa música, que vem como um trem em alta velocidade cortando a natureza em algum lugar distante e atropela seus sentidos. Envolva você no belo trabalho de piano e voz de Romain Frati. A propósito, toda a banda é muito boa em harmonizar a música. É fresco, em constante evolução, como se nos convidasse a uma viagem, um galope pelo além, numa espécie de comboio sem destino. Um “Trem em Fuga”, movido por Arkets.

Maxton Hunter (USA)
Esse single me bateu bem legal, a música tem uma batida deliciosa, ótima jogada de vocais, onde o autor divide as vozes com a artista Lucy Branch. A música tem um delicioso clima praiano. Nas próprias palavras do Maxton Hunter:

“Meu novo single, “Say What You Mean” com a vocalista Lucy Branch, continua de onde meu último EP parou, expandindo os ritmos de guitarra atmosféricos e ensolarados enquanto segue uma direção mais centrada no pop. Com os dias mais quentes do ano batendo à nossa porta coletiva, eu realmente espero que as pessoas que estão ouvindo possam desfrutar desta música pelo que ela é: uma tentativa aberta de pop de verão alegre que paga dividendos no departamento de reprodução pronta para reprodução Atolamentos da Califórnia.”

Ra7ael (Brasil)
De onde veio essa coisa maravilhosa chamada Ra7ael? Como ainda não o tínhamos visto tocando por aí em clubes e festivais? Ou como ainda não ouvimos sua música?E que música deliciosa para ouvir e fazer todo o esqueleto se mexer, “Pretty Alto” é uma explosão pop eletrônica cheia de referências pop, glamour e muitos brilhos. Imagine quando a pandemia acabar e os shows voltarem, um show desse cara seria um bom começo para colocar mais fogo no apocalipse que estamos vivendo!

Você é Artista ou Selo Musical que representa algum artista novo e quer mandar sua música para a Brain Productions Booking analisar? Use esse link e mande para nós agora mesmo.

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Radiation Top #05

Agora vamos falar sobre algumas bandas que estiveram durante a incrível session em celebração aos 10 Anos do programa EL SONIDO, da KEXP, sobre a qual já falamos aqui na coluna (confira as edições passadas para saber mais). O Especial de 10 Anos do EL SONIDO foi ao ar no dia 22 de Maio, pelo YouTube da KEXP, e teve shows de diversos artistas latino-americanos atuais, com destaque para Javiera Mena, Atalhos, e as cinco revelações que vamos indicar logo abaixo:

ASIMOV (Guatemala), HIDROGENESSE (Espanha), Yanna (Peru), Tres Leches (Estados Unidos), Terror Cactus (Estados Unidos).

ASIMOV (Guatemala)
Esse jovem quarteto da Guatemala é uma das gratas surpresas do indie rock latino atual, fazem um belíssimo e delicado dreampop shoegaze com guitarras soterradas, muito noise e vocais oníricos. Foi umas das atrações mais legais e surpreendentes que vi nessa Session da KEXP e, com certeza, é uma das bandas que já entrou para o meu radar musical. Super indicado para fãs de Cocteau Twins, Slowdive, My Bloody Valentine.

 

HIDROGENESSE (Espanha)
Esse duo de Barcelona é minimal em tudo, na música, nas imagens que divulgam e em suas apresentações geniais. E a performance deles foi uma das mais surreais do Especial da KEXP.

HIDROGENESSE é uma dupla eletrônica formada por Carlos Ballesteros e Genís Segarra em Barcelona no final dos anos 1990 como um ato pop conceitual. Desde seus primeiros passos, até hoje, eles fizeram synth-pop, baladas cerimoniais, kraut- e glitter rock, dance-music dos anos 90, música francesa e falso rock’n’roll.

De acordo com eles, suas influências mais significativas são Sparks, Kraftwerk, Deee-Lite, The Associates (o Mac em Eres PC eres Mac representa seu vocalista, Billy Mackenzie), The Smiths e Morrissey, The Magnetic Fields, Saint Etienne, Pet Shop Boys e excêntricos britânicos como Lawrence, Jarvis Cocker e Luke Haines. Eles também são influenciados pela música dos anos 70, como as bandas alemãs La Düsseldorf, Neu! e Harmonia e artistas glam de UK como Gary Glitter e The Glitter Band. Quem for ao Primavera Sound em 2022, poderá conferir de perto a incrível performance desse Duo Catalão. Eu não perderia por nada!!!

