Foto: ReproduçãoMembros do Jane’s Addiction indicam volta sem Perry Farrell. Será?
Teria o grupo rompido de vez com seu frontman após a treta em show nos Estados Unidos?
Perry Farrell, fundador, líder e voz indefectível da banda Jane’s Addiction, ícone da música alternativa estadunidense, foi o protagonista de um dos maiores barracos do rock em 2024, ao partir para cima do guitarrista Dave Navarro tentando cobri-lo de porradas em um show em Boston. A notícia foi uma bomba para os fãs. A banda é uma das mais amadas do rock alternativo mundial justamente pela amálgama entre Navarro e Farrell, responsável por um som único, impossível de replicar.
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Mas, sabe como é. Chega o final de ano, a gente pensa na vida, faz uma avaliação de tudo o que aconteceu e renova as energias para um novo ciclo. E eis que um spray de expectativa e especulação tomou conta do universo da música quando dois membros do Jane’s, o baixista Eric Avery e o baterista Stephen Perkins, publicaram em seus respectivos Instagrams um vídeo de Eric no estúdio, marcando Dave Navarro, com a notícia de que estavam trabalhando em novas músicas. Nada foi comentado sobre Farrell.
“Escrevendo mais algumas linhas novas sobre a batida do Stephens. Ansioso para ter um pouco de Mr. Navarro nelas”, escreveu Avery.
A primeira reação dos fãs foi a de que o grupo estaria seguindo com a vida sem Perry, que desapareceu da mídia após o incidente. Logo após a briga, sua esposa também anunciou que o vocalista iria dar um tempo para cuidar da saúde. É uma possibilidade.
O segundo cenário, aposta da redação do Music Non Stop, é a de que tudo está resolvido entre os quatro membros do Jane’s Addiction, Farrell segue em recuperação e, enquanto isso, Navarro, Avery e Perkins estão aproveitando para trabalhar em novas músicas, aguardando a reabilitação do amigo. Dois motivos contribuem para explicar nossa clarividência jornalística.
A primeira é que não existe Jane’s Addiction sem Perry Farrell. Sua voz estridente e afetada é uma das principais características que formam o som do grupo. Colocar um imitador de seu timbre no lugar seria como implorar por um bombardeio de tomates podres vindos dos fãs. Escolher por um substituto com estilo totalmente diferente transformaria o grupo em uma outra coisa, totalmente diferente (o que poderia também ser uma improvável saída, montar uma outra banda).
O outro motivo, testemunhado por décadas aqui na redação em bastidores da música, é que os excessos da vida rock’n’roll fazem com que rompantes como o de Farrell tenham uma dimensão diferente dos da vida careta. Sair na mão com um grande amigo é diferente entre a malucada. Se levarmos em consideração que o cantor estava sendo afligido pelo tinnitus, um zumbido constante que aparece do nada e é capaz de enlouquecer qualquer um, bastante alcoolizado (havia matado uma garrafa de vinho no palco antes de partir para agressão) e, principalmente, que saiu de cena para seguir com tratamento médico dias após o incidente, é muito mais provável que após os ânimos se acalmarem, rolou o clássico pedido desculpas entre lágrimas e juras eternas de amor.
Talvez a condição física de Perry Farrell, hoje com 65 anos e um histórico nada saudável, não o permita voltar aos palcos. Pelo menos, não para longas turnês. Mas nada impede que os quatro entrem em estúdio para novos trabalhos e façam alguns shows pontuais. Música nova, pelo que entregaram Avery e Perkins, o Jane’s Addiction já terá quando a saúde de seu amado vocalista se estabilizar.
