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Iron Maiden: 10 coisas para você ler e virar um expert antes do show em São Paulo

Claudio Dirani
Por Claudio Dirani

Banda inglesa encerra passagem pelo Brasil neste domingo, 4 de setembro, no estádio do Morumbi

Quando o Iron Maiden marchar rumo ao palco do estádio do Morumbi, em São Paulo, neste domingo (4/9), o grupo idealizado pelo baixista Steve Harris completará a quarta e última apresentação da fase brasileira da Legacy of The Beast Tour – e o 29º show em solo brasileiro.

O inesquecível debut da banda no país trouxe a Powerslave Tour à primeira edição do Rock In Rio, em janeiro de 1985, em uma épica apresentação marcada pelo acidente do vocalista Bruce Dickinson após a performance de “Revelations”.

Descontente com a qualidade do som – e sem conseguir explicar o problema ao roadie da banda – Dickinson acabou se ferindo ao erguer uma guitarra contra seu próprio supercílio.  O sangramento não impediu que o show continuasse. E ficasse ainda melhor.

Mais de três décadas após roubar a cena no Rock In Rio, o Iron Maiden está de volta, mas não só para promover o 17º disco. Desde a primeira passagem pelo solo brasileiro, ficou claro que o grupo tinha conquistado uma base sólida de fãs, comparável a de seu próprio país.

Sendo assim, faltando exatos “2 Minutos Para a Meia-Noite”, está mais do que na hora de explorar 10 curiosidades que irão deixar o leitor quase um expert na principal banda de metal da história.

Up the Irons!

1. A Donzela de Ferro no País do Futebol…e do Metal

Essa é para você decorar e expandir o poder de resenha com seus colegas fãs de metal. Depois da estreia no Rock In Rio em 11/1/1985, o Iron voltou para divulgar o álbum Fear Of The Dark, em apresentação única no Parque Antárctica em 1/8/1992.

Quatro anos mais tarde, já sem Bruce Dickinson nos vocais, foi a vez de promover o disco X Factor em agosto de 1996, com três apresentações: 24/8 no Pacaembu, em São Paulo; 25/8 no Couto Pereira, em Curitiba e 26/8 no Metropolitan, Rio de Janeiro.

Muitos fãs e críticos apontam a única apresentação do Iron Maiden no Brasil em 2001 como insuperável. O épico show fez parte da segunda atuação da banda no festival Rock In Rio, com direito a todos os clássicos e faixas do então mais recente álbum, Brave New World.

Os passos seguintes da Donzeka de Ferro por aqui aconteceriam três anos depois, com a Dance Of The Death Tour. No total, foram duas apresentações. A primeira, no Claro Hall, no Rio de Janeiro, em 14/1/2004 e na noite seguinte, no estádio do Pacaembu, em São Paulo.

Já os anos de 2008 e 2009 ficaram marcados pelo maior número de shows do Iron Maiden em apenas uma excursão: a Somewhere Back In Time Tour. Nos dias 2, 3 e 5 de março de 2008 a banda tocou, respectivamente, no Parque Antárctica, em São Paulo, Pedreira Paulo Leminski, em Curitiba, e no ginásio Gigantinho, em Porto Alegre.

Já em 2009, o Iron Maiden completou a segunda fase da Somewhere Back In Time Tour no Sambódromo de Manaus (12/3), na Praça da Apoteose do Rio de Janeiro (14/3), no Autódromo de Interlagos, em São Paulo (15/3), no ginásio do Mineirinho, em Belo Horizonte (18/3) e em mais duas apresentações: uma no Estádio Mané Garrincha, em Brasília (20/3) e na despedida da excursão (apenas 11 dias mais tarde) no Jockey Club de Recife (31/3).

Com tantos shows no Brasil em sequência, era de se esperar que as todas as turnês seguintes retornassem ao país. Não foi o que aconteceu. O grande retorno do Iron Maiden aos palcos verde-amarelos só ocorreria depois de um arrastado hiato de 7 anos, na The Book of The Souls World Tour.

Foram cinco apresentações no total, entre 17 e 26 de março: HSBC Arena, no Rio de Janeiro, Esplanada do Mineirão, em Belo Horizonte, ginásio Nilson Nelson, em Brasília, estádio do Castelão, em Fortaleza e o gran finale no Allianz Parque, em São Paulo.

A partir de 2018, o Iron Maiden definiu que suas próximas excursões mundiais ganhariam o título de Legacy Of The Beast World Tour, com um repertório mais livre, baseado no conteúdo do game de mesmo nome. O Brasil entrou no radar da turnê em outubro, com shows em 4/10, no Rock In Rio, 6/10, no estádio do Morumbi, na capital paulista e Arena do Grêmio, em Porto Alegre.