YANNA (Peru)
Dona da porra toda no Rap Peruano, YANNA apresenta toda a sagacidade de suas letras nesse video para a canção “Marcaperu”, onde ela circula pela periferia peruana, cercada por suas amigas e faz forte crítica social contra o Femínicidio, e destila sua voz para cantar as diversas mazelas e virtudes que fazem parte do cotidiano peruano. A letra se destaca pela frase: “A mi me cuidan mis amigas, no la policía”.

Tres Leches (Estados Unidos) | Terror Cactus (Estados Unidos)
Esses dois novos artistas são baseados em Seattle, de fortes raízes latinas, eles se reuniram para gravar uma session incrível para a KEXP, também no Especial de 10 Anos do EL SONIDO. Onde a cumbia eletronica do Terror Cactus se fundiu completamente ao Punk eletrônico da dupla Tres Leches.

Para rever todo o Especial EL SONIDO 10 Anos, que foi exibido pela KEXP, acesse o link abaixo:

Lembrando que para rever a apresentação da banda brasileira ATALHOS, que foi a única atração daqui, basta arrastar o video para o tempo: 1h36minutos.

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Os Álbums mais esperados da n̲̅o̲̅i̲̅s̲̅e̲̅ r̲̅a̲̅d̲̅a̲̅r̲̅ :
LOW: HEY WHAT (Release Date: September 10, 2021)

Low

Low, foto: Nathan Keay

LOW é a banda perfeita para o meu extravagante e sutil gosto musical. Dona de uma sonoridade única, que foi se moldando e se lapidando com o passar do tempo, até atingir um estado musical e produtivo Poético, Catártico, Feroz, Metamórfico, Emocionante e Revigorante em diversos sentidos. Ouvir e contemplar a música do LOW é como participar de um ritual, é um ato sublime, que eleva a alma.

Para esse novo álbum, Alan Sparhawk e Mimi Parker se reuniram com o produtor BJ Burton (que trabalhou em “Double Negative” de 2018 e “Ones and Sixes” de 2015) e se separaram do baixista Steve Garrington, que tocava com a banda desde o álbum C’mon de 2011. Sparhawk e Parker podem e estão abertos a trabalhar com outros músicos no futuro, de acordo com um representante da banda. O fato é que, quando a pandemia começou a assolar o mundo e os Estados Unidos foram atingidos duramente, a banda se isolou em sua casa em Duluth (no Estado de Minessota), e passou a fazer live sessions em seu perfil no Instagram todas as sextas, numa espécie de projeto lo-fi que eles criaram e começaram a gravar na sala da casa deles, chamado “It’s Ftriday, I’m Low!”. Em alguns, Alan mostrava sua platação de legumes, em outros ele mostrava como tocar as músicas do LOW, mas em quase todos, eles fizeram shows únicos para o deleite dos milhares de fãs espalhados e “isolados” pelo mundo.
Recentemente, a banda anunciou o lançamento do novo álbum HEY WHAT (2021, Sub Pop) e uma nova turnê para 2022. Confiram as datas:

LOW | HEY WHAT 2022 Tour

03–22 Bloomington, IN — Bishop
03–25 Birmingham, AL — Saturn
03–26 Atlanta, GA — Terminal West
03–28 Washington, D.C. — Miracle Theatre
03–29 Philadelphia, PA — World Cafe Live
03–31 New York, NY — Webster Hall
04–01 Providence, RI — Columbus Theater
04–02 Montreal, Quebec — Theatre Fairmount
04–04 Toronto, Ontario — The Axis Club
04–05 Detroit, MI — Loving Touch
04–08 Madison, WI — High Noon Saloon
04–25 Edinburgh, Scotland — Queen’s Hall
04–26 Dublin, Ireland — Vicar Street
04–27 Manchester, England — Manchester Cathedral
04–28 Brighton, England — St. George’s Church Brighton
04–29 London, England — St. John at Hackney Church
04–30 Bristol, England — Trinity
05–02 Paris, France — Alhambra
05–03 Cologne, Germany — Kulturkirche Köln
05–04 Antwerp, Belgium — TRIX
05–05 Amsterdam, Netherland — Paradiso
05–06 Aarhus, Denmark — Voxhall
05–07 Copenhagen, Denmark — Vega
05–09 Hamburg, Germany — Uebel & Gefährlich
05–10 Berlin, Germany — Festsaal Kreuzberg
05–11 Vienna, Austria — Wuk
05–12 Bologna, Italy — Teatro Duse
05–13 Lausanne, Switzerland- Les Docks
05–14 Zurich, Switzerland — Mascotte

