Gnomo de ecstasy Foto: Divulgação/Politie Dongemond

Gnomo doidão: a obra de arte psicodélica que virou caso de polícia

Jota Wagner
Por Jota Wagner

Polícia do sul da Holanda encontrou gnomo de jardim feito de ecstasy durante apreensão

“O gnomo estava visivelmente alterado, de cor esverdeada e as mãos sobre a boca.” Foi assim, com um baita bom humor, que o policial holandês responsável pela apreensão de um gnomo de jardim feito de MDMA, no sul do país, se referiu sobre o caso. A apreensão foi feita no último dia 22, durante uma operação antidrogas na região de Dongemond, que inclui as cidades de Oosterhout, Geertruidenberg, Drimmelen e Altena. Como o caso segue em investigação, a polícia ainda não revelou a cidade em que rolou a apreensão. O gnomo estava junto a outras drogas apreendidas. “Como achamos estranho encontrarmos uma estátua junto com as drogas, resolvemos enviá-lo para testes”, confirmou a polícia.

O “elemental noiado” tinha dois quilos e, depois de devidamente moído, seria transformado em oito mil pílulas de ecstasy. A polícia ainda não sabe qual a procedência da muamba e nem se ele é o único da família. Existe o risco de os holandeses flagrarem um bando de malucos vasculhando os jardins de suas vovós em busca de um outro exemplar da obra de arte psicodélica.

A apreensão rola em meio a uma polarização na Holanda. De um lado, se discute a legalização de drogas sintéticas, como o ecstasy. De outro, as autoridades estão pegando pesado em apreensões por toda a Europa. Em setembro deste ano, a polícia espanhola registrou a maior apreensão de ecstasy da história do país, tirando das ruas de Ibiza um carregamento com um milhão de pílulas.

Segundo a polícia de Dongemond, a produção da droga é pulverizada em pequenas cidades e ilhas de toda a Europa: “Encontramos droga embalada de diversas formas diferentes, mas às vezes encontramos coisas bem especiais”.

Jota Wagner

Jota Wagner escreve, discoteca e faz festas no Brasil e Europa desde o começo da década de 90. Atualmente é repórter especial de cultura no Music Non Stop e produtor cultural na Agência 55. Contribuiu, usando os ouvidos, os pés ou as mãos, com a aurora da música eletrônica brasileira.