Gop Tun prepara segundo festival em 2023 e entra definitivamente no calendário de eventos para ficar de olho
Coletivo, que celebrou dez anos em 2022, entra de vez no calendário anual de festivais paulistanos. Conversamos com Caio Taborda, um dos criadores da Gop Tun
Este louco 2022 foi o “ano dos festivais” no Brasil. Com a demanda reprimida causada pela pandemia, centenas de eventos voltaram à cena, com a gana de “tirar o atraso” e aproveitar a vontade gigantesca dos jovens de voltar às pistas de dança. Velhos conhecidos do público dividiram os espaços (em especial, paulistano) com novas marcas que chegaram para surfar na onda dos médios e grandes eventos.
Em meio a este movimento, um coletivo que já conta dez anos de vida se juntou ao time. O coletivo Gop Tun, que além de balançar seus fãs nas festas que produzia, também é responsável por outras marcas, como o Festival Não Existe.
Apesar de ter realizado seu primeiro festival em 2022, celebrando dez anos de vida com um eventão no clube anexo ao estádio do Canindé, a base de lançamento do foguete vem sendo construída (e testada) há anos. Foi a Gop quem trouxe ao Brasil o festival holandês Dekmantel, em 2018. A partir de agora, o Gop Tun Festival acontecerá todo ano, e o de 2023 já está com data marcada, line-up no pente e ingressos disponíveis.
O convite para o Primavera Sound foi uma surpresa
Conversei com um dos fundadores, Caio Taborda, ainda na ressaca do Primavera Sound. Não há tempo para descanso, já que hoje o grupo abre a venda de ingressos para o Gop Tun Festival 2023. O coletivo foi convidado para se apresentar nas três edições do festival na América do Sul. “Nós nos dividimos. Em São Paulo tocaram o Nascii e o Gui (Scott). Eu e o (Bruno) Protti vamos tocar em Santiago e Buenos Aires. A gente recebeu convite para tocar nas três edições da America Latina, um convite feito pela curadora de Barcelona. Achei muito bacana eles estarem observando a gente desde lá. O convite foi uma surpresa”, conta Caio.
O evento que comemorou a primeira década de vida do projeto teve dois pontos de virada para a Gop Tun. Foi o primeiro festival oficial da marca, além de apresentarem ao paulistano uma nova locação aos paulistanos, o complexo do clube Canindé, que abriga o estádio da Portuguesa.
O Canindé foi encontrado pelo coletivo e recuperado, em conjunto com a administração do espaço, para abrigar o evento. Antigas piscinas foram terraplanadas, e diversas melhorias na estrutura foram realizadas “a quatro mãos”. Tanto que a edição 2023 (e as dos próximos anos, se depender da vontade deles) acontecerá no mesmo local.
O line-up do Gop 23
O Gop tun Festival 2023 terá trinta e três artistas e ocupará, além do festival em si, dois eventos menores, nos dias que antecedem a festa, marcada para 22 de Abril (no final de semana do feriado de Tiradentes).
A maioria do line-up já está fechado e conta, para comandar os quatro palcos que serão montados no evento, com Jayda G, Mall Grab, DVSI, Nicola Cruz, Lena Willikens, Bambounou, DJ Seinfeld , Roza Terenzi, Partiboi69, Badsista X Evehive, Acemoma , Jasmine Infiniti, Harvey Sutherland, Bradley Zero, Zombies in Miami, Diogo Strausz, Gop Tun DJs, Millos Kaiser, Vermelho, Julianna, 40%foda/Maneiríssimo, Suelem Mesmo, Kamila Govorcin, Agrabah , Ubunto, Balearic Banana, Kabulom, Harari, Larissa Jennings , Paulete Lindacelva, Raquel Krügel, Rico Jorge e Felinto.
Colocar um festival em pé no pós pandemia não tem sido fácil para os produtores. “Nosso grande desafio é equacionar números. A pandemia deixou tudo mais caro, em termos de produção. Os preços ficaram exorbitantes e, além de tudo, temos a alta do dólar. Isso acabou em se refletindo no preço dos ingressos e, do outro lado, temos um público que, devido à pandeia, estava duro” – conta Caio sobre as maiores dificuldades encontradas na edição de dez anos. Isso, sem contar a quantidade enorme que aconteceram a Europa e Estados Unidos, também correndo atrás do tempo perdido na pandemia.