A mais nova fase da Legacy of The Beast World Tour sofreria um adiamento forçado por conta da pandemia de covid-19, atrasando dois anos. Finalmente, em agosto de 2022, o Iron Maiden pôde concluir a épica excursão com mais apresentações no Brasil: 27 de agosto, na Pedreira Paulo Leminski, em Curitiba; em 30/8 no primeiro show no interior paulista, realizado na Arena Eurobike, em Ribeirão Preto; em 2 de setembro, no Parque Olímpico do Rock In Rio e novamente no estádio do Morumbi – em show marcado para este 4 de setembro.

2. Os segredos do “samurai Senjutsu”

A fase derradeira da Legacy Of The Beast World Tour foi reservada para divulgar o mais recente trabalho do Iron Maiden, o álbum duplo Senjutsu, gravado no estúdio Guillaume Tell, em Paris, e lançado em 3 de setembro de 2021.

Apesar de não chegar ao topo das paradas britânicas, Senjutsu fez bonito com o 1º lugar nas paradas de 24 países. Já nos Estados Unidos, a 3ª posição na Billboard 200 garantiu a melhor colocação de uma produção da banda desde sua chegada à cena do metal, em 1980.

A temática de Senjutsu é baseada na cultura japonesa, com o título representando a estratégia e a magia da milenar arte dos samurais.

O disco traz a primeira versão oriental da mascote Eddie The Head, na figura de um macabro samurai guerreiro idealizado pelo artista Mark Wilkinson, que já havia cuidado da ilustração do disco Live At Donington e outros trabalhos.

3. Rock In Rio: um longo caso de amor

O Iron Maiden é uma das bandas internacionais que mais recebeu convites para ser headliner do festival Rock In Rio.

Após o inigualável show de 11 de janeiro de 1985, o Iron esteve em 2001, no Rock In Rio III (com o sexteto que permanece até hoje), em 2013, no Rock In Rio V e ainda em 2019, no Rock In Rio VIII.

Sua apresentação no palco montado no Parque Olímpico do Rio de Janeiro, neste 2 de setembro, configurará a quinta aparição do Iron Maiden na história do evento idealizado por Roberto Medina.

4.”The Number Of The Beast” quarentão

Março de 1982 foi um divisor de águas. não apenas para o Iron Maiden, mas para a história do rock. Afinal, não é sempre que um substituto se transforma em uma das maiores estrelas de todos os tempos. No jargão futebolístico, Bruce Dickinson sairia do banco de reservas para tomar a posição de Paul Di’Anno e se transformar na figura mais proeminente do grupo inglês.

The Number of The Beast, pela ordem cronológica, é o terceiro trabalho de estúdio da banda e o primeiro da discografia a chegar à primeira posição nas paradas britânicas. Fator primordial para impulsionar o LP ao maior patamar de vendas da discografia do Iron Maiden até os dias atuais.

Desde então, as 8 faixas do disco gravado por Bruce Dickinson (vocal), Steve Harris (baixo), Adrian Smith (guitarra), Dave Murray (guitarra) e Clive Burr (bateria) impulsionaram vendas em torno de 20 milhões de unidades, segundo apuração feita pelo site Chartsmasters em dezembro de 2021. O Brasil, aliás, também faz parte dessa trajetória de enorme sucesso comercial, com mais de 240 mil cópias vendidas no país.

Com o título inspirado no Livro das Revelações da Bíblia (13;18), The Number of The Beast é até hoje um dos mais controversos trabalhos do Iron. Tudo porque uma onda de caça às bruxas aos grupos de heavy metal espalhou o boato de que a banda e outros grandes nomes do cenário, como o Black Sabbath, usavam a música para práticas satânicas.

Em entrevista concedida ao jornalista John Stix, em julho de 1983, Steve Harris apresentou sua verdade sobre os boatos.

“Heavy Metal é apenas um gênero, onde você encontra diversos extremos. Em um deles, temos o mais parecido com punk metal, com andamento bastante veloz, onde a letra não importa muito. Na outra ponta, tempos o metal mais pesado, mais lento, em que as pessoas identificam as letras como satânicas. Bem, na verdade acredito que seja algo totalmente ridículo, pois só chama a atenção por alguns minutos. Justamente por isso, não nos apegamos a nenhum desses extremos e tentamos não nos levar tanto a sério”, explicou o baixista e autor da faixa-título, que traz elementos de um pesadelo do próprio Harris e de trechos do filme A Profecia II, de 1978.

5.”Eddie The Head” a mascote do Iron Maiden através dos Tempos

Derek Riggs foi o vencedor da concorrência para dar luz à criatura maligna mais amada do rock: Eddie The Head. O zumbi/demônio/figura mitológica se tornou, aos poucos, não apenas o protagonista das capas de LPs e singles, mas a mascote oficial, reproduzida em grande escala nos palcos do Iron Maiden a partir de 1980.

