Izzy Gordon Izzy Gordon – foto: Junior Santos

Na Vila Itororó, show “O Grito” e exposição em comemoração ao centenário do escritor José Saramago

Jota Wagner
Por Jota Wagner

O evento, gratuito, conta com a participação de Graça Cunha, Izzy Gordon, Jairo Pereira e Grupo Catavento – Tapera das Artes.

Exposição com instrumentos feitos, artesanalmente, por jovens da ONG Tapera das Artes também faz parte da programação

Neste sábado, dia 10 de dezembro, o Centro Cultural Vila Itororó – conjunto composto por mais de dez edificações construídas no início do século XX entre os bairros da Liberdade e da Bela Vista, em São Paulo -, recebe o show “O Grito”, do cantor, compositor, poeta e artista visual CA CAU, que se apresenta juntamente a mais quatro artistas: Graça CunhaIzzy GordonJairo Pereira Grupo Catavento – Tapera das Artes. Além das atrações musicais, gratuitas, o evento também conta com a abertura de duas exposições: “Celebrando o centenário do escritor José Saramago” “Luteria Experimental da ONG Tapera das Artes”

Com circulação pelo Brasil e pela Europa, CA CAU traz o show “O Grito” pela primeira vez no Centro Cultural Vila Itororó, transportando o público para o seu universo poético-ibérico-musical, com violão de aço; mas que também dialoga com a poesia e as artes visuais. O show nasce no contexto da pandemia, convidando o espectador para reflexões – uma atitude artística de inquietude; um grito de possibilidades.

 

 

A mostra “Celebrando o centenário do escritor José Saramago”, que segue em cartaz até o dia 16 de dezembro, é uma homenagem ao escritor português que conquistou o Nobel de Literatura em 1998 e o Prêmio Camões, em 1995. A exposição exibe 30 obras – cartazes realizados por diversos artistas do Festival Internacional Sete Sóis Sete Luas, que acontece em 30 cidades de 11 países do mediterrâneo e do mundo lusófono, com programação de música popular contemporânea e de artes plásticas -, contextualizando a importância de Saramago como fundador do Festival, que, em 2023, completa 30 anos; maior rede de intercâmbio na Europa. 

Já a “Luteria Experimental da Tapera das Artes” apresenta instrumentos musicais confeccionados, artesanalmente, por crianças, jovens e adolescentes da ONG de mesmo nome (Aquiraz – CE). Utilizando materiais recicláveis como cabaça, bambu, madeira, pedra, plástico, papel, borracha e metal, a Tapera das Artes promove um trabalho de criatividade sustentável ao construir instrumentos musicais com novas sonoridades e formas estéticas diferenciadas. Na exposição, o visitante poderá ver instrumentos de percussão melódicos e harmônicos (marimba, kalimba, clavas de PVC e clavas de pan de PVC); percussão rítmicos (tambor de fita, caixa e pandeiro); sopros (flauta doce, flauta pan, flauta pan de bambu, flauta pan de mangueira e flauta pan de PVC); cordas percutidas (marimba de lata, harpa, violão de cabaça, ukulele de PET e viola de cabaça) e; cordas friccionadas (violino de cabaça, violino de lata, viola de arco de cabaça, viola de arco de lata, violoncelo de balde e violoncelo de cabaça).

“Sou apaixonado pela nossa língua; a poesia e sua musicalidade. Sinto-me honrado em realizar o show O Grito, com convidados representativos de nossa cultura, mas principalmente, em um local mágico e cenográfico como a Vila Itororó. Poder promover o intercâmbio e a troca de saberes, ao dialogar com a cidade de São Paulo e o Festival Internacional Sete Sóis Sete Luas – que teve como fundador, participante e presidente, José Saramago -, é um presente divino para a minha carreira”, comenta CA CAU.

