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Ministra do Reino Unido declara guerra ao cambismo digital e promete mudanças

Preços dinâmicos ingressos

Foto: Bob Coyne [via Unsplash]

Lisa Nandy afirmou ter pacote de propostas para “mudar o jogo” do mercado de ingressos de eventos do país

Boa notícia para os frequentadores de shows no Reino Unido. E caso o trabalho da ministra da cultura de lá, Lisa Nandy, for bem-sucedido, pode gerar uma discussão global que se refletirá também aqui no Brasil. Nandy está declarando guerra às más práticas das empresas que vendem ingressos de eventos online na Terra da Rainha, e já prometeu que vai brigar contra os preços dinâmicos e o ágio nas revendas de ingressos, feitos pelas maiores companhias do país.

Os preços dinâmicos são uma novidade no sistema de venda de ingressos, implantados no final do ano passado e envoltos em uma enorme polêmica. Funciona basicamente como um leilão. Os ingressos de um determinado show (como a turnê de reunião do Oasis, por exemplo) são colocados à venda sem um preço fixo. Quem pagar mais leva primeiro. Anteriormente, tudo funcionava em um sistema de fila. Quem chegava primeiro, comprava suas entradas. O novo jeitinho, além de não ter nenhuma transparência, faz com que os ingressos fiquem sempre nas mãos de quem tem mais dinheiro.

O outro problema a ser atacado por Lisa Nandy é o dos sites oficiais de revenda, como Viagogo ou Stubhub. Ambos funcionam como redes sociais para quem se arrependeu ou não poderá ir a determinado show. O usuário pode colocar à venda, com garantia do site de que o ingresso é autêntico. O problema é que o vendedor pode colocar o preço que quiser, e isso gerou um enorme movimento de cambismo online. “Investidores” compram vários ingressos de shows que esgotam rapidamente, e depois os colocam na Viagogo ou no Stubhub com ágios gigantescos. Há denúncias de que as próprias empresas estavam fazendo cambismo: reservavam uma cota de ingressos para vender somente através dos dois serviços, bem mais caros.

A ministra avisou ao jornal The Guardian que está com um pacote de propostas prontas que vai “mudar o jogo” do mercado de ingressos no Reino Unido. Lisa Nandy não está sozinha. As reclamações sobre as práticas predatórias das empresas não têm vindo só do público, mas também dos artistas e das casas de shows. Até o momento, sabe-se que suas propostas incluem um ágio máximo nas revendas de 30%, total transparências das empresas sobre o número de ingressos colocados à venda em cada classe de preço (cadeira, pista, premium, etc.) e o fim da farra das tarifas dinâmicas. O DJ Fatboy Slim, verdadeira instituição musical britânica, disse ao jornal que “vai ser bom ver o dinheiro de volta aos bolsos dos fãs e não dos revendedores de ingressos”.

“A chance de ver seu artista favorito ou ir a um evento esportivo é algo que todos nós gostamos, e merecemos regras justas ao buscar ingressos. Mas faz tempo que os fãs estão tendo de enfrentar uma saga miserável, encontrando somente ingressos revendidos e preços altamente infláveis”, declarou Nandy ao jornal.

No Brasil, sites de revenda ainda estão engatinhando, mas o sistema de preços dinâmicos já começou a assolar os fãs de música com a vinda do Oasis. Que o exemplo de Lisa Nandy seja seguido pelos ministros da cultura de todos os países!

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