Em 1982, Eddie espalhou terror nas comunidades protestantes norte-americanas, que acusaram o grupo de cultuar o diabo. Isso porque a figura de Eddie aparece manipulando a figura do capeta na capa de The Number of The Beast, álbum que viria a ser o maior sucesso comercial do grupo.

Já em Powerslave (1984), Eddie foi transformado na figura de um Faraó Egípcio, inspirando os detalhes do cenário da turnê que chegou ao Brasil em janeiro de 1985, na épica participação no Rock In Rio.

Em 1986 foi a vez de Eddie abraçar o universo de ficção científica de Philip K. Dick, autor do livro que originou o longa Blade Runner. A capa do álbum Somewhere In Time mostra Eddie como um ciborgue, e traz diversos easter eggs extraídos da discografia do Iron Maiden.

A primeira grande metamorfose sofrida por nosso querido monstrinho aconteceu em 1992, com a arte da capa de Fear Of The Dark. Pelas mãos do artista Melvyn Grant, Eddie the Head se transformou em uma árvore sinistra, envolvida pela escuridão.

Derek Riggs voltaria ao time em 2000, com a ilustração de Brave New World, que vagamente lembra o poster do filme de terror A Hora do Espanto (1985).

Já no século XXI, a imagem de Eddie ganharia traços mais variados nos álbuns Dance Of The Death (David Patchett) e A Matter Of Life and Death (Tim Bradstreet). Já os mais recentes lançamentos The Book Of Souls (2015) e Senjutsu (2021) ficaram nas mãos de Mark Wilkinson.

6. Os campeões em vendas de uma discografia épica

O álbum de 1983 é o segundo mais vendido do Iron

O Iron Maiden é uma banda que atravessa gerações, sem perder o apelo comercial. Principalmente, em relação à aquisição de versões físicas dos álbuns. A liderança absoluta entre os mais vendidos fica para The Number Of The Beast (1982), com 20 milhões de unidades. O album foi promovido pelos singles “Run To The Hill” e “The Number of The Beast”, além de favoritos dos fãs como “Hallowed By Thy Name”. O vice-líder é Piece Of Mind (1983), justamente seu sucessor, com 12 milhões de unidades. O disco apresentou músicas que permaneceriam no setlist do Iron Maiden até turnês mais recentes, como “Flight Of Icarus”, “The Trooper” e “Revelations”.

No terceiro lugar da corrida dos Eddies, Powerslave (1984) – o disco que trouxe o Iron Maiden ao Brasil – surge com 9 milhões de cópias vendidas, impulsionado pela faixa-título, “Aces High” e “2 Minutes To Midnight”.

7. Iron Maiden e suas muitas reencarnações

Quem for ao Morumbi no domingo se despedir da Legacy Of The Beast World Tour irá curtir a mesma formação do Iron Maiden que permanece firme e potente desde o Rock In Rio de 2001: Bruce Dickinson (vocal), Steve Harris (baixo), Nicko McBrain (bateria), Dave Murray (guitarra) e Janick Gers (guitarra).

Fundada em 1975, em Londres, pelo baixista e principal compositor do grupo, Steve Harris, o Iron Maiden contou com inúmeras trocas de membros até finalmente entrar no estúdio para a produção do LP de estreia, Iron Maiden (1980), com as presenças de Paul Di’Anno (vocal), Steve Harris (baixo), Dave Murray (guitarra), Dennis Stratton (guitarra) e Clive Burr (bateria).

Nos cinco anos que antecederam as gravações do álbum, 13 músicos passaram pelo Iron: Paul Day (vocalista até 1976), Terry Rance (guitarrista até 1976), Dave Sullivan (guitarrista até 1976), Ron Matthews (baterista até 1977), Dennis Wilcock (vocalista 1976-1978), Bob Sawyer (guitarrista em 1977), Terry Wapram (guitarrista 1977-78), Barry “Thunderstick” Purkis (baterista 1977-78), Tony Moore (tecladista em 1977), Doug Sampson (baterista 1977-79), Paul Cairns (guitarrista 1978-79), Paul Todd (guitarrista em 1979) e Tony Parsons (guitarrista 1979).

Já em Killers (1981), o Iron Maiden promoveu sua primeira troca. Sai Dennis Stratton e entra Adrian Smith, que assume uma das guitarras. No sucessor The Number of The Beast (1982), Paul Di’Anno faz sua última contribuição como vocalista. Em seu lugar, Bruce Dickinson não apenas assumiria a função, como daria uma personalidade única ao som do Iron.

No ano seguinte, Nicko McBrain tomaria conta da bateria, substituindo Clive Burr nas gravações de Piece Of Mind (1983).