O evento conta com o apoio do Espaço Cultural Atelier Travessia. Confira a programação abaixo:

A partir do 12h

Show – O Grito”, CA CAU 

Entrada gratuita

Duração: 30 – 35 minutos

Ficha técnica: CA CAU (voz e violão) e André Matanó (teclado)

Com circulação pelo Brasil e pela Europa, CA CAU traz o show “O Grito” pela primeira vez no Centro Cultural Vila Itororó, transportando o público para o seu universo poético-ibérico-musical, com um violão de aço; mas que também dialoga com a poesia e as artes visuais. O show nasce no contexto da pandemia, convidando o espectador para reflexões – uma atitude artística de inquietude; um grito de possibilidades.

CA CAU: radicado em São Paulo, CA CAU é mineiro de Viçosa e já viveu e atuou por muitos anos no Ceará. Sua música foi destaque em várias partes do mundo: Montreux Jazz Festival (Suíça); Turnê Acordes pro Mundo USA (conquistou o Prêmio Press Awards 2008) e em apresentações no Womex (Dinamarca); Territórios Sevilha (Espanha); Festival Sete Sóis Sete Luas (Itália, Portugal e Espanha); Festival Latino-americando (Itália); Virada Cultural SP; Bloco Galo da Madrugada (PE); Sesc Campo Limpo; Sesc Pinheiros; Circo Voador; Réveillon na Avenida Paulista; Projeto Sons do Brasil e shows no lançamento do livro Olho d’Água pelo Nordeste, entre outras. 

Discografia: Cor da TerraVisionário (participação de Dominguinhos); Imaginário (participação de Alceu Valença); Montreux Jazz Festival (ao vivo no  Montreux Jazz Café); Acordes pro Mundo (CD e DVD, participação de Alceu Valença, Flávio Venturini, Alboury  Dabo, Cherifo Sisokro e Ballet da Macedônia); Vermelho Coração Agreste (forró contemporâneo); Sons Cores e Poesias (CD e DVD ao vivo); Orkestra Luasitânia (grupo de instrumentos medievais do qual fez parte); e IN VER S.O.S (CD pop de poesia ácida marcado pela cultura popular, influências ibéricas, blues, rock e pelo violão de aço). CA CAU é idealizador do Espaço Cultural Atelier Travessia, lançado em 2010.

Apresentação – Grupo Catavento | Tapera das Artes

Entrada gratuita

Duração: 30 – 35 minutos

Grupo Catavento: surgiu na Tapera das Artes, em Aquiraz, no Ceará, dentro da Oficina de Música e Luteria Experimental, ministrado por Fernando Sardo. O Grupo apresenta performances com instrumentos musicais artesanais, de cordas, sopros e percussão, utilizando diversos materiais recicláveis para ressignificar a estética, os formatos e suas utilidades e, assim criar, novos timbres, cores e sons. No repertório, músicas autorais em diálogo com sucessos ao redor do mundo, trazendo alegria e sentimentos poéticos para novas formas de ver a vida. 

Tapera das Artes: completa seus 40 anos de existência em junho de 2023. Uma instituição que tem como missão levar a felicidade, por meio da arte, para crianças, jovens e adolescentes. Escola de Vida – sua premissa maior é possibilitar um novo olhar, ausculta e novos toques repletos de sentimentos. 

Uma viagem para dentro de nós mesmos; no universo do outro, na paisagem do lugar que vivemos. O voo no tempo e no espaço, que nos permite sonhar como que podemos criar – o que nos permite colorir. Como já dizia Lenine, “nosso corpo pede um pouco mais de alma” – a Tapera das Artes reaproveita, recicla, transforma tudo em uma alegria de sons; ela estimula a criatividade, mas também explora e transcende. Somos catadores da alegria com asas para voar alto. 

Objetos na Tapera das Artes têm a cor, o formato e a alma que cada criança decide dar a eles. Um novo olhar que reverbera a paz; na educação de seres humanos mais sensíveis, capazes de ver para além dos olhos – com a luz do coração. É nesse sentido, colorir e perfumar caminhos. 