Espero poder pegar o último show deles, que vai acontecer em Zurich (Suíça), vou tentar atencipar minha ida para Europa por conta disso, visto que tenho uma turnê que começa no dia 17 de Maio, com a The Baggios . Eu realmente amo o LOW pós-milênio, eles fazem distorção e feedback estático como ninguém mais faz, é tão catártico e lindo. Esse “HEY WHAT Tour” é, com toda certeza, um show que eu gostaria muito de ver. Os shows do LOW estão na lista daqueles que eu veria quantas eu pudesse ver, incontáveis vezes, bom… já consegui ver eles 3x ao vivo, e posso garantir, cada show foi único e me tocou de uma forma completamente diferente.

O primeiro single “Days Like These” é um tiro certeiro no coração, as imagens do clipe mostram de forma catártica o cotidiano de um senhor negro já idoso, que desfila em seu velho Cadillac, estilizado com frases e fotos de Jesus e dos 10 mandamentos, por uma América destroçada, tentando pregar a palavra de Deus. Em alguns momentos, ele está com seu cachorro numa dança solitária em sua casa, com passos letárgicos e simplórios, em outros ele interage de forma pura com a sua comunidade. A poesia das imagens em P&B é tão tocante quanto profunda. É um rasgo em nossa já combalida alma. Os tempos que vivemos são duros, precisamos nos amparar em algo, e a música do LOW pode ser a Salvação.

A música lembra muito a vibe do álbum passado “Double Negative”, que é um dos álbuns mais foda da banda e indicado a diversas listas de melhores do ano. Um marco na história da banda, uma guinada de estilo e sonoridade tremenda, é o LOW do novo Milênio, totalmente renovado, estarrecedor e cada vez mais libertante.

Essa semana, eles lançaram o segundo video “Disappearing”, que é um outro absurdo em termos de canção. Ouso dizer que essa fase atual do LOW regada a distorções e saturações de sua música tem a ver com o estado de espírito atual dos últimos tempos nos Estados Unidos, e o quanto isso afetou a self das pessoas. A humanidade está doente, por todos os lados. A música do LOW pode ser a Cura.

HEY WHAT já está em pré-venda nos sites da Amazon e Rough Trade.

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PLAYLIST: LOW para Hits Perdidos

Essa é uma playlist que criei e fez parte de uma matéria que escrevi sobre o  LOW para o site Hits Perdidos, nela coloco 03 canções de cada álbum oficial do LOW, dando assim um breve retrospecto da carreira e das diversas fases da banda.

Câmbio, Desligo!
n̲̅o̲̅i̲̅s̲̅e̲̅ r̲̅a̲̅d̲̅a̲̅r̲̅ volta em breve!

Bruno Montalvão

https://www.brainproductionsbooking.com

Carlo Bruno Montalvão gosta de gatos, acredita em ETs e até se considera um deles, adora cozinhar, e "sofre" pelo Lakers e Flamengo. Montalvão também é manager, booker e produtor cultural com +25 anos de experiência e trabalhos realizados na Indústria Musical. Já realizou turnês por todo o Brasil, e também Estados Unidos, Marrocos, Canadá, México, Argentina, Espanha, Chile, Itália, Suíça, França, Reino Unido, Dinamarca, Suécia, Áustria, República Tcheca, Alemanha, País de Gales, Gibraltar, e deu palestras no SXSW, Pop Montreal, Path Festival e diversos outros Festivais. Trabalhou com artistas como Mac DeMarco (CA), Acid Mothers Temple (JP), The Brian Jonestown Massacre (US), Alice Glass (CA), Franc Moody (UK), Sebadoh (US), Jonathan Richman (US), Allah Las (US), The Helio Sequence (US), El Mató A Un Policía Motorizado (AR), Vanguart (BR), entre outros. Atualmente comanda a Brain Productions Booking, o selo indie Before Sunrise Records e apresenta o programa de radio IndieAmerica, na Mutante Radio. #FreePalestine #IndieAmerica

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