Madonna Confessions on a Dance Floor Foto: Reprodução

Madonna para dançar: Rainha do Pop anuncia 2º volume de ‘Confessions on a Dance Floor’

Jota Wagner
Por Jota Wagner

Um dos discos mais bem-sucedidos da cantora terá continuação em 2026

Madonna avisou que lançará em 2026 um segundo volume de seu álbum Confessions on a Dance Floor, voltando para as pistas de dança. Recrutou, inclusive, o produtor britânico Stuart Price que, à época do primeiro volume, em 2005, era a última bolacha do pacote dance após ter trabalhando com Jacques Lu Cont e seu hypado Rythmes Digitales. Por quê? Pelo mesmo motivo pelo qual decidiu saudar a dance music em 2005: colocar sua carreira de volta aos trilhos, reagrupar seus batalhões de dançarinos, a comunidade queer e reencontrar a relevância de sua carreira em universo pop atabalhoado de candidatas a divas pop que ela mesmo influenciou.

Quando Confessions… saiu, a Rainha do Pop queria dar um chacoalhão em sua carreira. O álbum anterior, American Life, despertou um certo mixed feelings no público e na crítica. O mesmo aconteceu com Madame X, seu último disco de inéditas, de 2019. Em ambos, seu público ficou um tanto perdido com os rumos da artista. Foram bastante bem-sucedidos, claro, mas não no “padrão Madonna” de sucesso. Se é verdade que um artista vai onde o povo está, o povo dela está na buatchi. Bora voltar para lá com o segundo volume de seu trabalho salvador.

Todo grande artista do pop trabalha da mesma forma. Mapeia as tendências musicais e as reembala em um embrulho vistoso e palatável para o grande público. É assim desde os Beatles, que sacavam o que estava bombando (rock’n’roll negro estadunidense, o mod rock, o psicodélico…), e assim será enquanto a indústria musical como a conhecemos existir.

Foi assim que a obra de 2005 foi sendo construída. Aproveitando a onda da revitalização da disco music, Confessions on a Dance Floor começa com um sample de ABBA (que salvou a vida financeira de Björn Ulvaeus) no superhit Hung Up e seguiu, a partir dali, sugando tudo o que estava acontecendo nas pistas de dança para se transformar em sua redenção artística. Price transformou tudo o que a Rainha pediu em Madonnidades. O toque francês da house, os vocoders, a técnica da chain compression, que transforma o bumbo da bateria em uma batida cardíaca sufocante, os drops que começavam a assolar a música eletrônica e a dance music de arena.

Cumpriu sua missão com êxito. O disco dance da Madonna reafirmou seu lugar no topo do mundo pop. A turnê de promoção do álbum, Confessions Tour, foi um das mais rentáveis de sua carreira. Principalmente, fez sua nação de fãs felizes. Era isso o que eles queriam de sua diva: dançar, dançar e dançar.

A fórmula do sucesso é como um palito de fósforo. Só funciona uma vez. Quando o primeiro Confessions… foi lançado, a artista foi pioneira em levar o que estava acontecendo no underground para as rádios, festas da firma, casamentos e demais celebrações nos quatro cantos do mundo. Naquela época, não havia Lady Gaga, Dua Lipa e Charli xcx fazendo a mesma coisa que Madonna estreou em 2005. Stuart Price deve saber disso. O resultado, só vamos saber em 2026. A data de lançamento ainda não foi definida.

A cantora, no entanto, anuncia seu novo Confessions on a Dance Floor apoiada em outro ditado, oposto ao do fósforo: quem foi rainha nunca perde a majestade.

Jota Wagner

Jota Wagner escreve, discoteca e faz festas no Brasil e Europa desde o começo da década de 90. Atualmente é repórter especial de cultura no Music Non Stop e produtor cultural na Agência 55. Contribuiu, usando os ouvidos, os pés ou as mãos, com a aurora da música eletrônica brasileira.