Fabric Club em Londres Inglaterra Fabric Club – foto: divulgação

Homem é banido para sempre do clube Fabric, em Londres, por postar filmagem de um desconhecido dançando

Jota Wagner
Por Jota Wagner

Clube inglês reage imediatamente, após frequentador filmar e publicar o vídeo de um dançarino no twitter, seguido de comentários pejorativos

Um cliente inglês causou revolta no cenário clubber londrino no final de semana passado (12/12), após publicar um vídeo de outro frequentador dançando na Fabric, um dos mais tradicionais clubes do mundo.

O post, de caráter claramente depreciativo, iniciou uma discussão imediata nas redes sociais. Maculou o sagrado espaço das pistas de dança, local onde as pessoas vão, justamente, para se libertar dos julgamentos e das convenções sociais que nos espremem no dia a dia.

Nos comentários do vídeo publicado, o autor postou “depois de ver este vídeo, você nunca mais vai querer ir ao Fabric”. Momentos depois, o próprio clube respondeu ao usuário, escrevendo que “se você pensa desta forma, preferimos que você não queira mesmo ir ao nosso clube”.

O Fabric também pediu que ele excluísse o post imediatamente.

Um dia após a solicitação (não atendida pelo autor), o clube publicou um novo tweet, desta vez banindo para sempre o autor.

O clube londrino adotou, logo após a reabertura ao fim do período pandêmico, uma política de proibição de fotos e vídeos no interior das festas. A intenção é a de que seus frequentadores “vivam o momento”, enquanto estiverem dentro do Fabric.

Sendo assim, além de ter demostrado preconceito – e total desconhecimento do que é a cultura das pistas de dança – o autor do twett também descumpriu a uma regra do clube.

O Fabric não é o primeiro – e muito menos o único – clube do mundo a proibir fotografias e filmagens na pista de dança.

Independentemente do que você esteja fazendo, com quem, ou de que forma você dança, ninguém tem o direito de usar sua imagem publicamente, em busca de audiência.

A atitude do Fabric, clube que tem como slogan “o lar da música underground em Londres”, foi bastante elogiada por sua comunidade de frequentadores.

Ícone londrino

O Fabric foi fundado em 1999 por Cameron Leslie e Keith Reilly. Sempre esteve presente nas listas de melhores clubes do fundo em revistas especializadas.

O clube ajudou a cunhar o cenário tech house inglês, através de DJs residentes como Terry Francis e Craig Richards. Mas sua música foi muito além. Recebeu, em sua cabine, os maiores DJs do mundo e chegou a lançar uma cultuada série de CDS mixados.

O Fabric, apesar de suas transformações – comuns à todo o cenário eletrônico desde seu nascimento, no final dos anos 80 – é um ícone da cultura clubber inglesa.

 

 

 

 

 

 

Jota Wagner

Jota Wagner escreve, discoteca e faz festas no Brasil e Europa desde o começo da década de 90. Atualmente é repórter especial de cultura no Music Non Stop e produtor cultural na Agência 55. Contribuiu, usando os ouvidos, os pés ou as mãos, com a aurora da música eletrônica brasileira.

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