
Homem é banido para sempre do clube Fabric, em Londres, por postar filmagem de um desconhecido dançando
Clube inglês reage imediatamente, após frequentador filmar e publicar o vídeo de um dançarino no twitter, seguido de comentários pejorativos
Um cliente inglês causou revolta no cenário clubber londrino no final de semana passado (12/12), após publicar um vídeo de outro frequentador dançando na Fabric, um dos mais tradicionais clubes do mundo.
O post, de caráter claramente depreciativo, iniciou uma discussão imediata nas redes sociais. Maculou o sagrado espaço das pistas de dança, local onde as pessoas vão, justamente, para se libertar dos julgamentos e das convenções sociais que nos espremem no dia a dia.
Nos comentários do vídeo publicado, o autor postou “depois de ver este vídeo, você nunca mais vai querer ir ao Fabric”. Momentos depois, o próprio clube respondeu ao usuário, escrevendo que “se você pensa desta forma, preferimos que você não queira mesmo ir ao nosso clube”.
Great, given this tweet, we’d prefer it if you didn’t come.
Our club was built on the values of free expression and the freedom to dance and not be judged. We also have a No Photo Policy to protect our dancers’ privacy. Please do the right thing and remove this video.
— fabric (@fabriclondon) December 12, 2022
O Fabric também pediu que ele excluísse o post imediatamente.
Um dia após a solicitação (não atendida pelo autor), o clube publicou um novo tweet, desta vez banindo para sempre o autor.
O clube londrino adotou, logo após a reabertura ao fim do período pandêmico, uma política de proibição de fotos e vídeos no interior das festas. A intenção é a de que seus frequentadores “vivam o momento”, enquanto estiverem dentro do Fabric.
Sendo assim, além de ter demostrado preconceito – e total desconhecimento do que é a cultura das pistas de dança – o autor do twett também descumpriu a uma regra do clube.
O Fabric não é o primeiro – e muito menos o único – clube do mundo a proibir fotografias e filmagens na pista de dança.
Independentemente do que você esteja fazendo, com quem, ou de que forma você dança, ninguém tem o direito de usar sua imagem publicamente, em busca de audiência.
A atitude do Fabric, clube que tem como slogan “o lar da música underground em Londres”, foi bastante elogiada por sua comunidade de frequentadores.
Ícone londrino
O Fabric foi fundado em 1999 por Cameron Leslie e Keith Reilly. Sempre esteve presente nas listas de melhores clubes do fundo em revistas especializadas.
O clube ajudou a cunhar o cenário tech house inglês, através de DJs residentes como Terry Francis e Craig Richards. Mas sua música foi muito além. Recebeu, em sua cabine, os maiores DJs do mundo e chegou a lançar uma cultuada série de CDS mixados.
O Fabric, apesar de suas transformações – comuns à todo o cenário eletrônico desde seu nascimento, no final dos anos 80 – é um ícone da cultura clubber inglesa.