E eis que então, ter uma história pregressa ajudou àos quatro cavaleiros. DJs que já conheciam o trabalho da Gop Tun começaram a se oferecer para fazer parte do festival. “Ao longo destes dez anos tivemos tantos bons eventos que a Gop, de certa, forma, despertou desejo“. Foi o caso, por exemplo, de uns dos headliners do festival, Nicola Cruz. “O agente dele nos ligou, contou que soube da primeira edição do festival e ele queria tocar. A gente ficou super lisonjeado. Somos fãs do trabalho dele e sabemos do seu alcance”.
Os planos da Gop Tun seguem, como foram nos últimos dez anos, serenos e contantes. A estratégia e focar em um festival anual cada vez maior, o que vai reduzir o calendário de festas menores para 2023. A exceção é o Festival Não Existe, irmão mias novo da Gop, que ocupara a agenda de trabalho no segundo semestre. Caio me conta também que o carnaval é uma data que sempre demanda uma atenção especial do grupo, principalmente para eventos de rua. “É um dos momentos mais importantes do nosso ano. No evento de carnaval que fizemos no Vale do Anhangabaú, por exemplo, tivemos mais gente do que no próprio festival de dez anos.
A “alma” do festival
A ebulição que entornou o festival, claro, vem sendo aquecida desde os primeiros eventos e projetos paralelos do coletivo. O público que foi se juntando ao bonde durante este tempo, está a par das características que a Gop Tun traz consigo. Se transmutar em um grande evento, para muito mais gente, e ainda assim manter cores que possam ser reconhecidas por esta base de fãs, é um dos grandes desafios. Não só deles, mas de todos que crescem. “Eu acho que uma coisa que é característica, algo que é a alma da Gop, é a questão da curadoria musical. A gente nunca se preocupou, por exemplo, em trazer um artista porque ele vende ingressos. A gente sempre foi no que acredita, no que gosta. E acho que, no decorrer desses dez anos, a gente nunca fugiu disso. E eu acho que isso se repete no festival. A gente tem um festival que traz nomes consagrados, conhecidos do grande público aqui, mas também tem muita gente, metade do line-up ou mais, de artistas que não são tão conhecidos. No final das contas, este sempre foi o papel da Gop. Independente de qualquer coisa, dar espaço para artistas que não são tão conhecidos aqui e, no decorrer dos anos, a gente que criou uma certa credibilidade por conta disso. Temos aquele público que está sempre com a antena ligada e que, independente de conhecer ou não o artista, confia”.
MEB – Música Eletrônica Brasileira
Para finalizar nossa conversa, pergunto a caio sobre o cintilante momento que a produção eletrônica brasileira atravesse em 2022, aglutinando finalmente, em medidas mais justas, a influência do que vem de fora com a tradição batuqueira que temos aqui dentro.
“Eu acho que, no final das contas, é muito legal ver esse momento da música eletrônica brasileira, de ver uma série de produtors absurdamente talentosos, que vieram construindo, pavimentando essa cena e agora a gente os vê por aí, excursionando pelo mundo, fazendo sucesso. Caso da Badsista, caso do próprio HRH, a galera do Brime, que ganhou bastante atenção recentemente. Isso é algo que a gente valoriza demais e é obvio que isso vai estar (no line-up da Gop 23). O festival tem uma variedade e uma pluraridade no line-up enorme e é claro que a gente vai ter a a música eletrônica brasileira alí presente”, me conta Caio, adicionando que o tempero brasileiro completa artistas de vária outras cenas, de diversos pontos do planeta.
A venda de ingressos para o Gop Tun festival começa hoje, e você pode correr atrás do clicando aqui. Novidades no line-ups e mais algumas surpresas são prometidas pelo coletivo que agora integra o calendário nacional de bons festivais de música eletrônica do país.
SERVIÇO – GOP TUN FESTIVAL 2023:
Data: 22 de abril
Horário: A partir das 13h do dia 22 de abril
Endereço: R. Comendador Nestor Pereira, 33 – Canindé, Live Stage Canindé – São Paulo – SP
Valor: a partir de R$ 180, sujeito a término de lote
Site para venda de ingressos aqui.