John Lennon completaria 80 anos hoje. Listamos suas dez maiores obras primas

Jota Wagner
Por Jota Wagner

Se os quatros Beatles fossem mares, certamente o mais profundo, revolto e difícil de navegar seria John Lennon, que hoje completaria 80 anos não fosse seu trágico assassinato em frente a seu apartamento em dezembro de 1980

O icônico fundador, compositor e vocalista da banda que alterou os rumos da música popular mundial coleciona, ao contrário de seus colegas, uma biografia pessoal bastante questionável flambada em genialidade, sagacidade e engajamento social poucas vezes visto antes em super astros da música.

John foi assumidamente péssimo marido, pai ausente, mal chefe e considerado um tremendo “bad drunk” por amigos (chegou a espancar um velho amigo quase até a morte quando este insinuou que John tivesse um caso com Brian Epstein, empresário da banda).  Admitiu ter agredido Cynthia, sua primeira esposa e é considerado em centenas de biografias o clássico menino que nunca cresceu. Os episódios de total irresponsabilidade emocional incluem até Yoko Ono, já um artista plástica provocadora e mundialmente conhecida quando começaram a se relacionar.

John Winston Lennon, antes de virar um dos maiores rockstars da história, passou sim maus bocados. Sua mãe a entregou aos cuidados de uma tia quando se casou novamente. O marido não aceitava filhos de relacionamentos antigos.  Como se isso já não fosse devastador, todos moravam no mesmo bairro.  Já o pai, alcoólatra e ausente, resolveu se aproximar do filho depois que ele ficou famoso e usou jornalistas de índole duvidosa para tal. Enfim, um balaio de gato emaranhado o suficiente para render um episódio do programa vespertino Casos de Família.

O vazio e a a dor que inundaram sua psiquê fazendo como que John não conseguisse lidar com seus relacionamentos foram os mesmos  que estrangularam o coração do cantor de forma tão violenta e visceral que extraíram dele algumas das mais belas e singelas obras musicais de todos os tempos. Várias delas justamente falando sobre filhos, mães, mulheres e relacionamentos familiares.

Ouça dez obras fundamentais da carreira solo de  John Lennon, acompanhe as letras e libere o Freud que existe dentro de você.

(Just Like) Starting Over – 1980 – lançado após cinco anos de reclusão dedicados a seu casamento com Yoko e ao filho Sean

Why don’t we take off alone
Take a trip somewhere far, far away
We’ll be together all alone again
Like we used to in the early days

Whatever Gets You Thru the Night – 1974 – Super disco, com pianos e backing vocals de Elton John

Whatever gets you thru your life
It’s all right, it’s all right
Do it wrong or do it right
It’s all right, it’s all right
Don’t need a watch to waste your time
Oh no, oh no

Watching the Wheels – 1980 – tentando lidar com os cinco anos dedicados à vida doméstica

People say I’m crazy doing what I’m doing
Well they give me all kinds of warnings to save me from ruin
When I say that I’m o.k. they look at me kind of strange
Surely you’re not happy now you no longer play the game

Jealous Guy – 1971 – Reciclando a música Child of Nature, não usada pelos Bealtes em 1968.

I was feeling insecure
You might not love me anymore
I was shivering inside
I was shivering inside
Oh I didn’t mean to hurt you
I’m sorry that I made you cry
Oh my I didn’t want to hurt you
I’m just a jealous guy

Happy Xmas (War Is Over) – 1971 – uma canção contra a guerra que virou hino de natal

So this is Christmas (war is over)
For weak and for strong (if you want it)
For rich and the poor ones (war is over)
The road is so long (now)

Mind Games – 1973 – Uma sobra do disco Let It Be, dos Beatles, que se tornou uma das mais belas canções de Lennon

Love is the answer and you know that for sure
Love is a flower
You got to let it, you gotta let it grow

Give Peace a Chance – 1969 – gravada em um quarto de hotel, no primeiro take, com a participação de Paul McCartney na composição

Ev’rybody’s talking ‘bout
Revolution, evolution, masturbation, flagellation, regulation, integrations
Meditations, United Nations, congratulations
All we are saying is give peace a chance
All we are saying is give peace a chance

Mother – 1970 – destilando a relação com pai e mãe em uma obra prima do rock´n´roll

Mother, you had me
But I never had you
I wanted you
But you didn’t want me
So
I just got to tell you
Goodbye

Instant Karma! (We All Shine On) – 1970 – uma das mais populares canções de Lennon, com participação de Billy Preston, George Harrison e Yoko Ono na gravação

Well we all shine on
Like the moon and the stars and the sun
Well we all shine on
Every one, come on

Imagine – 1971 – música best seller de Lennon, em uma música cuja mensagem segue atual até hoje

You, you may say I’m a dreamer
But I’m not the only one
I hope someday you will join us
And the world will be as one

Jota Wagner

Jota Wagner escreve, discoteca e faz festas no Brasil e Europa desde o começo da década de 90. Atualmente é repórter especial de cultura no Music Non Stop e produtor cultural na Agência 55. Contribuiu, usando os ouvidos, os pés ou as mãos, com a aurora da música eletrônica brasileira.

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