Show – Izzy Gordon

Entrada gratuita

Duração: 30 – 35 minutos

Izzy Gordon: crescendo ouvindo jazz e bossa nova, Izzy é filha de Dave Gordon e sobrinha da cantora e compositora Dolores Duran. Desde criança, conviveu com grandes nomes das artes, como Jair Rodrigues, Tim Maia, César Camargo Mariano, Rita Lee, Wilson Simonal, Cassiano e outros que apareciam em sua casa para conversas e jam sessions com seu pai. Izzy Gordon começou sua carreira no musical “Emoções Baratas”, do diretor José Possi Neto. Em 1993, participou do disco 23, de Jorge Ben Jor, com que saiu em turnê. Em 1995, foi convidada para integrar a primeira formação do Grêmio Recreativo Amigos do Samba Rock Funk Soul, gravando o álbum “Via Paulista”, ao lado de Jorge Ben Jor e Ed Motta (show).

Izzy também foi convidada para dois shows exclusivos da banda irlandesa U2, em São Paulo, com um trabalho que foi uma homenagem à Dolores Duran (CD Aos Mestres com Carinho), recebendo elogios de Quincy Jones, mas também, com duas pré-indicações: Grammy Latino e Prêmio TIM. 

Em 2010, a cantora lançou o disco “O que Eu Tenho Pra Dizer”, produzido e lançado pelo selo Label e, também foi convidada para se apresentar no aniversário da namorada de Sir Paul McCartney. O sucesso foi tamanho que o ex-Beatle cantou com ela: “É com esse que eu vou”.  Um ano depois, recebeu o convite da gravadora Joia Moderna (DJ Zé Pedro) para elaborar um projeto calcado na obra de alguns dos nossos maiores e mais expressivos compositores negros. 2013 foi o ano de sua primeira turnê na Europa, começando por Lisboa, onde apresentou três de seus discos e, em 2014, lançou o seu quarto álbum, “Pra Vida Inteira”.

Show – Jairo Pereira

Entrada gratuita

Duração: 30 – 35 minutos

Jairo Pereira: na carreira musical desde 1994, Jairo é um dos fundadores e vocalistas da banda Aláfia. Em 2015, nasceu seu trabalho solo de múltiplas vivências artísticas. Após o hiato criado pela pandemia, o artista chega com o álbum-visual “Monocromático” (2022), resultado dos tempos de isolamento e de suas intensas reflexões e afetos – em tons da paleta da cor de sua pele, que sente o racismo, o medo e a opressão, Jairo transforma tudo em música, poesia e antídoto para os dias de hoje, com letras que falam sobre amor e esperança. 

Seu primeiro álbum foi lançado em 2017 (“MutuM”) e, o segundo, em 2019 (“Venha Ver o Sol”). Já se apresentou nas principais casas do roteiro noturno de São Paulo e na rede SESC, dentro e fora da capital, além de diversos festivais como Virada Sustentável e DiverCidade.

Show – Graça Cunha

Entrada gratuita

Duração: 30 – 35 minutos

Graça Cunha: iniciou sua carreira em 1993, como solista no musical “Noturno”, de Oswaldo Montenegro. Possui mais de 2.500 trabalhos já lançados, entre eles jingles e locuções para TV;  rádio e cinema, assim como participações em CDs de artistas renomados como Rita Lee, Jota Quest, Skank, Paulo Miklos, dentre outros. Sua voz também está presente nos  documentários “Pelé Eterno” (2004);  “Cantoras do Rádio” (2008); “Fiel, o Filme” – documentário sobre o Corinthians (2009) e; “Todas as manhãs do mundo” – longa metragem de Lawrence (2017). Atualmente, é dubladora de “Sarabi”, mãe de Simba em “O Rei Leão” e na música “Ciclo Sem Fim”, nova versão do filme da Disney (2019). 

