Segundo o Secretário de Turismo do México, Edgar Gasca, nenhum responsável pelas autorizações de eventos na Ilha das Mulheres foi contatado
Deu a lógica. Mal abriram as vendas da segunda edição do Fyre Festival, evento catastrófico que resultou na prisão de seu criador, Billy McFarland, após um desastre de organização que deixou seu público sem onde dormir e comer em uma ilha no Caribe, e a bagunça começou novamente.

Com ingressos à venda (e preços que chegam a bater um milhão de dólares) e data e local anunciados na última semana, McFarland declarou que havia aprendido com seus erros e estava pronto para realizar um novo e inesquecível evento superprime. A notícia correu o mundo e gerou dúvidas. Será que o cara realmente havia entrado nos eixos após a prisão? Alguém realmente iria confiar e gastar uma fortuna acreditando em suas novas promessas?
O evento, segundo os organizadores, vai rolar entre os 30 de maio e 02 de junho de 2025, na Ilha das Mulheres, próxima a Cancún, no México. Só esqueceram de avisar a prefeitura de lá. Conforme relatou Edgar Gasca, Secretário de Turismo do México, ao The Guardian, o festival “não existe”. Ninguém dos órgãos locais que cuidam das autorizações para eventos na Ilha das Mulheres foi sequer contatado. Ou seja, Billy McFarland segue o mesmo: anunciou a confirmação do evento sem nem mesmo ter tentado as autorizações para levar milhares de turistas barulhentas a uma ilha paradisíaca que preza, antes de mais nada, pela preservação de seus recursos naturais.
“Os organizadores sequer se preocuparam em conversar com as autoridades. É muito estranho, porque qualquer produtor sabe que se você quer organizar um evento de grande porte, precisa de uma autorização municipal. Eu acho que eles simplemesmente anunciaram para ver como seriam as vendas para depois correr atrás das permissões no meio do caminho. É um jeito inocente de pensar.”

É claro que toda a esfera governamental mexicana ficou puta da vida com a história, acusando McFarland de aproveitador. “Este festival não vai acontecer”, garantiu Gasca. Não se sabe se alguém teve a ideia de jerico em comprar ingressos para a segunda edição do Fyre Festival — chamada de Fyre 2 —, mas, se o fez, já está deve estar arrancando os cabelos de preocupação.
A treta traz de volta a questão sobre quantos parafusos faltam na cabeça de McFarland. Afinal, como alguém que chegou a ser preso por fraude financeira insiste em fazer uma segunda edição do mesmo evento cometendo erros ainda mais primários? Vale lembrar que, além de afirmar que planejou o segundo Fyre nas horas livres que tinha na cadeia, ainda anunciou, em 2023, que havia conseguido financiamento para um musical na Brodway sobre a primeira edição (do gênero comédia ou terror, certamente). O musical jamais foi produzido.