Muse mistura Alien com Blade Runner em show retrofuturista em São Paulo
Toda criança que viveu a década de 1980, se deslumbrou com filmes de ficção-científica como Alien, o 8º Passageiro, Blade Runner, Mad Max, Exterminador do Futuro e Vingador do Futuro. Matt Bellamy, vocalista e guitarrista do Muse, deve ter sido um desses meninos sci-fi, pois inseriu todas essas referências no show de sua banda realizado na quarta-feira, 9, no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo.
A estética retrofuturista adotada pela banda britânica faz parte da Simulation Theory World Tour. São luzes de neon, músicos e dançarinos com uniformes robóticos, vídeos que exibem um ciborgue exterminador no melhor estilo de Arnold Schwarzenegger e arcades em cima do palco. Alguém pensou no revival criado por Stranger Things?
Em um dos momentos mais marcantes, um alien gigante e inflável surge atrás da bateria de Dominic Howard. O monstrengo, claramente inspirado em Eddie, mascote do Iron Maiden, é de deixar qualquer fã da Donzela de Ferro de boca aberta, assim como o bichano do Muse fazia, emitindo uma luz de dentro dela.
No entanto, a grande questão para os fãs era: como todos os aparatos da produção da turnê iriam funcionar dentro do pequeno Ginásio do Ibirapuera? Já que inicialmente o show seria no enorme Allianz Parque e teve o local alterado semanas antes da apresentação. Resposta: coube tudo. Assim como o brasileiro faz, o Muse deu seu jeitinho e transformou uma apresentação de arena em um concerto intimista, sem excluir nenhum detalhe.
No repertório, músicas cheias de sintetizadores do recente álbum Simulation Theory (2018), responsável pela temática futurista-retrô oitentista, deram o tom da apresentação. O trabalho anterior, Drones (2015), também foi bastante contemplado. Mas, não faltaram hits antigos e poderosos como “Plug In Baby”, “Hysteria”, “Showbiz”, “Time Is Running Out” e “Knights of Cydonia”, que encerrou a noite.
Um fato: o Muse está se superando cada vez mais, rumo à megalomania. É uma banda que sempre olhou para o futuro, mas sabe que é no passado que estão as boas referências.