No After com Xaxim – Videoclipe novinho e cinco perguntas para Dudu Marote

Jota Wagner
Por Jota Wagner

O Xaxim, novo projeto do onipresente Dudu Marote em parceria com Fabio Soares, acaba de lançar videoclipe novo pelo projeto Quarantine Sessions (cuja história completa você conhece na semana que vem aqui no Music Non Stop).

O clipe da música Aruanda (com participação de Seko Bass, do Bayana System, e Coy Freitas), dirigido por Raul Machado, é o 22o. lançamento do projeto e traz ao público mais um pouco do groove tropical do Xaxim, primorosamente produzido pela dupla que já se apresentou em Berlim, Paris e Londres, além de diversos festivais bacanudos, como o mais recente Burning Man, por exemplo.

Dudu Marote está entre nós desde sempre. Produziu discos primitivos de hip hop nacional, conduziu o Que Fim Levou Robin, de Mauro Borges e Bebete Indarte, participou ativamente da house brazuca com o Jamanta Crew e Prztz, chegando a lançar pelo selo Classic, de Derrick Carter. Além disso, cuidou de singles e álbuns de sucesso de uma porção de gente grande: Skank, Emicida, Nego Moçambique, Francisco El Hombre, entre tantos outros.

Fabio Soares, a outra samambaia, é diretor de criação de ponta, com trabalhos feitos para Alok ,as Olimpíadas do Rio e Blue Man Group, para citar alguns. Ambos fazem do Xaxim seu laboratório de experiências vegetosônicas.

Perguntamos ao boa onda sobre histórias e visões da vida em turnê. Dudu escorregou da primeira pergunta, mas entregou sua positividade e foco nas demais. Confirma.

MNS: Perder vôo, ficar na mão, van quebrada… qual foi o maior perrengue que você já passou ao tentar voltar pra casa depois de uma tour ou show?
Nunca é a minha reclamar de coisas que não deram certo. O que se foi passou e foi daquele jeito. Tudo certo. Aprendizado. Bora pra frente.

MNS: Uma vez, garoto e numa conversa entre amigos, me lembro de ter descido o pau nos Rolling Stones pela “frescura” de levar o próprio cozinheiro na tour. Depois, mais velho e já inserido no mundo da música, me lembro de testemunhar os perrengues gastronômicos que os artistas têm de passar em turnê e pedir desculpas mentalmente à banda por tamanha injustiça que cometi. Porquê é que tem produtor que acha que artista vive de pizza? O Xaxim já está levando seu próprio cozinheiro?
A gente adora tocar. O que eu quero dizer com isso é que a gente não se importa de tocar por muuuuuitas horas. Em várias das nossas lives fizemos o set, uma parada, e depois um after longo. Nessas a gente faz um preparo de apoio de comidas e bebidas pra todos os momentos, q a gente mesmo se vira, pra poder segurar a onda. Quando a gente anima, dá um total de set de umas seis horas pelo menos.

MNS: Qual técnica ninja você desenvolveu (ou viu alguém praticar) para suportar as horas entre a passagem de som e o show?
Acho q tudo depende da verdade que você tem em seu projeto. Se está num projeto que ama não há nenhuma dificuldade em nenhum momento. Há sempre muito o q fazer. Divulgar, redes e tal. Além de sempre estar presente em todas as suas ações.

MNS: Como é o camarim de uma live quarentenada em casa?
Meu estúdio e minha casa ficam no mesmo domicílio. Então eu diria q no nosso caso a live no estúdio é extensão do camarim e não o contrário. o q é ótimo.

MNS: Qual o maior erro que um artista pode cometer momentos antes, durante e depois de uma gig? Seja generoso e salve a carreira da molecada.
A carreira de um artista é uma construção constante. Pra cada desafio q vier é essencial estar muito preparado mas ao mesmo tempo sempre com leveza. Se evitar antecipar o futuro, ou seja, aprender a controlar a ansiedade, vai entrar em cada gig, estúdio ou live dando o seu melhor. Presença é a palavra.

Dudu e Fábio (Xaxim)

Jota Wagner

Jota Wagner escreve, discoteca e faz festas no Brasil e Europa desde o começo da década de 90. Atualmente é repórter especial de cultura no Music Non Stop e produtor cultural na Agência 55. Contribuiu, usando os ouvidos, os pés ou as mãos, com a aurora da música eletrônica brasileira.

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