A artista participou do programa “Altas Horas”, da Rede Globo, de 2005 a 2016. Em 2007, lançou o seu primeiro CD solo “De Virada”, pela Gravadora Azul Music, sendo indicada ao Grammy Latino em duas categorias: Melhor CD de MPB e Artista Revelação. Também recebeu uma honrosa crítica de Nelson Motta, referente ao seu trabalho no programa “Sintonia Fina” (Rádio Eldorado FM). ​

Com passagem em musicais, Graça Cunha também trabalhou nas produções: “HAIRSPRAY” (no papel de Motormouth Maybelle); “Rockshow”, com direção de Hudson Glauber; “Tempos da flor” e “Noturno” (a convite da Oficina dos Menestréis). Além disso, faz parte do livro “Solistas dissonantes – história (oral) de cantoras negras”, lançado em 2009 e escrito por Ricardo Santhiago – mestre em história social pela USP.  

Em 2011, lançou o seu segundo álbum (“Tiro de letra”) e em 2015, um EP com releituras de grandes compositores da MPB como Belchior, Guilherme Arantes, dentre outros. Em paralelo ao seu trabalho solo, Graça integra o grupo Divazz Trio, responsável pelos shows na abertura dos jogos do torneio “Flórida Cup” (2017, Orlando, EUA). Hoje, é jurada do programa “Canta Comigo”, da Record TV, além de participar do projeto Notas Contemporâneas, com direção e arranjos de Yan Montenegro, que acontece no MIS – Museu da Imagem e do Som, em São Paulo -; a cada mês um artista é entrevistado é homenageado. Nesse projeto, Graça já cantou para Luiz Melodia, Ivan Lins, Lobão, Leny Andrade, Cida Moreira, Kiko Zambianchi, entre outros grandes nomes da música popular brasileira.

ARTES VISUAIS 

Exposição  – “Celebrando o centenário do escritor José Saramago”

Entrada gratuita

Período expositivo: de 10 a 16 de dezembro

Horário de funcionamento: de terça-feira a domingo, das 10h às 19h

A mostra é uma celebração ao centenário do escritor português José Saramago, que conquistou o Nobel de Literatura em 1998 e o Prêmio Camões, em 1995. A exposição exibe 30 obras – cartazes realizados por diversos artistas do Festival Internacional Sete Sóis Sete Luas, que acontece em 30 cidades de 11 países do mediterrâneo e do mundo lusófono, com programação de música popular contemporânea e de artes plásticas -, contextualizando a importância de Saramago como fundador do Festival, que, em 2023, completa 30 anos; maior rede de intercâmbio na Europa. 

Exposição – “Luteria Experimental da Tapera das Artes”

Entrada gratuita

Período expositivo: exibição única, 10 de dezembro

Horário de funcionamento: das 10h às 19h

A mostra apresenta instrumentos musicais confeccionados, artesanalmente, por crianças, jovens e adolescentes da ONG Tapera das Artes (Aquiraz – CE). Utilizando materiais recicláveis como cabaça, bambu, madeira, pedra, plástico, papel, borracha e metal, a Tapera das Artes promove um trabalho de criatividade sustentável ao construir instrumentos musicais com novas sonoridades e formas estéticas diferenciadas. Na exposição, o visitante poderá ver instrumentos de percussão melódicos e harmônicos (marimba, kalimba, clavas de PVC e clavas de pan de PVC); percussão rítmicos (tambor de fita, caixa e pandeiro); sopros (flauta doce, flauta pan, flauta pan de bambu, flauta pan de mangueira e flauta pan de PVC); cordas percutidas (marimba de lata, harpa, violão de cabaça, ukulele de PET e viola de cabaça) e; cordas friccionadas (violino de cabaça, violino de lata, viola de arco de cabaça, viola de arco de lata, violoncelo de balde e violoncelo de cabaça).

Jota Wagner

Jota Wagner escreve, discoteca e faz festas no Brasil e Europa desde o começo da década de 90. Atualmente é repórter especial de cultura no Music Non Stop e produtor cultural na Agência 55. Contribuiu, usando os ouvidos, os pés ou as mãos, com a aurora da música eletrônica brasileira.

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