Megarave XXXperience traz DJ Ellen Allien ao país

Claudia Assef
Por Claudia Assef
Empresária, DJéia, produtora, estilista, Ellen volta ao Brasil pela quarta vez

Empresária, DJéia, produtora, estilista, Ellen volta ao Brasil pela quarta vez

Na festa de 13 anos de seu aniversário, a rave XXXperience ganha jeitão de festival e amplia seu cardápio muito além do trance. No line-up, ainda há espaço para os artistas que ajudaram a construir a fama de rave tranceira, como o brasileiro Wrecked Machines e o sueco Ticon, mas também há DJs de peso, que costumam aparecer em line-ups de grandes festivais internacionais, como o inglês Adam Freeland, os brasileiros Renato Cohen, Anderson Noise, Mau Mau e Gui Boratto e os alemães Booka Shade, M.A.N.D.Y e Ellen Allien.

Ellen retorna ao país pela quarta vez, agora comemorando 10 anos de existência de seu bem-sucedido selo BPitch Control. Às vésperas de tocar para as cerca de 30 mil pessoas esperadas na XXXperience, a alemã mais poderosa da música eletrônica mundial bateu um papo com o Todo DJ Já Sambou. Além da rave deste sábado, Ellen ainda se apresenta no clube D-Edge, na próxima terça (17/11). Leia, a seguir, a entrevista.

Na foto promocional de seu primeiro disco, Stadtkind, de 2001, uma carta de amor à Berlim

Na foto promocional de seu primeiro disco, Stadtkind, de 2001, uma carta de amor a Berlim

TDJS – Como é ter um selo completando 10 anos de vida em plena crise do mercado fonográfico?
ELLEN ALLIEN – Ainda estamos vivos, graças ao meu vício em música e à minha fome por novidades. Ao longo desses 10 anos, nossa network cresceu tanto que alcançou dimensões bombásticas, além de ter feito com que a equipe do selo se tornasse extremamente profissional. Tenho que confessar que me divirto muito mais hoje em dia trabalhando com o selo do que há uns anos atrás. BPitch Control é uma marca em mudança constante. Agora há pouco, por exemplo, assinamos com uma banda italiana chamada We Love, da Itália. Eles têm um potencial incrível… Como selo, já construímos uma história, uma reputação, temos vários artistas que cresceram com a gente, e não posso nem reclamar das vendas, que continuam boas.

TDJS – Depois de tanto tempo na estrada, que tipo de coisa te inspira a fazer música?
ELLEN ALLIEN – Terminei ontem meu novo mix para o clube Watergate, um dos meus preferidos de Berlim, onde eu mantenho residência. Mais uma vez, percebi o quanto eu me divirto quando estou mixando, sinto a música na minha pele e percebo o efeito que ela tem sobre mim, mesmo quando não há público envolvido, como é o caso da gravação de um set. Simplesmente amo, é divertido. A música me ajuda e mergulhar num outro mundo, maravilhoso. Desde que comecei a trabalhar no meu novo disco tenho passado muitas horas no estúdio. Também tenho trabalhado em textos inspirados na minha vida. A música reproduz o que eu sinto e o que eu vejo e, às vezes, o que eu gostaria de ver e aquilo que eu gostaria de mostrar para o público.

TDJS – E como se constrói um set matador?
ELLEN ALLIEN – Com música nova, um belo sistema de som, público animado e, principalmente, com a cabeça aberta para viver aquele momento. A coisa mais importante é a música que eu escolho. Se a música me toca, então certamente vai pegar todo mundo no clube de jeito, mesmo se não houver muita gente na pista, coisa que só acontece quando estou tocando em Berlim, hehehehe.

TDJS – A música eletrônica se tornou mega popular, daí caiu de novo. Pra onde você acha que vai agora?
ELLEN ALLIEN – Acho que a música eletrônica tende a ficar menos dark. Bom humor e diferentes estilos estão ganhando força. Nos últimos anos, vimos a chegada de instrumentos acústicos e os vocais chegaram com tudo. Gosto muito desse novo formato.

TDJS – Cite alguns artistas que têm chamado a sua atenção?
ELLEN ALLIEN – Recomendo We Love, Jahcoozi, Mr.Static, Thomas Muller e Fuckpony.

TDJS – Você já esteve no Brasil várias vezes, do que você gosta mais daqui?
ELLEN ALLIEN – Eu amo os brasileiros, adoro estar no seu país, me sinto muito em casa quando estou no Brasil…

Numa das passagens pelo Brasil, para tocar no Nokia Trends, em 2005, Ellen se jogou no afterhours no D-Edge

Numa das passagens pelo Brasil, para tocar no Nokia Trends, em 2005, Ellen se jogou no afterhours no D-Edge

XXXPERIENCE
Sábado (14/11), a partir das 17h30
Preços: de R$ 80 a R$ 120
Local: Fazenda Maeda (Itu – SP)
Informações no site

Claudia Assef

https://www.musicnonstop.com.br

Autora do único livro escrito no Brasil sobre a história do DJ e da cena eletrônica nacional, a jornalista e DJ Claudia Assef tomou contato com a música de pista ainda criança, por influência dos pais, um casal festeiro que não perdia noitadas nas discotecas que fervilhavam na São Paulo dos anos 70.

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