Shows em que a atmosfera fica transformada pela excitação do ambiente, especialmente os caros e raros, deveriam ser uma certeza. Não é o que acontece. Los Hermanos, no estádio Mané Garrincha, neste sábado (27) se junta aos espetáculos capazes de provocar este tipo de catarse. “Vocês estão muito parados”, reclama Marcelo Camelo, em certo momento. Mas tudo é uma questão de perspectiva.
“Amarante, eu te amo”, grita a garota na minha frente. Calculo que tenha 20 e poucos, canta todas as músicas. Às vezes, chora.
Os dois rapazes à frente também, ao lado um cara que pula muito em uma dança estranha. Outra dupla canta alto e desafinado e ainda tenta conversar gritando, o pior tipo de pessoa para se ter por perto em um show.
O fato é que apresentação ao vivo é o produto final de uma longa cadeia de camadas, de construção de relação. A música dos Los Hermanos causa empatia e segue conquistando fãs. A pessoa criou um vínculo com aquelas canções, sabe que vai encontrá-las e recebe a recompensa.
Seus companheiros nesta experiência também terão dividido a mesma perspectiva afetiva. Ilsa e Rick, de Casablanca (Michael Curtiz, 1942), sempre terão Paris, mas e quanto a nós?
Nós sempre teremos Brasília.
Los Hermanos no estádio Mané Garrincha
A Flor
Além Do Que Se Vê
Retrato pra Iaiá
O Vencedor
O Vento
Todo Carnaval Tem Seu Fim
Condicional
Corre Corre
Primeiro Andar
A Outra
Morena
Pois É
Sentimental
Samba a Dois
Tenha Dó
Anna Júlia
O Velho e o Moço
Paquetá
Do Sétimo Andar
Último Romance
De Onde Vem A Calma
Conversa de Botas Batidas
Bis:
Deixa O Verão
Azedume
Pierrot