Tenho uma foto dela na minha geladeira, um flyer de quando ela lançou o livro Olhares de Claudia Wonder. E estava pra enviar de volta pra casa dela dois vestidos lindos que ela me emprestou para a exposição Smirnoff@Nightlife. O vestido branco, que foi usado em performance como Marilyn Monroe nos anos 80, e um roxo, que foi usado em apresentação histórica na boate HS.
Esta manhã fiquei chocada com a notícia de que Claudia Wonder veio a falecer. Vi no Twitter do André Fischer. Segundo o site Mixbrasil, ela morreu em decorrência de uma criptococose, popularmente conhecido como Doença do Pombo. Não entendo nada sobre doenças, mas me parece um jeito muito besta de morrer. Especialmente para quem durante a vida toda mostrou-se o ser humano forte que Claudia foi.
Num momento em que tanto se fala sobre homofobia, Claudia vai embora. Ela que sobreviveu a tantas pancadas, sempre se colocando como um figura emblemática do movimento transexual. Claudia teve uma vida cheia de conquistas, de feitos. Deixa como legado um livro, um CD (Funkydiscofashion), várias participações no teatro e na TV e sobretudo sua presença forte na noite.
Ícone máximo da cultura GLBT no Brasil, ela é tema do belíssimo documentário Meu Amigo Claudia, de Dácio Pinheiro, filme que deveria entrar já no circuito comercial (não custa sonhar um pouco).
Este é um momento de dor para a família, mas peço que assim que possível alguém entre em contato pra que eu possa enviar os dois vestidos que estão comigo.
É assim que vou lembrar da minha chará, uma verdadeira mina de família. RIP, girl.
Mina de Família – Fulerô O Esquema (participação especial Claudia Wonder)