Kool & the Gang Foto: Reprodução

Como pagar sua dívida com o Kool & the Gang, que vem ao Brasil em novembro

Jota Wagner
Por Jota Wagner

Saiba mais sobre o grupo de black music mais sampleado da história do hip-hop

Se você um dia botou o pé em uma pista de dança, saiba que tem uma dívida com o Kool & the Gang, que retorna ao Brasil dia 15 de novembro, no Espaço Unimed, em São Paulo, para apresentação única. O grupo de New Jersey criado em 1964 traz na biografia uma coleção invejável de grandes feitos na música soul, R&B e, principalmente, na disco.

A formação da banda chegará fracionada ao Brasil, já que apenas um dos fundadores, Robert Kool Bell, estará presente — mas isso está longe de ser um problema. Primeiro porque Bell, ao lado do falecido irmão Ronald, faz parte do núcleo fundamental criativo do K&tG. Segundo porque, mermão, são 60 anos de atividade nos palcos do mundo, e o grupo é notório por ter excursionado com dezenas de formações diferentes.

Richard e Ronald Bell nasceram em Ohio e aprenderam a tocar jazz ouvindo os discos da família, que deixava rolando na sala bolachas de Miles Davis e Herbie Hancock. Montaram o grupo The Jazz Brothers com amigos da escola e saíram criando casca nos bares da cidade. Pai e tio eram boxeadores, e um contrato com um agente profissional de boxe os levou a uma mudança com a família para Nova Jersey, coladinha em Nova Iorque.

Frequentando a noite da Big Apple, os irmãos Bell tiveram contato com a pujante cena de R&B e soul, incorporando-a em a seu som e destinados a conseguir uma vaga na vida de músicos profissionais. Tentaram vários grupos até chegarem ao septeto Kool & the Gang, em 1964. Autointitulado, o primeiro álbum, porém, saiu somente cinco anos depois, apresentando aos estadunidenses um funk da pesada, padrão repetido em seus dois discos posteriores, Music Is The Message e Good Times, ambos lançados em 1972.

Apesar da indiscutível qualidade dos três primeiros, foi quando o grupo cresceu o olho para cima da nova onda da disco music, no entanto, que o K&tG começou a chamar a atenção do grande público e beliscar as paradas de sucesso, em 1973, com o disco Wild And Peaceful. O álbum caiu nas graças dos DJs, principalmente com as faixas Jungle Boogie e Hollywood Swinging, dois dos seus maiores sucessos, até hoje.

A partir daí, Kool & the Gang soltou de vez o freio de sua Carreta Furacão nas pistas de dança. Aliando a nova febre disco, uma performance incendiária ao vivo e hits que caíam como uma luva no dancefloor, o grupo emendou, até 1984, um álbum de inéditas após o outro, todos os anos.

Seu maior sucesso comercial foi Ladie’s Night, de 1979, produzido pelo nosso Eumir Deodato. O disco é sublime, e conta com outro gigantesco sucesso da banda, Too Hot. A banda dos irmãos Bells escrevia definitivamente seu nome na história da música, a ponto de se tornar o grupo de black music mais sampleado da história do hip-hop.

Após a virada dos anos 80 e o arrefecimento da febre disco, a banda voltou a fazer o que sempre soube. Soul, funk e R&B, satisfazendo o incansável apetite de Ronald Kool Beel para compor novas músicas. Atualmente, eles somam 26 álbuns de estúdio, sendo o último de 2023! O grupo foi agraciado com absolutamente todos os títulos presentes na indústria da musica. Dois Grammys, sete American Music Awards, Rock and Roll Hall Of Fame e o celebrado Soul Train Legend Award, Santo Graal da música negra.

Eis o tamanho do boleto que todos os amantes das pistas devem a Ronald Bell e o Kool & The Gang. O pagamento pode ser feito em passos de dança, no Espaço Unimed.

Serviço

Kool & the Gang no Espaço Unimed em São Paulo

Data: 15 de novembro de 2024 (sexta-feira)
Abertura da casa: 20h
Início do show: 22h
Local: Espaço Unimed: Rua Tagipuru, 795 – Barra Funda, São Paulo/SP
Classificação etária: 16 anos
Ingressos: Disponíveis a partir de 28 de maio de 2024 (terça-feira) no site da Ticket360

Jota Wagner

Jota Wagner escreve, discoteca e faz festas no Brasil e Europa desde o começo da década de 90. Atualmente é repórter especial de cultura no Music Non Stop e produtor cultural na Agência 55. Contribuiu, usando os ouvidos, os pés ou as mãos, com a aurora da música eletrônica brasileira.