Mudanças mais significativas só vieram acontecer em 1992, em Fear Of The Dark. Primeiro, com a saída do guitarrista Adrian Smith e a chegada de Janick Gers. O disco também seria o último com Bruce Dickinson até Brave New World.

Os dois próximos álbuns do Iron Maiden entrariam para a história pelas críticas negativas. Fãs e críticos não aprovaram a entrada do novo vocalista, Blaze Bayley, que provou não estar à altura de Dickinson em The X Factor (1995) e Virtual XI (1998).

Apesar da má fase, o bom e velho Iron não estava morto. Em 2000, Steve Harris anunciou a chegada de Brave New World, com os retornos triunfantes de Adrian Smith e Bruce Dickinson. Foi o primeiro disco da banda gravado com seis participantes, em uma formação que permaneceria unida até os dias de hoje.

8. Iron Maiden: coleções ao alcance de todos

Livros, estatuetas, bonecos Funko, box sets, vinil e até cerveja. Ser colecionador de produtos relacionados ao Iron Maiden não é das tarefas mais amenas e exige investimentos sérios. Mas não se assuste. Além dos mais caros, existem muitos itens para todos os poderes aquisitivos.

Quem adora ler sobre curiosidades e minúcias sobre o grupo inglês, a sugestão vai para a série de livros assinada pelo croata Stjepan Juras. O autor se dedicou a escrever uma obra para cada disco do Iron, revelando informações inéditas. A melhor parte é que as edições brasileiras são bem mais caprichadas que as originais em inglês.

Os fãs de Eddie The Head devem procurar pela The Studio Colletion – Remastered. Nesta edição, cada CD foi embalado em uma caixa especial, acompanhada por uma estatueta de Eddie, representando suas respectivas capas.

Outro item que tem conquistado fãs de todas as idades é a linha de action figures Funko Rocks. O box especial traz 4 mascotes que brilham no escuro, representando os álbuns Iron Maiden, Killers, The Number of The Beast e Piece Of Mind.

9. Iron Maiden: the hitmaker

Bandas de heavy metal geralmente são mais famosas por seus álbuns do que singles. Ainda assim, em mais de 40 anos de discografia, as músicas do Iron Maiden chegaram a brigar pelas primeiras posições, principalmente nos anos 1980 – e no Reino Unido.

Extraído do disco The X Factor, o single “Man On The Edge” atingiu a décima colocação nas paradas do Reino Unido em 7 de outubro de 1995. Três singles dividem o status de ter conquistado a 9ª colocação entre as mais-mais da Donzela de Ferro: “Hallowed By Thy Name” (1993), “The Wicker Man” (2000) e a versão ao vivo de “Run To The Hills”.

Já a versão ao vivo de “Fear Of The Dark”, lançada em 1993, conseguiu um bom 8º lugar. “Run To The Hills” (1982), por sua vez, foi o único single a chegar em 7º. Já as músicas que ocupara a 6ª posição foram “The Clairoyant” (1988), “Infinite Dreams (live)” (1989) e “Wildest Dreams” (2003).

Entrando no Top 5, “The Trooper” (2005) e “The Evil that Man Do” (1988) ambas alcançaram o 5º lugar. Quatro músicas da banda avançaram à 3ª posição (nenhum single chegou em 4º no Reino Unido): “Can I Play With Madness?” (1988), “Holy Smoke” (1990) e “Different World” (2007).

Finalmente, os campeões: “Be Quick Or Be Dead” (1992), de Fear of The Dark, surge como solitário single do Iron a chegar em 2º lugar nas paradas britânicas. Já o título de campeão fica com “Bring Your Daughter…to The Slaughter” (1991), única música da discografia da banda (originalmente de No Prayer For The Dying) a vencer a corrida das mais tocadas. Ao menos, até o momento.

10. “Legacy of The Beast World Tour 2022” – o setlist do Iron Maiden

Os setlists da segunda etapa da Legacy of The Beast World Tour não têm variado muito. No Brasil, as músicas apresentadas pelo Iron Maiden nos três primeiros shows, incluindo no Rock In Rio, foram as seguintes:

Senjutsu (Senjutsu) Stratego (Senjutsu), The Writing on the Wall (Senjutsu), Revelations (Piece Of Mind) Blood Brothers, (Brave New World), Sign of the Cross (The X Factor), Flight of Icarus (Piece Of Mind), Fear of the Dark (Fear Of The Dark) Hallowed Be Thy Name (The Number Of The Beast), The Number of the Beast (The Number Of The Beast), Iron Maiden (Iron Maiden), The Trooper (Piece Of Mind), The Clansman (Virtual XI), Run to the Hills (The Number Of The Beast) e Aces High (Powerslave).

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Claudio Dirani

Claudio D.Dirani é jornalista com mais de 25 anos de palcos e autor de MASTERS: Paul McCartney em discos e canções e Na Rota da BR-U2.